Como é a fibrose cística?
O que é fibrose cística1?
A fibrose cística1 (ou mucoviscidose2) é uma doença hereditária e não contagiosa3 que causa espessamento e aumento da viscosidade4 das secreções de algumas glândulas5, afetando todo o organismo (principalmente pulmões6 e trato digestivo), levando ao mau funcionamento progressivo de vários órgãos e frequentemente à morte. Manifesta-se igualmente em ambos os sexos. Os genes defeituosos são responsáveis pela alteração no transporte de íons7 através das membranas das células8, comprometendo a função das glândulas exócrinas9 que produzem substâncias (tais como muco, suor ou enzimas pancreáticas) mais espessas e de difícil eliminação. É uma das doenças hereditárias mais comuns. Caracteriza-se pela fibrose10 (cicatrização) e formação de cistos no pâncreas11 e em diversos outros órgãos.
Quais são as causas da fibrose cística1?
A fibrose cística1 é uma doença genética, autossômica12 (não ligada ao cromossoma X) e recessiva. Esta doença acomete mais os brancos puros. É rara entre os negros e muito mais rara entre os orientais.
Além das glândulas exócrinas9, ela pode também afetar outros órgãos como o aparelho digestivo13, o pâncreas11, o fígado14 e o sistema reprodutor.
Quais são os principais sinais15 e sintomas16 da fibrose cística1?
A fibrose cística1 pode afetar todos os órgãos, mas em geral os mais comprometidos são os dos aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas17. A obstrução dos ductos pancreáticos18 e biliares pela secreção mais viscosa impede que as enzimas digestivas sejam lançadas no intestino. Com isso, o paciente tem má absorção e apresenta maior número de evacuações diárias, geralmente muito gordurosas. Entretanto, o aparelho respiratório19 é a área mais delicada da doença. O sintoma20 mais sério é a dificuldade de respirar resultante de infecções21 pulmonares resistentes às medicações, mas também pode ocorrer tosse com secreções produtivas, pneumonias de repetição e bronquite crônica. Outros sintomas16 igualmente graves resultam de afetação de outros órgãos corporais. Devido à retenção do sódio, o suor é mais salgado.
Na fibrose cística1 o muco fica cerca de 30 a 60 vezes mais viscoso e a água, por sua vez, segue o movimento do sódio de volta ao interior da célula22, provocando um ressecamento do fluido extracelular. O acúmulo de muco viscoso favorece as infecções21 e torna mais difícil tratá-las. Nos pulmões6, as secreções espessas acabam obstruindo a passagem de ar e retém bactérias, conduzindo ao aparecimento de infecções21 respiratórias. No aparelho digestório23 o processo digestivo é comprometido pela falta de secreções adequadas ou pela grande densidade delas.
Como o médico diagnostica a fibrose cística1?
O diagnóstico24 correto depende de uma história clínica bem feita. No entanto, a grande variedade dos sintomas16 e a possibilidade de confusão com outras doenças dificultam o diagnóstico24 clínico. Alguns testes podem ser realizados já na maternidade, como o teste do pezinho, que deve incluir a triagem para a fibrose cística1.
O teste do suor mede os níveis de cloro no suor. Um nível elevado, associado a quadro clínico característico, indica que a pessoa é portadora da doença.
O teste genético identifica 80% dos casos.
Como o médico trata a fibrose cística1?
A fibrose cística1 não tem cura. Há alguns anos, a maioria dos pacientes morria entre os 20 e 30 anos de insuficiência respiratória25. Hoje em dia, com a evolução dos transplantes de pulmão26 e dos medicamentos para a doença é possível viver até cerca de 50 ou 60 anos. É importante manter boas condições gerais, garantir a reidratação e a reposição de sódio e manter uma boa nutrição27. O uso de medicações específicas para as eventuais complicações também se faz necessário.
Como evolui a fibrose cística1?
O tratamento da fibrose cística1 evoluiu bastante ultimamente, proporcionando aos pacientes uma vida mais longa e de melhor qualidade.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.