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Diarreia em crianças: o que devemos saber?

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O que é diarreia1 em crianças?

A diarreia1 se caracteriza pelo aumento do número de evacuações por dia, com a eliminação de fezes podendo ser pastosa, semilíquida ou líquida. Assim, diz-se que a criança está com diarreia1 se ela tem aumento no número de evacuações, aumento da quantidade de fezes ou alterações na consistência delas, em relação àquilo a que ela está acostumada.

Quais são as causas da diarreia1 em crianças?

A diarreia1 em crianças ou em bebês2 pode ter várias causas. As mais comuns são infecções3, sensibilidade aos alimentos, efeitos colaterais4 de antibióticos e o consumo excessivo de frutas ou sucos. Outras infecções3 por vírus5 (74%), bactérias (20%) e parasitas (6%) também podem ser causas de diarreia1 em crianças. Na maioria das vezes, as diarreias transmissíveis têm causa virótica, ainda que possam também ter outras causas. As diarreias das crianças sofrem uma grande influência da alimentação.

Quais são os principais sinais6 e sintomas7 da diarreia1 em crianças?

As diarreias costumam causar muito mal-estar às crianças. É frequente que juntamente com o aumento do número de evacuações a criança apresente também febre8 ou vômitos9. As evacuações podem ser pastosas, líquidas e semilíquidas e variarem de umas poucas vezes a uma dezena ou mais vezes por dia. Certas características das fezes, como consistência, frequência, odor, presença de pus10 ou sangue11, etc dão indicações sobre a natureza e gravidade da diarreia1.

Como o médico diagnostica a diarreia1 em crianças?

O diagnóstico12 não apresenta dificuldades e é baseado tanto na história clínica, quanto no exame físico da criança. Em geral, os exames laboratoriais só são necessários quando se deseja diagnosticar com precisão a causa da diarreia1.

O médico e os familiares da criança devem estar atentos aos sinais6 de desidratação13: a ausência de lágrimas, boca14 e língua15 secas, olhos16 fundos, pele17 murcha e pegajosa, muita sede, diminuição da quantidade de urina18, respiração acelerada e curta, extremidades frias, pulso fraco e, no bebê, afundamento da moleira (fontanela19).

Como o médico trata a diarreia1 em crianças?

O tratamento das diarreias em crianças envolve tanto cuidados com as evacuações, quanto com a desidratação13, que acarreta e que pode ser ainda mais grave que a própria diarreia1. Hoje em dia, aconselha-se seguir consumindo os alimentos normalmente, apesar de que anteriormente se aconselhava restringi-los, com o objetivo de deixar descansar os intestinos20. Os bebês2 devem manter a alimentação materna (aleitamento materno21) ou com leites de fórmula para cada idade. Não existe uma dieta específica para combater a diarreia1, mas as crianças toleram melhor as comidas mais leves. Frutas e verduras ajudam a produzir fezes mais firmes, mas os sucos de frutas podem produzir fezes menos consistentes. Atualmente existem produtos industrializados para reidratação, vendidos livremente como, por exemplo, Rehidrat, Pedialyte e similares. Ocasionalmente é necessário, além dos líquidos orais, administrar líquidos por via intravenosa o que, em geral, é feito em hospitais. Nas diarreias causadas por antibióticos deve-se dar à criança iogurte ou produtos à base de Lactobacilos vivos.

Como evolui a diarreia1 em crianças?

 A diarreia1 aguda, na maior parte das vezes causada pelo Rotavirus, tem a tendência de ser resolvida pelo próprio organismo, dentro de catorze dias, no máximo. As outras formas de diarreia1 necessitam tratamento de suas causas.

Como prevenir a diarreia1 em crianças?

Para prevenir a diarreia1 nas crianças deve-se fazer uma boa higienização das mãos22 antes de manipular os alimentos e lavá-los bem antes de servi-los à criança, bem como ferver as chupetas e mamadeiras antes de usar. Além de lavar as mãos22 após o uso de banheiros.

Quais são as complicações possíveis da diarreia1 em crianças?

A complicação mais frequente e temível da diarreia é a desidratação13 e ela é tanto mais perigosa quanto menor seja a criança. De um modo geral, a criança se desidrata mais facilmente que o adulto, porque tem uma porcentagem maior de água em seu organismo. Para evitá-la, não suspenda o aleitamento materno21 e dê à criança o soro23 de reidratação oral. O ideal é solicitar em uma farmácia ou em um posto de saúde24 o soro23 de reidratação oral, que já vem pronto para ser dissolvido em um litro de água, com a quantidade certa de eletrólitos25. Mas em caso de emergência26, o soro23 caseiro pode ser usado. Para fazê-lo usa-se um copo de 200 ml de água fervida, duas colheres rasas de açúcar27 e uma colher rasa de sal. É necessário que o soro23 seja oferecido sempre e em pequena quantidade para a criança com diarreia1, observando os sinais6 de melhora. Além disso, a criança deve beber bastante de qualquer líquido a que esteja acostumada.

O soro23 caseiro não corta a diarreia1, apenas repõe os líquidos perdidos nas fezes e nos vômitos9.

Todo soro23 preparado deve ser utilizado em no máximo 24 horas. O que sobrar deve ser dispensado e um novo soro23 deve ser preparado para o uso, em caso de necessidade.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e da Harvard Health Publishing (Harvard Medical School).

ABCMED, 2014. Diarreia em crianças: o que devemos saber?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-crianca/738377/diarreia-em-criancas-o-que-devemos-saber.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
2 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
3 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
5 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
6 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
7 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
8 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
9 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
10 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
11 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
12 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
13 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
14 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
15 Língua:
16 Olhos:
17 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
18 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
19 Fontanela: Na anatomia geral, é um espaço membranoso entre os ossos do crânio que ainda não se encontra ossificado quando do nascimento do bebê; fontículo ou moleira. Na anatomia zoológica, é uma depressão rasa e pálida da cabeça de certos cupins; fenestra.
20 Intestinos: Seção do canal alimentar que vai do ESTÔMAGO até o CANAL ANAL. Inclui o INTESTINO GROSSO e o INTESTINO DELGADO.
21 Aleitamento Materno: Compreende todas as formas do lactente receber leite humano ou materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio à esta cultura. Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
22 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
23 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
24 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
25 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
26 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
27 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
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