Síndrome do intestino curto
O que é a síndrome1 do intestino curto?
A síndrome1 do intestino curto é uma condição médica de má absorção decorrente da remoção cirúrgica ou mal funcionamento de uma grande parte do intestino delgado2 (geralmente mais de dois terços dele), prejudicando a absorção de nutrientes.
Quais são as causas mais comuns da síndrome1 do intestino curto?
A má absorção resulta da (1) ressecção cirúrgica do intestino delgado2, como em casos de doença de Crohn3 ou tumores, (2) derivações do trânsito intestinal em casos de fístulas4 e cirurgias bariátricas ou, em raros casos, (3) de uma disfunção completa de grande parte do intestino delgado2, devido a infecções5, isquemia6, quimioterapia7 e/ou radioterapia8.
Em resumo, esta desordem pode ser causada por uma alteração anatômica ou funcional da absorção de nutrientes e pode ser compensada por adaptações estruturais e metabólicas intestinais. Este processo de adaptação envolve alargamento e alongamento das vilosidades intestinais9, aumento do diâmetro do intestino delgado2 ou diminuição dos movimentos peristálticos10, fazendo com que o alimento passe mais lentamente pelo intestino delgado2.
Saiba mais sobre "Doença de Crohn3", "Câncer11 colorretal", "Fístulas4" e "Cirurgia bariátrica12".
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 do intestino curto?
As manifestações clínicas da síndrome1 do intestino curto incluem, entre outros possíveis sintomas13, dor abdominal, diarreia14 ou esteatorreia15, retenção de líquidos, flatulência, vômitos16, perda de peso, desnutrição17 e fadiga18.
Essa diminuição da área de absorção intestinal causa deficiências de vitaminas A, D, E, K e B12, cálcio, ácido fólico, ferro, zinco e magnésio, as quais podem manifestar-se como anemia19, hiperqueratose, equimoses20, espasmos21 musculares, problemas de coagulação22 e dor óssea.
Os pacientes que sofreram encurtamento do intestino delgado2 podem apresentar deficiência no crescimento (se a síndrome1 está presente desde a infância), desidratação23, úlceras24 gástricas, proliferação exacerbada de bactérias e litíases biliares e renais.
Leia sobre "Dor abdominal", "Cálculos renais", "Cálculos biliares" e "Úlcera péptica25".
Como o médico diagnostica a síndrome1 do intestino curto?
Para concluir que a condição do paciente se trata de uma síndrome1 do intestino curto, o médico conta, além dos sintomas13 típicos, com a história médica pregressa do paciente.
Como o médico trata a síndrome1 do intestino curto?
A condição de intestino curto geralmente é irreversível e por isso o tratamento consiste em compensá-la com medicações, adoção de hábitos alimentares favoráveis (evitação de certos alimentos), cirurgia para aumentar o intestino delgado2 e, por vezes, nutrição26 parenteral ou enteral.
As fórmulas terapêuticas principais incluem anti-diarreicos, suplementação27 vitamínica, inibidores da bomba de prótons, bloqueadores H2 (visando diminuir o ácido estomacal) e suplementos de lactase.
As mudanças de hábitos alimentares devem consistir sobretudo em aumentar a hidratação; dar preferência para carnes brancas; consumir alimentos obstipantes, como goiaba, maçã sem casca, banana-maçã, caju, batata da terra cozida, dentre outros; consumir, de preferência, vegetais cozidos, leite desnatado e queijo de baixo teor de gordura28.
Devem ser evitados os alimentos gordurosos, incluindo amendoim, nozes e abacate, dentre outros; vegetais folhosos, como brócolis, acelga, alface, repolho, etc.; frutas que auxiliam contra a prisão de ventre, como mamão, ameixa, laranja, abacaxi e melão; alimentos ricos em enxofre, como aipo, agrião, brócolis, cebola, couve, couve-flor, espinafre, dentre outros; bebidas gaseificadas ou alcoólicas.
Veja também sobre "Intolerância à lactose29", "Intolerância ao glúten30", "Probióticos31 e Prebióticos" e "Constipação32 intestinal".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.