Gostou do artigo? Compartilhe!

Como é a neuralgia do trigêmeo?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é neuralgia1 do trigêmeo?

A neuralgia1 do trigêmeo é uma patologia2 do nervo trigêmeo3 que provoca crises de dor aguda e intensa, semelhante a um choque4 elétrico, em qualquer parte do território orgânico que recebe ramos desse nervo: olhos5, lábios, nariz6, couro cabeludo, testa ou mandíbula7. Ela recebe também várias outras denominações, como nevralgia do nervo trigêmeo3, síndrome8 da dor facial paroxística, doença de Fothergill, prosopalgia dolorosa ou tique9 doloroso.

Quais são as causas da neuralgia1 do trigêmeo?

Nem sempre as causas da neuralgia1 do trigêmeo são identificáveis. Ela pode estar associada a outras doenças locais ou sistêmicas como compressão intracraniana por vasos sanguíneos10 periféricos (causa mais frequente), comprometimento alveolar por extração dentária, esclerose múltipla11, infecção12 viral, aneurismas, traumatismos, intoxicações, etc. Do ponto de vista da estrutura nervosa, crê-se que o nervo perca a bainha de mielina13 e, como um fio desencapado, passe a dar “choques”, como costumam referir os pacientes.

Quais são os principais sinais14 e sintomas15 da neuralgia1 do trigêmeo?

A neuralgia1 do trigêmeo é mais incidente16 em mulheres que em homens (3:2) e ocorre principalmente após os 40 anos de idade, sendo que sua frequência cresce entre os 60 e 70 anos, mas pode afetar pessoas de todas as idades. A área mais atingida é a mandibular. A neuralgia1 do trigêmeo é uma afecção17 pouco comum que ocorre sob a forma de ataques repentinos e recorrentes de dor, que pode se tornar contínua, descrita como um espasmo18 (“choque”) doloroso. Trata-se de uma das dores mais intensas existentes, lancinante e incapacitante, desencadeada por “gatilhos” como falar, beber, escovar os dentes, barbear-se, mastigar, um leve toque no rosto, etc. e pode ocorrer várias vezes ao longo do dia ou desaparecer por meses. Em geral, ela atinge apenas um lado da face19 e raramente é bilateral. Os ramos maxilar e mandibular são, de longe, os mais afetados, seguindo todos os outros ramos do nervo trigêmeo3. Não há outros sinais14 além da dor ou somente uma ligeira hiperemia20 (vermelhidão) local e não há também alterações da sensibilidade ou da motricidade.

Como o médico diagnostica a neuralgia1 do trigêmeo?

O diagnóstico21 da neuralgia1 do trigêmeo é essencialmente clínico, segundo os sinais14 e sintomas15 da afecção17. Várias outras patologias dos nervos podem confundir-se com a neuralgia1 do trigêmeo, especialmente dores dentárias, neuralgia1 do nervo glossofaríngeo22, tumores, enxaquecas23, etc., pelo que se impõe um correto diagnóstico21 diferencial. Geralmente, o exame neurológico é normal, mas alguns exames podem detectar as condições associadas: exames de sangue24, ressonância magnética25, teste de reflexo do trigêmeo.

Como o médico trata a neuralgia1 do trigêmeo?

O primeiro tratamento da neuralgia1 do trigêmeo é medicamentoso. Os medicamentos mais utilizados são anticonvulsivantes, relaxantes musculares e antidepressivos. Outros medicamentos com efeitos analgésicos26 podem ser usados simultaneamente, com o objetivo de seccionar parte das raízes sensitivas afetadas (alcoolização, microdescompressão vascular27, termocoagulação). Também podem ser usados procedimentos menos invasivos como a eletromioestimulação. O sucesso de cada tratamento vai depender da causa da lesão28 do nervo e de como o organismo do paciente reage à intervenção que tenha sido praticada. Alguns pacientes podem necessitar cirurgias para seccionar ou destruir partes do nervo trigêmeo3 ou remover um vaso sanguíneo ou tumor29 que esteja pressionando o nervo.

Como evolui a neuralgia1 do trigêmeo?

Os episódios iniciais costumam repetir-se numa grande frequência, embora extremamente variável, mas pode acontecer que desapareça por meses e depois voltem com mais intensidade e frequência.

Embora a dor da neuralgia1 do trigêmeo dure apenas alguns segundos, os períodos de remissão tendem a ser cada vez mais curtos à medida que a doença evolui.

ABCMED, 2014. Como é a neuralgia do trigêmeo?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/554397/como-e-a-neuralgia-do-trigemeo.htm>. Acesso em: 24 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Neuralgia: Dor aguda produzida pela irritação de um nervo. Caracteriza-se por ser muito intensa, em queimação, pulsátil ou semelhante a uma descarga elétrica. Suas causas mais freqüentes são infecção, lesão metabólica ou tóxica do nervo comprometido.
2 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
3 Nervo Trigêmeo: O quinto e maior nervo craniano. O nervo trigêmeo é um nervo misto, composto de uma parte motora e sensitiva. A parte sensitiva, maior, forma os nervos oftálmico, mandibular e maxilar que transportam fibras aferentes sensitivas de estímulos internos e externos provenientes da pele, músculos e junturas da face e boca, e dentes. A maioria destas fibras se originam de células do gânglio trigeminal e projetam para o núcleo do trigêmeo no tronco encefálico. A parte motora, menor, nasce do núcleo motor do trigêmeo no tronco encefálico e inerva os músculos da mastigação. Sinônimos: V Nervo Craniano; V Par Craniano; Nervo Craniano V; Quinto Nervo Craniano
4 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
5 Olhos:
6 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
7 Mandíbula: O maior (e o mais forte) osso da FACE; constitui o maxilar inferior, que sustenta os dentes inferiores. Sinônimos: Forame Mandibular; Forame Mentoniano; Sulco Miloióideo; Maxilar Inferior
8 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
9 Tique: Movimento involuntário, estereotipado, que pode afetar os músculos da face. Pode fazer parte de distúrbios neurológicos ou psiquiátricos, como pode também ser apenas devido à ansiedade ou a outras causas.
10 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
11 Esclerose múltipla: Doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, produzida pela alteração na camada de mielina. Caracteriza-se por alterações sensitivas e de motilidade que evoluem através do tempo produzindo dano neurológico progressivo.
12 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
13 Bainha de mielina: É uma bainha rica em lipídeos revestindo muitos axônios tanto no sistema nervoso central como no sistema nervoso periférico. Ela é um isolante elétrico que permite uma condução mais rápida e mais energeticamente eficiente dos impulsos nervosos. Esta bainha é formada pelas membranas celulares das células da glia (células de Schwann no sistema nervoso periférico e oligodendróglia no sistema nervoso central).
14 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Incidente: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
17 Afecção: Qualquer alteração patológica do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
18 Espasmo: 1. Contração involuntária, não ritmada, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosa ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
19 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
20 Hiperemia: Congestão sanguínea em qualquer órgão ou parte do corpo.
21 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
22 Nervo Glossofaríngeo: O IX nervo craniano. O nervo glossofaríngeo é um nervo misto - motor e sensitivo; transportando fibras eferentes somáticas e atônomas e aferentes gerais, especiais e viscerais. Entre suas conecções encontram-se fibras motoras enviadas para o músculo estilofaríngeo, fibras parassimpáticas para as glândulas parótidas, aferentes gerais e relacionadas à gustação provenientes do terço posterior da língua, da nasofaringe e do palato, e fibras aferentes provenientes dos barorreceptores e quimiorreceptores do seio carotídeo. Sinônimos: IX Nervo Craniano; IX Par Craniano; Nervo Craniano IX; Nono Nervo Craniano
23 Enxaquecas: Sinônimo de migrânea. É a cefaléia cuja prevalência varia de 10 a 20% da população. Ocorre principalmente em mulheres com uma proporção homem:mulher de 1:2-3. As razões para esta preponderância feminina ainda não estão bem entendidas, mas suspeita-se de alguma relação com o hormônio feminino. Resulta da pressão exercida por vasos sangüíneos dilatados no tecido nervoso cerebral subjacente. O tratamento da enxaqueca envolve normalmente drogas vaso-constritoras para aliviar esta pressão. No entanto, esta medicamentação pode causar efeitos secundários no sistema circulatório e é desaconselhada a pessoas com problemas cardiológicos.
24 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
25 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
26 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
27 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
28 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
29 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.

Resultados de busca relacionada no catalogo.med.br:

Fabiana Ribeiro Gonçalves

Neurologista

Goiânia/GO

Você pode marcar online Ver horários disponíveis

Marco Antonio Herculano

Neurologista

Jundiaí/SP

Douglas Kazutoshi Sato

Neurologista

Porto Alegre/RS

Você pode marcar online Ver horários disponíveis
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.