Quero engravidar! Quando devo usar indutores da ovulação?
O que é a ovulação1?
A ovulação1 é o processo natural mediante o qual o corpo da mulher (os ovários2) libera o óvulo3 para que ele possa migrar pelas trompas e, eventualmente, encontrar o espermatozoide4 e ser fecundado, para gerar uma nova vida.
Em mulheres que têm ciclos menstruais regulares de 28 dias, a ovulação1 acontece entre o 11º e 15º dia antes de cada menstruação5, no chamado período fértil da mulher. Se o óvulo3 for penetrado por um espermatozoide4, ocorre a fecundação6 e isto marca o início da gravidez7, mas se o óvulo3 não for fecundado, alguns dias depois ocorrerá a menstruação5, dando início a um novo ciclo menstrual.
O que são indutores da ovulação1?
Indutores de ovulação1 são medicamentos que induzem quimicamente a ovulação1 em mulheres que tem ovulação1 irregular ou que não ovulam naturalmente. Há indutores da ovulação1 à base de citrato de clomifeno, geralmente indicados para casos mais simples, ou à base de gonadotrofinas, para casos mais complexos. Os medicamentos para indução da ovulação1 podem ser tomados por via oral ou em injeções intramusculares ou subcutâneas.
Por que fazer indução da ovulação1?
A anovulação8 (falha nos ovários2 em liberar óvulos) é uma das principais causas de infertilidade9. A indução da ovulação1 (liberar óvulos) deve ser feita em mulheres que tenham dificuldades de ovular naturalmente, como aquelas portadoras da síndrome10 do ovário11 policístico, por exemplo. A indução deve ser reservada para aqueles casos em que a mulher não tenha problemas físicos que impeçam a ovulação1 ou a concepção12. Também se pratica a indução da ovulação1 quando um casal não possui explicação para a sua infertilidade9, o homem possui espermatozoides13 normais e a mulher não apresenta alterações no sistema reprodutor. Ou seja, uma infertilidade9 inexplicada.
Como funcionam os indutores da ovulação1?
Os medicamentos indutores da ovulação1 agem na hipófise14, estimulando-a a produzir uma quantidade maior de hormônio15 folículo16 estimulante (FSH), que atua na maturação dos óvulos e sua ulterior liberação e também no hipotálamo17, estimulando a produção do hormônio15 luteinizante (LH), que “avisa” os ovários2 de que está na hora de liberar óvulos maduros. Os indutores da ovulação1 devem ser usados por até seis ciclos menstruais, embora, bastem três para que a ovulação1 ocorra. O tratamento não deve se estender por mais de doze ciclos seguidos. Nesse período, o monitoramento dos ovários2 pode ser feito por meios de ultrassonografias que detectem se a ovulação1 está ou não próxima de ocorrer. Nas mulheres com síndrome10 dos ovários2 policísticos, a medicação pode não fazer efeito e, nas obesas, ele também é bem menos eficiente.
Se houver suspeita de gravidez7 durante o tratamento ele deve ser imediatamente interrompido, sob o risco de provocar aborto.
Os remédios indutores da ovulação1 podem ter como efeitos colaterais18 alterações de humor, inchaço19 nos ovários2, dor abdominal, dor nos seios20, insônia, enjoos, vômitos21, visão22 embaçada, dor de cabeça23, cansaço, irritabilidade, depressão e ganho de peso.
Tendo em conta a gravidez7, a indução da ovulação1 pode ser associada a algumas técnicas de fertilização24 assistida, como coito programado, inseminação intrauterina ou inseminação “in vitro”, por exemplo.
Como evolui o tratamento com os indutores da ovulação1?
Habitualmente, os indutores da ovulação1 são muito eficientes. Cerca de 70% das mulheres atingem o objetivo almejado nos primeiros três meses de tratamento e delas 15 a 50% engravidam, quando esse é o objetivo.
Quais são os riscos do uso dos indutores da ovulação1?
Um dos riscos dos indutores da ovulação1 é a síndrome10 de hiperestimulação ovariana, com desenvolvimento de líquido no abdome25, edema26 generalizado, aumento dos ovários2, múltiplos cistos ovarianos. Essa síndrome10 acontece quando os ovários2 respondem "bem demais" aos indutores e produzem um excesso de óvulos. Se não for rápida e adequadamente tratada, pode levar à insuficiência renal27 grave, insuficiência respiratória28 e mesmo à morte.
Com o uso dos indutores da ovulação1 podem ocorrer alguns efeitos indesejados, como gestação múltipla, hiperestímulo ovariano, dor nas mamas29, náuseas30, vômitos21, dores de cabeça23 e inchaço19 abdominal. Os indutores da ovulação1 podem causar também certa "secura" na vagina31 e, em casos mais raros, cistos no ovário11. As contraindicações para o uso dos indutores da ovulação1 ocorrem nos casos de mulheres com cistos ovarianos, doenças no fígado32, problemas tireoidianos não tratados ou tumores na hipófise14.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.