Sobre a variante Ômicron da Covid-19
O que é a variante Ômicron da Covid-19?
Há uma nova variante do coronavírus, denominada Ômicron. Ela foi detectada pela primeira vez no começo de novembro de 2021, na África do Sul, e daí se espalhou pelo mundo, já representando a grande maioria dos casos de Covid-19 atualmente existentes.
Desde então, o número de casos de Covid-19 aumentou drasticamente e, em alguns países, chegou a ser maior que no auge da pandemia1, há um ano. Muitos países ou lugares tiveram que retomar medidas restritivas que já haviam sido abandonadas, na tentativa de controlar a transmissão da nova variante. A África do Sul, contudo, parece já ter atravessado o pico de infecções2 por essa variante e o número de casos está em declínio.
Para nomear essa variante, a Organização Mundial de Saúde3 (OMS) usou a 15ª letra do alfabeto grego, depois de ter usado as letras iniciais para as outras variantes mais antigas (alfa, beta, gama, delta, etc.), algumas das quais já desaparecidas, e tendo saltado as letras Nu e Xi. A primeira, por sua possível associação com a palavra “New”, em inglês, e a segunda por ser nome e sobrenome muito comuns na China. A OMS procura evitar denominações que posam produzir confusões ou ilações indevidas.
Leia sobre "Tempo de permanência do coronavírus nas superfícies", "Anticorpos4 anti-SARS-COV-2" e "Eventos trombóticos5 na Covid-19".
Quais são as características clínicas da variante Ômicron da Covid-19?
No Brasil, a variante Ômicron já é grandemente a maior responsável pelos casos de Covid-19. Embora essa variante pareça causar formas mais leves da doença, ela tem um potencial de transmissibilidade acentuadamente maior que o SARS-CoV-2 original. Pesquisadores concluíram que, quando comparada às outras cepas6, a Ômicron se multiplica até 70 vezes mais rapidamente nos brônquios7 humanos e a isso se deve sua maior transmissibilidade.
Apesar de mais leve, a Ômicron não pode ser considerada branda porque, embora em muito menor escala, ela tem provocado internações e mortes, principalmente entre pacientes não vacinados.
O fato de ser mais leve e de coincidir com um surto de influenza8, com sinais9 e sintomas10 quase indistinguíveis da Covid-19, tem motivado uma corrida aos postos de saúde3 e uma grande procura por testes, sobrecarregando e até colapsando as unidades de saúde3 pública. Não dá para fazer a diferença entre as duas condições apenas pelo quadro clínico. Algumas características podem sugerir uma ou outra dessas afecções11, mas apenas o teste pode diagnosticar com certeza a presença ou não do vírus12 Ômicron.
Os sintomas10 mais comuns da infecção13 pela variante Ômicron são:
- secreção nasal;
- dor de cabeça14;
- fadiga15 (leve ou grave);
- espirros;
- dor de garganta16.
Estes são também os sintomas10 comuns à influenza8. Em se tratando de gripe17 (influenza8 e gripe17 são palavras sinônimas), esses sintomas10 costumam ser mais agudos que os da Covid-19, de instalação habitualmente mais gradativa. Não foram notados perdas do olfato ou do paladar18, como com outras variantes.
O mundo todo está sendo invadido por um tsunami de variante Ômicron, mas, de qualquer forma, estamos em uma situação muito melhor do que nesta época do ano passado, em que mal tínhamos começado a vacinação. Espera-se que as vacinas atuais protejam contra formas graves da Covid-19, hospitalizações e mortes devido à infecção13 com a variante Ômicron.
No entanto, embora a maioria dos casos sejam de pessoas não vacinadas, tem ocorrido algumas infecções2 inesperadas em pessoas totalmente vacinadas. Com outras variantes, como a Delta, por exemplo, as vacinas permaneceram eficazes na prevenção de formas graves, hospitalizações e morte, e o mesmo parece acontecer com essa nova variante.
É possível fazer teste para saber se a pessoa está com a variante Ômicron da Covid-19?
Os testes usados podem dizer se uma pessoa está ou não atualmente infectada com Covid-19. Testes adicionais seriam necessários para determinar se a infecção13 foi causada pela Ômicron. Se o teste tiver um resultado positivo, a pessoa deve ficar em casa ou se isolar por 10 dias, usar máscara se tiver contato com outras pessoas e praticar as demais medidas protetivas.
Como prevenir a variante Ômicron da Covid-19?
A maneira mais importante de se proteger contra a Ômicron é continuar ou intensificar as medidas protetivas que a pessoa já pratica:
- usar máscara que cubra o nariz19 e a boca20;
- manter uma distância física de pelo menos um metro de outras pessoas;
- evitar espaços mal ventilados ou superlotados de pessoas;
- abrir as janelas para melhorar a ventilação21 interna;
- lavar as mãos22 regularmente.
Estar vacinado também é muito importante, porque embora a vacina23 não proteja inteiramente contra o fato de se infectar, ela parece dar uma importante proteção contra formas graves da doença.
Veja também sobre "Síndrome24 pós-Covid", "Eficácia das vacinas em uso contra a COVID-19" e "Reações às vacinas contra a covid-19".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do CDC – Centers for Disease Control and Prevention, do NIH – National Institutes of Health e do Instituto Butantan.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.