Síndrome de Down. Você conhece?
O que é a síndrome de Down1?
A síndrome de Down1 ou trissomia do cromossoma 21 não é uma doença, mas uma variação cromossomial. Ela é caracterizada por uma série de sinais2 típicos, afetando o desenvolvimento físico, a estrutura corporal e as habilidades cognitivas.
Ela recebeu esse nome em homenagem ao médico britânico John Langdon Down, que a descreveu em 1862. A síndrome de Down1 está presente universalmente, em todas as raças e classes sociais e já foi descrita também em ratos e chimpanzés.
Quais as causas da síndrome de Down1?
A síndrome de Down1 é um distúrbio genético comum, ocorrendo em cerca de um a cada 800 ou 1000 nascimentos. Não se conhece com precisão a disfunção que ocasiona a síndrome de Down1, mas sabe-se que ela acontece igualmente em todas as raças, níveis culturais, sociais e econômicos.
A idade da mãe faz aumentar progressivamente o risco de ocorrência da síndrome3, de 1/1925 nascimentos em mães de 20 anos para 1/11 nascimentos em mães acima de 49 anos.
Constitui-se de um distúrbio não hereditário causado, em 95% dos casos, pela presença extra de um cromossoma 21 ou parte dele. Mais raramente, pode dever-se a outras alterações cromossomiais. Essa causa genética foi descoberta em 1958 pelo professor Jérôme Lejeune.
Como o médico diagnostica a síndrome de Down1?
Além dos dados clínicos, há testes laboratoriais que permitem chegar ao diagnóstico4. O diagnóstico4 pode ser feito ainda em fase pré-natal mediante a aminiocentese (punção do líquido amniótico5) ou a biópsia6 placentária. O diagnóstico4 laboratorial da síndrome de Down1 também pode ser feito posteriormente pelo estudo do cariótipo (estudo cromossômico), através do qual detecta-se a presença de um cromossoma 21 a mais.
Ultimamente tem sido possível fazer a previsão do risco de ter um filho com síndrome de Down1 mediante exame bioquímico de certas substâncias no sangue7 da mãe e pela realização de uma ultrassonografia8 que pode medir a prega nucal (Translucência nucal).
Quais os sinais2 e sintomas9 da síndrome de Down1?
A síndrome de Down1 geralmente pode ser identificada desde o nascimento.
Suas características corporais mais marcantes são:
- Microcefalia10 (cabeça11 pequena, geralmente associada à algum grau de deficiência mental).
- Olhos12 amendoados, com abertura oblíqua13 das pálpebras14.
- Pequeno tônus muscular15.
- Prega palmar16 transversal.
- Dedos curtos.
- Nariz17 achatado.
- Língua18 protrusa (projetada para frente, devido à pequena cavidade oral19).
- Pescoço20 curto.
- Flexibilidade excessiva nas articulações21.
- Espaço aumentado entre o hálux22 e o segundo dedo do pé.
- Eventuais defeitos cardíacos.
As pessoas com essa síndrome3 podem também ter suas habilidades cognitivas comprometidas em diferentes graus.
Algumas das características comuns da síndrome de Down1 podem estar parcialmente presentes em pessoas sem a síndrome3.
Existem condições associadas à síndrome de Down1?
As pessoas com síndrome de Down1 geralmente sofrem de outras anomalias físicas: defeitos cardíacos, atresia23 duodenal, estenose24 pilórica, fístulas25 tráqueo-esofágicas, cataratas congênitas26, glaucomas, hipotireoidismo27, fraqueza das articulações21, convulsões, alterações da audição, tendência à obesidade28, dentes pequenos, refluxo gastroesofágico29, otites30 de repetição, apneia31 do sono, etc. Como nem todas as pessoas com síndrome de Down1 padecem de todas essas condições, nem essas têm sempre a mesma intensidade, cada uma delas vive uma realidade diferente das outras. Também alguns tipos de leucemia32 e reações leucemoides incidem mais nas pessoas que têm síndrome de Down1 que na população normal.
Como se trata a síndrome de Down1?
A intervenção precoce, visando uma aprendizagem e uma estimulação melhor, pode ajudar no desenvolvimento da criança com síndrome de Down1. Hoje em dia há uma tendência de educar aquelas que tenham formas mais leves do transtorno em escolas comuns, frequentadas por crianças sem esta condição. Os acompanhamentos orgânicos variáveis devem ser objeto de tratamentos específicos.
Graças aos grandes progressos da medicina no enfretamento dessas condições intercorrentes, a expectativa de vida33 das pessoas com síndrome de Down1 vem aumentando bastante. Há 60 anos atrás essas pessoas não passavam da adolescência, mas hoje a vida média delas é de cerca de 50 anos, existindo pessoas que chegam aos 60-70 anos. A pessoa mais velha do mundo com síndrome de Down1 chegou as 73 anos de idade.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.