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Diátese hemorrágica: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução, prevenção

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O que é diátese hemorrágica1?

Chama-se diátese hemorrágica1 à tendência que algumas pessoas têm para sangramentos sem causa aparente e hemorragias2 mais intensas ou prolongadas que o normal, em casos após um traumatismo3.

Quais são as causas da diátese hemorrágica1?

A diátese hemorrágica1 pode dever-se a uma anormalidade das paredes vasculares4, a uma alteração ou deficiência das plaquetas5, distúrbios no sistema de coagulação6 ou fibrinólise7. Quanto às alterações das paredes vasculares4 podemos ter a telangiectasia8 hemorrágica1 hereditária, anormalidades das fibras elásticas9 e colágenas e persistência de anastomoses10 artério-venosas presentes normalmente na vida fetal, entre outras. As alterações ou deficiências das plaquetas5 podem levar à formação de petéquias11 na pele12 e/ou mucosas13, retina14 e órgãos internos. Os distúrbios de coagulação6 acontecem em casos de doenças que afetam a formação do coágulo15 necessário à hemostasia16. Na fibrinólise7 o coágulo15 de fibrina17 é destruído pela plasmina.

Quais são os principais sinais18 e sintomas19 da diátese hemorrágica1?

A hemorragia20 pode ocorrer espontaneamente na pele12, mucosas13, articulações21 ou sob o efeito de causa externa. Nas hemorragias2 na pele12 ou nas mucosas13 pode notar-se petéquias11 ou equimoses22 desproporcionais a eventuais traumatismos ou mesmo sangramentos espontâneos. Os sangramentos devidos a traumatismos e ferimentos são mais abundantes que o normal. Os casos de diátese hemorrágica1 são comuns em portadores de hemofilia23, doença de Von Willebrand, trombastenia, trombocitopenia24, escorbuto25 ou leucemia26.

Como o médico diagnostica a diátese hemorrágica1?

Clinicamente, o médico diagnostica a diátese hemorrágica1 pela constatação de um sangramento espontâneo ou desproporcional a suas causas. Laboratorialmente, podem ser feitos exames de tempo de sangramento ou coagulação6 e de protrombina27. Além disso, deve também ser diagnosticada a enfermidade causal.

Como o médico trata a diátese hemorrágica1?

O tratamento imediato da diátese hemorrágica1 visa produzir a hemostasia16 (cessação do sangramento). No longo prazo, ele visa corrigir os fatores que estejam prejudicando a coagulação6 do sangue28.

Como evolui a diátese hemorrágica1?

Os pacientes com diátese hemorrágica1 não devem submeter-se a cirurgias ou, se isso for estritamente necessário, deve fazer uma adequada preparação pré-cirúrgica.

Como prevenir a diátese hemorrágica1?

A prevenção da diátese hemorrágica1 consiste em fazer o tratamento, quando possível, dos fatores causais.

O paciente com tendência a sangramentos anormais deve evitar todo tipo de traumatismos ou ferimentos.

Quais são as complicações possíveis da diátese hemorrágica1?

As grandes hemorragias2 provocadas pela diátese hemorrágica1 podem causar choque hipovolêmico29 e, eventualmente, a morte do paciente.

ABCMED, 2014. Diátese hemorrágica: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução, prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/532614/diatese-hemorragica-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao-prevencao.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hemorrágica: Relativo à hemorragia, ou seja, ao escoamento de sangue para fora dos vasos sanguíneos.
2 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
3 Traumatismo: Lesão produzida pela ação de um agente vulnerante físico, químico ou biológico e etc. sobre uma ou várias partes do organismo.
4 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
5 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
6 Coagulação: Ato ou efeito de coagular(-se), passando do estado líquido ao sólido.
7 Fibrinólise: Processo de dissolução progressiva da fibrina e assim do coágulo, que posteriormente à sua formação deve ser dissolvido.
8 Telangiectasia: Dilatação permanente da parede de um pequeno vaso sanguíneo localizado na derme.
9 Fibras Elásticas: Tecido conectivo constituído principalmente por fibras elásticas. Estas, têm dois components
10 Anastomoses: 1. Na anatomia geral, é a comunicação natural direta ou indireta entre dois vasos sanguíneos, entre dois canais da mesma natureza, entre dois nervos ou entre duas fibras musculares. 2. Na anatomia botânica, é a união total ou parcial de duas estruturas como vasos, ramos, raízes. 3. Formação cirúrgica de uma passagem entre duas estruturas tubulares ou ocas ou também é a junção ou ligação patológica entre dois espaços ou órgãos normalmente separados.
11 Petéquias: Pequenas lesões da pele ou das mucosas, de cor vermelha ou azulada, características da púrpura. São lesões hemorrágicas, que não desaparecem à pressão, cujo tamanho não ultrapassa alguns milímetros.
12 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
13 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
14 Retina: Parte do olho responsável pela formação de imagens. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Possui duas partes: a retina periférica e a mácula.
15 Coágulo: 1. Em fisiologia, é uma massa semissólida de sangue ou de linfa. 2. Substância ou produto que promove a coagulação do leite.
16 Hemostasia: Ação ou efeito de estancar uma hemorragia; mesmo que hemóstase.
17 Fibrina: Proteína formada no plasma a partir da ação da trombina sobre o fibrinogênio. Ela é o principal componente dos coágulos sanguíneos.
18 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
19 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
20 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
21 Articulações:
22 Equimoses: Manchas escuras ou azuladas devido à infiltração difusa de sangue no tecido subcutâneo. A maioria aparece após um traumatismo, mas pode surgir espontaneamente em pessoas que apresentam fragilidade capilar ou alguma coagulopatia. Após um período de tempo variável, as equimoses desaparecem passando por diferentes gradações: violácea, acastanhada, esverdeada e amarelada.
23 Hemofilia: Doença transmitida de forma hereditária na qual existe uma menor produção de fatores de coagulação. Como conseqüência são produzidos sangramentos por traumatismos mínimos, sobretudo em articulações (hemartrose). Sua gravidade depende da concentração de fatores de coagulação no sangue.
24 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.
25 Escorbuto: Doença aguda ou crônica causada pela carência de vitamina C, caracterizada por hemorragias, alteração das gengivas e queda da resistência às infecções.
26 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
27 Protrombina: Proteína plasmática inativa, é a precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea.
28 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
29 Choque hipovolêmico: Choque é um distúrbio caracterizado pelo insuficiente suprimento de sangue para os tecidos e células do corpo. O choque hipovolêmico tem como causa principal a perda de sangue, plasma ou líquidos extracelulares. É o tipo mais comum de choque e deve-se a uma redução absoluta e geralmente súbita do volume sanguíneo circulante em relação à capacidade do sistema vascular.
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