Dependência de cocaína: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, complicações
O que é a dependência da cocaína?
O uso da cocaína causa intensa e rápida euforia, seguida por uma igualmente intensa depressão e um estado de grande tensão e avidez por mais cocaína. Ela produz um efeito estimulante e de prazer muito mais potente que o das anfetaminas. Quando a droga acaba no organismo, o que acontece rapidamente, o prazer cessa e o indivíduo é tentado a repetir a experiência. Daí a forte tendência a consumi-la reiteradamente. Nisso consiste a dependência à cocaína, que pode ser tomada por via oral, inalada sob forma de pó ou injetada diretamente na veia. Sob a forma de crack também pode ser fumada.
Quais são as causas da dependência da cocaína?
O prazer é a maior força motriz de muitos de nossos comportamentos e consumir cocaína é uma das formas fáceis de obtê-lo. Daí a tendência a consumi-la. Conforme a tolerância à droga vai aumentando, torna-se necessário usar cada vez quantidades maiores dela para conseguir a mesma resposta eufórica. Suprimir ou reduzir a droga causa uma depressão tão severa que a pessoa é capaz de quase tudo (inclusive ilícito1 ou criminal) para obter a droga, podendo até mesmo cometer suicídio, se isso não for possível, em razão da depressão avassaladora que sobrevém.
O sistema de recompensa do cérebro2, um enorme número de feixe de fibras e conexões nervosas que produz uma enorme sensação de prazer, é ativado pela cocaína. É por esta razão que o indivíduo é tentado a voltar a consumi-la, tornando-se, assim, dependente da cocaína.
Quais são os principais sinais3 e sintomas4 da dependência da cocaína?
As pessoas dependentes de cocaína geralmente têm problemas de sono e de apetite; têm uma elevação da frequência cardíaca e respiratória, da pressão arterial5 e da temperatura corporal; espasmos6 musculares; vasoconstrição7 periférica; euforia; depressão e ânsia intensa pela droga. Tomada por um longo prazo, o vício da cocaína pode causar, entre outros, danos irreversíveis aos vasos sanguíneos8 coronarianos e cerebrais; danos no fígado9, rins10 e pulmões;11 destruição dos tecidos nasais e às vezes, perfuração do septo nasal12, se inalada; doenças infecciosas e abscessos13, se injetada; alucinações14 auditivas e táteis; disfunções sexuais e infertilidade15. As grávidas dependentes estão mais sujeitas a sofrer aborto do que as não dependentes e o feto16 pode ser prejudicado, porque a cocaína passa do organismo da mãe para o do filho. De um modo geral, as pessoas que se tornam viciadas em cocaína perdem o interesse nas outras áreas da vida.
Como o médico diagnostica a dependência da cocaína?
O diagnóstico17 da dependência à cocaína geralmente é feito a partir da história de consumo da droga e pela detecção de alguns sinais3 e sintomas4, dentre os quais sobrelevam em importância a hiperatividade, as pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca, ansiedade, comportamento errático, grandioso e hipersexual.
A cocaína pode ser dosada no sangue18 e detectada nas vísceras.
Como o médico trata a dependência da cocaína?
O tempo de ação da cocaína é muito curto, pelo que seus efeitos são passageiros, mas dado ao perigo de morte, pode ser necessário administrar-se medicamentos para baixar a pressão arterial5, diminuir a frequência cardíaca, evitar as convulsões e tratar a febre19 alta que costuma acompanhar o quadro clínico. A abstinência da cocaína requer supervisão médica porque a pessoa pode tornar-se depressiva e mesmo suicida. Para conseguir um real afastamento da droga pode ser necessária a internação num hospital ou num centro de tratamento de toxicómanos, onde os sintomas4 devem ser tratados sintomática20 ou mesmo preventivamente. O acompanhamento posterior deve ser feito com psicoterapia ou participação em grupo de autoajuda.
Quais são as complicações possíveis da dependência da cocaína?
A cocaína aumenta o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral21, convulsões ou falha respiratória, podendo qualquer um destes eventos causar morte súbita.
Doses elevadas de cocaína, acima de 1.200 gramas, mesmo que tomadas uma única vez, podem causar convulsões, derrames vasculares22 cerebrais e morte repentina.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.