Endoscopia digestiva alta: como é o exame?
O que é endoscopia1 digestiva alta?
Endoscopia1 digestiva alta é um exame endoscópico que permite ao médico visualizar diretamente ou na tela de vídeo o revestimento interno do esôfago2, estômago3 e duodeno4, bem como realizar intervenções diagnósticas e/ou terapêuticas simples.
Em que consiste o exame?
O exame é realizado por meio de um aparelho chamado endoscópio que consta, entre outras coisas, de um delgado tubo flexível de cerca de um metro de comprimento. Ele contém na sua extremidade uma microcâmera capaz de captar imagens e é introduzido através da boca5, permitindo visualizar as regiões por onde vai passando. Por esse tubo podem ser introduzidos também medicamentos e instrumentos próprios para realizar biópsias6 ou outros procedimentos terapêuticos.
Como se realiza o exame?
O preparo para o exame é muito simples: consiste em um jejum de oito horas para que a parte alta do tubo digestivo esteja completamente esvaziada, permitindo uma melhor visualização e minimizando o risco de aspiração do suco gástrico para o pulmão7.
No momento do exame é administrado ao paciente algumas gotas de medicamento contra gazes e ele deve deitar-se de lado (usualmente do lado esquerdo) em uma maca. Normalmente a garganta8 do paciente é borrifada com um spray anestésico, para evitar o reflexo de vômito9 e é aplicado um sedativo de curta duração, quase sempre por via venosa. Em alguns casos, nenhum sedativo é dado.
O tubo flexível é introduzido pela boca5 e direcionado através do vídeo para o esôfago2, estômago3 e duodeno4, respectivamente, permitindo a visualização do interior dos mesmos. Normalmente uma certa quantidade de ar é introduzida através do tubo, de modo a facilitar a visualização. Se necessário, através do mesmo tubo podem ser realizadas pequenas intervenções diagnósticas e/ou terapêuticas, como coleta de material para biópsia10, remoção de pólipos11, hemostasias12, correção de varizes13, etc.
O exame é simples e muito rápido (5 a 10 minutos) e se o paciente adormece sob ação do sedativo, muitas vezes nem chega a perceber a realização do mesmo. Ao despertar, o paciente ainda se encontra algo sonolento, levando cerca de 30 a 60 minutos para a total recuperação. Geralmente sofre amnésia14 até os minutos seguintes ao exame, incluindo o próprio exame.
O paciente deve ir ao exame acompanhado de um adulto, em virtude dos possíveis efeitos da sedação15.
Após cada endoscopia1 realizada, o aparelho deve sofrer uma rigorosa esterilização, para evitar contaminações.
Por que o médico pede o exame?
O exame permite o diagnóstico16 direto de algumas patologias do trato digestivo alto (esofagites, gastrites17, duodenites, pólipos11, úlceras18, tumores, hérnia19 de hiato) e ajuda na complementação diagnóstica de várias outras patologias que podem repercutir nesses órgãos, bem como permite intervenções diagnósticas e terapêuticas.
Quais são os efeitos secundários do exame?
Normalmente o exame é bem tolerado pelos pacientes e em geral não há nenhum tipo de sintoma20. Após o procedimento pode ocorrer uma rouquidão em virtude da anestesia21 da garganta8 ou um ligeiro dolorimento dela, em consequência do atrito com o tubo do endoscópio. Ambas as coisas, contudo, passam rapidamente e não requerem providência médica. Aconselha-se que no dia do exame o paciente não dirija nem maneje máquinas perigosas, uma vez que, embora lúcido, seus reflexos podem ainda estar alterados.
Quais são as complicações possíveis do exame?
As complicações do exame são muito raras e, quando existem, são leves e passageiras. Pode haver reações ao sedativo (euforia, confusão mental etc) ou equimose22 e inchaço23 no local da injeção24 e ligeiro incômodo devido aos gases injetados. Pessoas muito sensíveis podem apresentar tremores, náuseas25 e vômitos26, os quais quase sempre cessam rapidamente. O risco de complicações aumenta (mas continua muito baixo) quando é necessário realizar algum procedimento, como biópsia10, remoção de pólipo27, dilatação ou remoção de corpo estranho.
As complicações mais graves são sangramento e perfurações das vísceras, algumas das quais podem exigir hospitalização e cirurgia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.