Simpatectomia: o que é isso? Ela resolve a hiperidrose?
O que é o sistema nervoso1 simpático2?
O sistema nervoso1 simpático2 faz parte do sistema nervoso autônomo3, responsável pelo controle involuntário dos músculos4 lisos e das vísceras. O sistema nervoso autônomo3 é constituído por fibras nervosas localizadas perto das vértebras e das costelas5 e por uma cadeia de 23 pares de gânglios6, dos quais partem fibras que se dirigem aos músculos4 lisos das vísceras e à musculatura do coração7. A outra parte do sistema nervoso autônomo3 é chamado parassimpático. O sistema nervoso autônomo3 simpático2, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia e o sistema nervoso autônomo3 parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes.
O que é simpatectomia?
A simpatectomia consiste na remoção cirúrgica de partes específicas do nervo simpático2 principal, geralmente realizada para tratamento da hiperidrose8 (sudorese9 excessiva) nas mãos10, axilas e/ou planta dos pés, mas também com outros objetivos terapêuticos, como tratar o rubor facial, algumas dores crônicas e a síndrome11 de Raynaud. Trata-se de uma cirurgia simples, de médio porte, feita sob anestesia12 geral. O nível da cadeia simpática em que a intervenção se dará depende do resultado visado. Os gânglios6 que controlam o suor das mãos10 e axilas estão localizados no tórax13, enquanto os que controlam o suor nos pés estão localizados na região lombar14. O efeito da cirurgia é imediato e já pode ser observado ao despertar da anestesia12: as mãos10, axilas ou pés já se apresentam quentes e secos.
Como é feita a simpatectomia?
Inicialmente, os pacientes devem ser orientados quanto a qual é a sua probabilidade de sucesso, possíveis complicações, ocorrência de dor pós-operatória e da sudorese9 compensatória tardia.
O paciente deve informar ao médico sobre todos os medicamentos que esteja tomando e seguir as orientações quanto a dever suspendê-los ou não.
Há várias técnicas cirúrgicas à disposição do cirurgião, mas hoje em dia geralmente a cirurgia é feita por via endoscópica e deve ser realizada sob anestesia12 geral. No pós-operatório das cirurgias de simpatectomia torácica deve ser realizada uma radiografia de tórax13, pois ela é útil no diagnóstico15 de possíveis aderências pulmonares. Normalmente, não havendo complicações, o paciente deixa o hospital dentro de menos de 24 horas após a cirurgia. Na maioria dos casos, há um pouco de dor pós-operatória que necessita do uso de medicação por alguns dias. No início, a simpatectomia lombar era utilizada apenas para tratar as alterações isquêmicas e dolorosas dos membros inferiores, porém atualmente tem sido empregada também no tratamento da hiperidrose8 plantar e na hiperidrose8 severa das mãos10 ou das axilas.
Quem deve fazer simpatectomia?
A simpatectomia de parte da cadeia simpática é uma terapêutica16 radical para tratar a hiperidrose8, indicada para pessoas que suam excessivamente, sobretudo nas mãos10 ou nas axilas. Para esse problema existem terapêuticas não-invasivas, mas o resultado delas não é satisfatório. Essa cirurgia também pode ser usada para tratar outras situações clínicas, como síndrome11 dolorosa regional complexa e fenômenos vasculares17 isquêmicos do membro superior ou inferior, por exemplo, e pode ser feita por via endoscópica com bons resultados e poucas complicações.
Como evolui a simpatectomia?
A simpatectomia possui eficácia em mais de 95% dos casos. Quanto mais alto se intervir na cadeia ganglionar, maiores serão as chances de ocorrer uma hiperidrose8 reflexa, compensatória, que é aquela que aparece no pós-operatório e que é muito desagradável.
Quais são as complicações possíveis da simpatectomia?
Além dos riscos implicados em qualquer cirurgia (sangramentos, infecções18, dor, etc.), a simpatectomia implica em alguns raros riscos específicos, mas se realizada pela técnica adequada e por um cirurgião experiente é um procedimento bastante seguro. Uma das complicações da simpatectomia é a já citada hiperidrose8 compensatória, com aumento da sudorese9 em outras áreas do corpo, como dorso19, nádegas20 e coxas21. No entanto, isso não deve ser creditado a qualquer deficiência do processo porque se trata de um fenômeno fisiológico22 praticamente inevitável. A razão desta hiperidrose8 compensatória ainda não está integralmente esclarecida, mas talvez se deva à função termorregulatória que tem o suor. Contudo, a hiperidrose8 compensatória costuma ser bem mais leve e menos incomodativa que a original. Outros problemas que podem ocorrer na simpatectomia torácica, embora sejam raros, é a queda irreversível da pálpebra, o colabamento pulmonar e a perfuração do pulmão23. As complicações pós-operatórias podem ser o pneumotórax24 ou o hemotórax residual.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.