Câncer de mama: tumores metastáticos localizados nos ossos
O osso é o local mais comum de recorrência1 do câncer2 de mama3. O câncer2 de mama3 é o local mais comum de origem de depósitos metastáticos no esqueleto4. Este tipo de metástase5 é mais comum em mulheres com mais de 40 anos de idade.
Como são as metástases6 ósseas de um câncer2 de mama3?
As metástases6 ósseas do câncer2 de mama3 afetam mais frequentemente a coluna vertebral7, as costelas8, os ossos da pelve9 e ossos longos10 proximais11.
Embora o prognóstico12 para pacientes13 com câncer2 de mama3 que se espalhou para os ossos fosse pobre no passado, hoje em dia esses pacientes estão vivendo muito mais tempo e se sentindo muito melhor devido às melhorias em tratamentos médicos e cirúrgicos para esta condição.
Quais são os sinais14 e sintomas15?
Muitas vezes as metástases6 aparecem de maneira silenciosa, sem gerar sintomas15, podendo ser detectadas em um exame de imagem realizado como parte dos exames iniciais de diagnóstico16 de um câncer2 de mama3 ou em exames realizados para outros problemas de saúde17. Em outros casos a dor é o sintoma18 mais comum.
A fratura19 patológica raramente ocorre sem uma história de algumas semanas ou meses de dor cada vez mais intensa no osso. Algumas vezes, o paciente tenta ignorar ou negar os sintomas15. Outras, ele pensa que uma lesão20 óssea dolorosa é uma “dor muscular" ou uma "entorse21" e fortes analgésicos22 são prescritos, permitindo que o paciente continue a tolerar a dor muito intensa antes que a verdadeira natureza do problema seja descoberta.
Também podem ocorrer sintomas15 sistêmicos23, tais como hipercalcemia ou falta de ar.
Quais são os principais cuidados a serem tomados com o diagnóstico16 de metástase5 óssea de câncer2 de mama3?
Apenas o fato de que o paciente teve câncer2 anteriormente não prova que a lesão20 que existe no osso é metástase5 do câncer2. Não devem ser ignorados a história clínica cuidadosa, o exame físico meticuloso e uma avaliação completa só porque o paciente já tem um diagnóstico16 prévio de câncer2 de mama3. Outras lesões24, tais como fraturas de compressão da coluna vertebral7 e cistos de osteoartrite25 podem ser parecidos com lesões24 tumorais. Lembre-se também que sarcomas ósseos primários, tais como osteossarcoma e condrossarcoma, podem ocorrer em uma paciente adulta do sexo feminino.
Quando um médico atender uma mulher com mais de 40 anos de idade com histórico de câncer2 de mama3 e múltiplas lesões24 ósseas, ele deve pensar na possibilidade de ser um câncer2 de mama3 metastático.
Vários exames podem ser solicitados para esclarecer este diagnóstico16 e definir as condutas de tratamento a serem seguidas. Alguns desses exames são dosagens sanguíneas de marcadores tumorais, radiografias, ultrassonografias, tomografias computadorizadas, cintilografias ósseas, ressonância nuclear magnética (RNM), dentre outros.
A cintilografia26 óssea é útil na identificação de lesões24 que estão espalhadas por todo o esqueleto4. No entanto, algumas lesões24 podem não ser visualizadas no exame ósseo. A RNM irá mostrar essas lesões24 ocultas, mas não está indicada como uma ferramenta de triagem primária. Antes de planejar qualquer tratamento de uma lesão20 óssea, a imagem de todo o esqueleto4 deve ser feita para garantir que não há tumores distais27.
O N-telopeptídeo (NTX) é um marcador bioquímico do metabolismo28 ósseo que pode ser dosado na urina29. Ele é usado para prever o risco de doenças ósseas e é útil na monitorização da resposta ao tratamento.
Como é o diagnóstico16?
Receber o diagnóstico16 de um câncer2 de mama3 metastático quase sempre traz muita tristeza, medo, raiva30, ansiedade, angústia. Esta é uma reação normal e não há problema algum em se sentir assim. Passado o choque31 inicial, é hora de entender que este diagnóstico16 significa que você passará por um tratamento que pode ser longo ou que pode durar para o resto de sua vida e que a sua cooperação e força serão essenciais nesta fase. Os avanços médicos e os vários tratamentos disponíveis para o controle de um câncer2 de mama3 metastático permitem que muitas pessoas nesta mesma condição vivam durante meses ou anos com uma boa qualidade de vida.
O apoio dos familiares, amigos, vizinhos, médicos, terapeutas, grupos de apoio para pessoas que estão vivendo situações semelhantes à sua é muito válido. As informações devem vir principalmente de um médico oncologista com experiência no assunto e que tenha a sua confiança.
Como é o tratamento?
Os tratamentos devem ser individualizados, de acordo com a necessidade. Algumas pessoas precisam fazer radioterapia32, quimioterapia33 ou hormonioterapia, dependendo do quadro clínico que apresentam. Você e seu médico irão conversar e decidir juntos o melhor a fazer em cada situação.
Não há praticamente nenhum papel para a cirurgia curativa. Estabilização ortopédica de ossos enfraquecidos deve ser feita rapidamente, antes que possam ocorrer fraturas. O atraso no tratamento é normalmente associado ao aumento do risco de complicações ou de um resultado menos favorável. Uma vez que a sobrevivência34 pode ser prolongada, reconstruções cirúrgicas devem ser feitas com cuidado e projetadas para durar. Pacientes com doença extensa ou avançada ainda devem receber um tratamento completo de acordo com seus desejos e princípios médicos razoáveis. A estabilização ortopédica de fraturas patológicas reais ou iminentes não deve ser suspensa, a menos que o paciente não possa tolerar anestesia35 ou não se beneficie definitivamente com a cirurgia. O alívio da dor com a estabilização de ossos danificados pode justificar o tratamento cirúrgico, mesmo que o paciente não possa desfrutar de nenhum benefício funcional, como o aumento da capacidade de se locomover.
Uma das novidades mais excitantes é uma classe de drogas conhecida como bifosfonatos (Aredia, Fosamax e outros). Estes fármacos têm a capacidade de bloquear a progressão de células36 tumorais no osso, conduzindo a uma enorme redução no número de lesões24 e fraturas ósseas, em pacientes com câncer2 ósseo que fazem seu uso. Os bifosfonatos podem mesmo parar a propagação do câncer2 da mama3 para outros órgãos, tais como o fígado37 ou pulmões38, mas a razão para isto é desconhecida. Nos ossos, os osteoclastos39 são estimulados pelo câncer2 a quebrar e a reabsorver a matriz óssea40 e o cálcio, levando a dores e fraturas. Essas drogas bloqueiam os osteoclastos39 e mantém os ossos fortes.
Os bifosfonatos podem levar a alguns efeitos colaterais41 importantes tais como fibrilação atrial e crescimento de ossos frágeis conhecidos como “ossos de crescimento”. Consulte sempre o seu médico sobre estes tratamentos.
Como é o prognóstico12?
A sobrevida42 média após o diagnóstico16 de um câncer2 de mama3 com metástase5 óssea melhorou drasticamente para cerca de 24 a 36 meses, mas sempre é bom lembrar que cada caso é um caso e as generalizações não devem ser tomadas como verdades absolutas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.