Anasarca: você sabe o que é?
O que é anasarca?
A anasarca não é uma doença, mas um sintoma1 que pode acontecer no curso de várias doenças, caracterizado por um inchaço2 distribuído por todo corpo, devido ao acúmulo de fluido no espaço extracelular3 e no interior das próprias células4.
Quais são as causas da anasarca?
Algumas das doenças mais graves que podem levar a este sintoma1 podem causar a morte, por não eliminarem todas as toxinas5 do organismo e porque os órgãos não mais realizam adequadamente suas funções. Entre as doenças que podem causar anasarca estão, entre outras, a insuficiência cardíaca congestiva6, síndrome nefrótica7, cirrose8, insuficiência renal9 crônica, glomerulonefrite10, queimaduras e desnutrição11. Algumas drogas também podem causar anasarca ou edemas12 locais.
Qual é a fisiopatologia13 da anasarca?
A água fica distribuída em dois compartimentos do corpo: no compartimento intracelular fica um volume correspondente a cerca de 40% do peso corpóreo e no compartimento extracelular cerca de 20%, sendo 5% intravascular14 e 15% intersticial15. A movimentação de líquido do interior dos vasos capilares16 para o espaço intersticial15 causa o edema17. A anasarca torna-se clinicamente detectável quando pelo menos cinco litros em um adulto foram transferidos para o interstício18. Há vários mecanismos envolvidos nessa transferência, mas a retenção de sódio e água constitui fator importante em todo quadro de anasarca.
Quais são os principais sinais19 e sintomas20 da anasarca?
A anasarca é rara em jovens e neles quase sempre é consequência de uma doença renal21 (glomerulonefrite10, síndrome nefrótica7). Geralmente a anasarca se inicia pelos pés e pernas (edema17 ortostático). Se ocorrer comprometimento inicial da face22, ele provavelmente é de origem renal21 e se começa por ascite23 (acúmulo de líquido no abdômen), sugere origem hepática24. O edema17 geralmente é progressivo, de longa duração e é agudizado por distúrbios infecciosos hidroeletrolíticos.
Como o médico diagnostica a anasarca?
O diagnóstico25 da anasarca deve levar em conta a história médica e o exame físico do paciente. Os exames laboratoriais devem considerar as etiologias mais frequentes. Como exames de triagem devem ser pedidos: exame da função renal21, proteínas26 totais e frações, exame de urina27, perfil hepático, eletro ou ecocardiograma28, radiografia de tórax29 e dosagem de eletrólitos30. Um diagnóstico25 diferencial entre as patologias que podem ocasionar quadros de anasarca nem sempre é fácil, porque elas são muitas.
Como o médico trata a anasarca?
O tratamento da anasarca deve ser principalmente dirigido à doença causadora. No entanto, tratamentos de alívio dos sintomas20 com diuréticos31, diálise32 ou paracentese33 podem ser necessários, uma vez que o paciente pode sentir muito desconforto. A alimentação do paciente também deve ser controlada de acordo com a doença de base. Assim, por exemplo, a ingestão de proteínas26 não é recomendada no caso de falência hepática24, porque sobrecarrega o fígado34 e a ingestão de sal deve ser restringida se o problema for renal21. A ingestão de líquidos não deve ultrapassar um litro por dia, nos casos graves. É importante também tratar os fatores de descompensação, como infecções35, distúrbios hidroeletrolíticos, arritmias36, infarto37 agudo38 do miocárdio39 ou piora das disfunções orgânicas.
Como prevenir a anasarca?
A melhor maneira de prevenir a anasarca é tratar adequadamente a doença de base.
Como evolui a anasarca?
Embora por si só a anasarca não leve à morte, a doença que a causa pode ter consequências letais.
Quais são as complicações possíveis da anasarca?
A anasarca em si já é uma complicação de uma patologia40 de base, frequentemente cardíaca, renal21 ou hepática24.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.