Diálise peritoneal. Quando ela é usada?
O que é diálise peritoneal1?
Os rins2 têm a função de eliminar substâncias tóxicas ao organismo, através da urina3. Quando eles adoecem e deixam de cumprir temporária ou definitivamente essa função, ela tem de ser feita pela diálise peritoneal1, pela hemodiálise4 ou, em última instância, pelo transplante renal5.
A diálise peritoneal1 é um processo artificial de filtração do sangue6 através do peritônio7, em substituição aos rins2. A hemodiálise4, por sua vez, visa os mesmos objetivos, mas a filtração se faz por meio de circulação8 extracorpórea, utilizando um filtro mecânico instalado em uma máquina. Geralmente esses procedimentos terapêuticos só são indicados em insuficiências renais avançadas, não controláveis por outros meios.
O peritônio7 é uma membrana semipermeável existente no abdome9, rica em vasos sanguíneos10, que no processo é colocada em contato com uma solução de diálise11, artificialmente introduzida na cavidade abdominal12. Através do peritônio7 dão-se as trocas químicas que eliminam as substâncias nocivas ao organismo contidas no sangue6, as quais normalmente deveriam ser eliminadas pelos rins2. Com o passar do tempo, contudo, a membrana peritoneal se altera, a filtração fica progressivamente mais difícil e o paciente tem de passar da diálise peritoneal1 para a hemodiálise4 ou fazer o transplante renal5.
Como se procede à diálise peritoneal1?
Uma solução dialisadora é introduzida no abdome9 por meio de um cateter e deve permanecer lá por algumas horas. O sangue6 circulante que entra em contato com ela faz trocas, eliminando certas escórias orgânicas. Após algum tempo, a solução é renovada, por meio de drenagem13 feita pelo mesmo cateter e é reintroduzida uma porção nova da solução, o que é conhecido como ciclo da diálise11.
O tipo de diálise11 e o número de ciclos adequados para cada paciente devem ser determinados pelo médico (nefrologista14), segundo as especificidades de cada um dos pacientes. Uma vez colocado o cateter, a diálise peritoneal1 pode ser conduzida pelo próprio paciente, em casa ou no local de trabalho, por exemplo. Só algumas poucas diálises, mais complexas, exigem hospitalização. O líquido para infusão vem acondicionado em bolsas plásticas que podem ser facilmente conectadas ao cateter e as trocas são realizadas de 3 a 6 vezes por dia.
Como evolui a diálise peritoneal1?
Muitas pessoas se submetem à diálise peritoneal1 durante anos, sem complicações, mas em alguns casos podem acontecer hemorragias15 no ponto de introdução do cateter, perfuração acidental de um órgão interno, extravasamento ou obstrução do líquido de diálise11 ou infecções16. Podem ainda ocorrer complicações mais raras, como esclerose17 peritoneal com obstrução intestinal, hipotireoidismo18, hérnias19 inguinais e convulsões.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.