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Estado vegetativo: conceito, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução

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O que é estado vegetativo?

O estado vegetativo é uma desordem quantitativa da consciência em que os pacientes permanecem num estado rebaixado de consciência, em vez de consciência plena, podendo conservar, no entanto, algumas funções autônomas e cerebrais como a respiração, a deglutição1 e a excreção. O paciente fica em um estado de vigília, mas não está propriamente consciente e não tem a capacidade de percepção, apreensão, crítica e interação, não sendo capaz de usar a linguagem ou a memória.

Quais são as causas do estado vegetativo?

O estado vegetativo é fruto de um dano grave ao córtex cerebral que controla o pensamento e a personalidade. Os danos ao córtex cerebral que levam ao estado vegetativo podem ser causados por traumas, privação de oxigênio ou por doenças que afetam gravemente o cérebro2. Pode também estar presente em casos de anencefalia ou de agravamento de processos neurológicos degenerativos3. Muitas vezes o estado vegetativo é uma evolução do estado de coma4.

Quais são os principais sinais5 e sintomas6 do estado vegetativo?

Geralmente a pessoa em estado vegetativo parece acordada e tem reflexos, mas não tem consciência do ambiente que a cerca e é incapaz de sentir dor. Se esses pacientes emergem do estado de coma4, parecem ter acordado, mas, no entanto, não dão qualquer sinal7 de haver recuperado a consciência e nem há nenhum comportamento intencional em resposta a estímulos externos. Uma pessoa em estado vegetativo conserva algumas funções autônomas e cerebrais como a respiração e a deglutição1 espontânea e até mesmo apresenta reações a ruídos muito altos, rigidez e espasmos8 dos membros superiores e inferiores. O paciente pode manter os olhos9 abertos, mas não dirige o olhar a nenhum estímulo específico e geralmente conserva intactos os ciclos sono-vigília (ainda que muito irregulares). Ocasionalmente, pode até fazer caretas, chorar ou rir, mas não falam e são incapazes de responder a comandos.

Como o médico diagnostica o estado vegetativo?

O diagnóstico10 correto do estado vegetativo depende de uma observação clínica atenta e prolongada. O esclarecimento das causas do estado vegetativo deve ser feito por meio de exames laboratoriais e técnicas de imagens, os quais podem variar em cada caso, mas em geral incluem exames de sangue11 e urina12, radiografias, tomografia computadorizada13, ressonância magnética14, eletroencefalograma15 e punção lombar.

Como o médico trata o estado vegetativo?

O estado vegetativo requer um controle dos sinais vitais16 da pessoa. É importante determinar tão cedo quanto possível a causa desta condição para que ela seja tratada, sempre que possível. Quando o estado vegetativo se estabiliza, o tratamento passa a consistir em assegurar nutrição17 adequada, prevenir infecções18 e escaras19.

Como evolui o estado vegetativo?

Durante o estado vegetativo deve-se cuidar da prevenção de escaras19, pneumonias e outras infecções18 e manter uma nutrição17 bem balanceada.

Uma assistência fisioterápica deve ser instituída desde o início para prevenir contraturas e deformidades osteoarticulares.

O estado vegetativo pode durar vários anos e não há como prever em cada caso específico se o paciente se restabelecerá ou não. Em parte, se o paciente vai se recuperar ou não, depende da causa do problema e do local e extensão dos danos causados ao cérebro2.

ABCMED, 2014. Estado vegetativo: conceito, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/563487/estado-vegetativo-conceito-causas-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Deglutição: Passagem dos alimentos desde a boca até o esôfago; ação ou efeito de deglutir; engolir. É um mecanismo em parte voluntário e em parte automático (reflexo) que envolve a musculatura faríngea e o esfíncter esofágico superior.
2 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
3 Degenerativos: Relativos a ou que provocam degeneração.
4 Estado de coma: Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte.
5 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
6 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
7 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
8 Espasmos: 1. Contrações involuntárias, não ritmadas, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosas ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
9 Olhos:
10 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
11 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
12 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
13 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
14 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
15 Eletroencefalograma: Registro da atividade elétrica cerebral mediante a utilização de eletrodos cutâneos que recebem e amplificam os potenciais gerados em cada região encefálica.
16 Sinais vitais: Conjunto de variáveis fisiológicas que são pressão arterial, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e temperatura corporal.
17 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
18 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
19 Escaras: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.

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