Testes alérgicos - como eles são? O que testam?
O que são alergias?
Alergias são respostas exageradas do organismo do paciente a certas substâncias que o sistema imunológico1 considera como estranhas ao corpo, e que geram uma hipersensibilidade a um estímulo externo específico, ditos alergenos2.
As substâncias geralmente são inaladas, ingeridas, injetadas ou colocadas em contato com a pele3. Alergias podem acontecer pelo contato da pele3 com determinados objetos, como pulseiras de plástico, metal ou couro, óculos, botões de metal, elásticos e esmalte4.
Normalmente, as reações alérgicas são bastante específicas a um determinado estímulo. Quando os alergenos2 entram em contato com o organismo, as células produtoras de anticorpos5 são ativadas e determinam a liberação de mediadores potentes, principalmente histamina6, que acabam por provocar os sintomas7 alérgicos.
O que são testes alérgicos?
Os testes alérgicos são procedimentos médicos que procuram descobrir que alergenos2 estão causando reações alérgicas em determinado paciente, procurando causar mínimas reações alérgicas, sob controle. Alérgenos2 são substancias de origem natural, ambiental ou alimentar que podem induzir a uma reação alérgica8 na pessoa testada.
Que tipos de testes alérgicos existem?
Todos os testes visam o mesmo objetivo, mas há variadas técnicas, escolhidas conforme o caso.
A (1) técnica de punctura, ou prick test, envolve a introdução de pequena quantidade de alergeno9 na pele3, fazendo-se um pequeno furo nela. Se você tiver alguma alergia10, os alergenos2 aos quais o seu sistema imune11 reagir levarão a uma reação em cadeia em seu organismo. Após o teste, os sinais12 locais de inchaço13 e vermelhidão desaparecerão em cerca de 30 minutos, não desencadeando outros sintomas7 alérgicos.
No (2) teste intradérmico, o médico injeta uma pequena quantidade de extrato de alergeno9 debaixo da pele3, com o auxílio de uma seringa14. Esse teste é mais sensível que o teste de punctura e está indicado nos casos em que aquele teste for negativo.
O (3) teste do arranhão, quase não mais utilizado atualmente, consiste na realização de uma fricção na pele3, causando um arranhão, procedendo-se à aplicação de algumas gotas de extrato de alérgeno9 no local dessa lesão15.
O (4) teste de provocação envolve a introdução de pequena quantidade do alergeno9, por via oral, inalatória ou outra. Esses testes apenas são realizados quando há suspeita de alergia10 alimentar e de medicamentos.
Pode ser, ainda, que seu médico solicite que você faça um (5) exame de sangue16. Geralmente, é usado apenas nos casos em que os testes cutâneos não puderem ser feitos.
Leia sobre "Alergias", "Alergia10 respiratória", "Alergia10 alimentar", "Alergia10 a camarão", "Intolerância à lactose17" e "Intolerância ao glúten18".
Em que consistem os testes alérgicos?
Os testes cutâneos de alergia10 podem ser realizados em qualquer idade, desde que haja forte evidência clínica de alergia10, mas como se necessita da cooperação do paciente para realizá-lo, é mais difícil de ser feito em crianças menores.
Eles podem ser executados no consultório médico, sendo aplicados na região ventral do antebraço19, mas também podem ser realizados nas costas20 do paciente. No braço, consiste em que seja pingada uma gota21 de controle negativo, uma gota21 de controle positivo (histamina6) e uma gota21 do extrato a ser testado. É feita uma pequena puntura (pequena perfuração feita com objeto pontiagudo) no local da pele3 em que foi depositada a gota21 contendo o extrato suspeito. Depois de 15 minutos, faz-se a leitura do resultado. O surgimento no local de uma pápula22 maior ou igual a três milímetros em relação ao controle positivo indica reação ao alergeno9 testado. Esse mesmo procedimento deve ser repetido para todos os alergenos2 suspeitos.
Nas costas20, o teste, também conhecido como teste de alergia10 de contato, consiste em colar uma fita adesiva nas costas20 do paciente com uma pequena quantidade da substância que se julga causar alergia10 a ele e esperar até 48 horas para observar se surge alguma reação na pele3.
No caso de suspeita de alergias alimentares, faz-se teste de provocação oral, que consiste em fazer o paciente ingerir uma pequena quantidade do alimento que causa alergia10 e verificar a reação. Se o teste for negativo, geralmente indica que não há alergia10, mas se positivo, pode acontecer de o paciente já ser tolerante ao alimento testado, por exemplo, o leite de vaca.
O prick test demora em média 30 a 40 minutos, ou menos, para ser realizado, e não deve ser feito em pessoas que estejam em uso de anti-histamínicos, antidepressivos e beta-bloqueadores ou tenham lesões23 extensas de pele3, dermografismo, distúrbios de coagulação24 ou história pregressa de anafilaxia25 com o alergeno9 em causa.
Quem deve fazer o teste alérgico?
O teste alérgico está indicado quando a história clínica do indivíduo sugere o envolvimento de um mecanismo imunológico com a participação de um anticorpo26 chamado IgE (Imunoglobulina27 E). Faz-se, então, a pesquisa da IgE específica para um determinado alérgeno9 por meio de um dos testes mencionados.
A determinação do agente específico, causador dos sintomas7 alérgicos, ajudará no manejo mais adequado da doença alérgica. Uma vez que os alérgenos2 específicos, responsáveis pelos sintomas7, tenham sido identificados, o médico poderá definir qual o melhor plano de tratamento da doença, objetivando controlar ou eliminar os sintomas7.
Para que serve o teste alérgico?
O teste alérgico é capaz de detectar hipersensibilidade a um grande número de inalantes como, por exemplo, ácaros, pólens, fungos, pele3 e pelos de cães e gatos, penas de animais, baratas e alimentos como leite e frações (alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina e caseína), gema e clara de ovo28, trigo, milho, amendoim, glúten18, cacau, camarão, peixe, carne bovina, carne suína, carne de frango, etc.
Quais as eventuais complicações possíveis dos testes alérgicos?
Embora o teste cutâneo29 seja muito seguro, ele pode desencadear raras reações sistêmicas.
Veja também sobre "Anafilaxia25", "Urticária30", "Prurido31 ou coceira", "Rinite32" e "Edema33 de Quincke".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.