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Como é a assistolia? Tem jeito de prevenir?

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O que é assistolia?

Assistolia (do grego a = não; sístole1 = contração) é a ausência de sístoles e, consequentemente, de batidas cardíacas. Nem as células musculares2 cardíacas, nem o sistema de condução elétrica estão funcionando. Com isso, a circulação3 sanguínea cessa e a morte sobrevém em seguida, a menos que a condição possa ser muito rapidamente revertida. A assistolia é dita primária quando as células4 do coração5 não mais realizam seus processos metabólicos e o coração5 já não pode criar impulsos elétricos e secundária se decorre de outras doenças cardíacas ou sistêmicas.

Quais são as causas da assistolia?

A assistolia pode ser causada por vários fatores, dentre os quais podem ser citados os distúrbios do sistema de condução do impulso elétrico cardíaco, a indução anestésica, a descarga parassimpática generalizada, os distúrbios hidroeletrolíticos e a hipóxia6. Além disso, a fibrilação ventricular, a bradicardia7 progressiva e a atividade elétrica sem pulso costumam evoluir para assistolia. A assistolia pode dever-se também a um intenso estímulo vagal (estímulo do nervo vago), como os devidos à intubação orotraqueal8, vaso espasmo9 de artérias coronárias10, anestesia11 raquidiana, sangramento intracerebral, etc. Em alguns casos, a assistolia pode ser a forma inicial da parada cardiorrespiratória.

Quais são os principais sinais12 e sintomas13 da assistolia?

O paciente em assistolia sente um aperto forte e rápido na parede torácica14, fica sem pulso e sem respiração. O traçado eletrocardiográfico se torna isoelétrico, formado por uma linha reta ou, ocasionalmente, por raras ondulações, o que quer dizer ausência total de atividade elétrica e revela a cessação da atividade elétrica e mecânica do coração5.

Como o médico diagnostica a assistolia?

Na assistolia não há contrações do miocárdio15 e nenhum débito cardíaco16 ou fluxo sanguíneo, por isso não há pulsos. Ocasionalmente, alguma atividade atrial pode aparecer no monitor como ondas P sem um complexo QRS, chamado paralisação ventricular.

Como o médico trata a assistolia?

O tratamento das assistolias varia de acordo com as suas causas, mas sempre que identificado um caso de assistolia deve-se agir rapidamente e iniciar as manobras de ressuscitação cardíaca. De um modo geral, os médicos evitam aplicar o desfibrilador quando as assistolias são de causas metabólicas, porque o choque17 elétrico pode causar maiores danos ao coração5. No entanto, nas assistolias não-metabólicas, como num ataque cardíaco, por exemplo, o desfibrilador pode funcionar. O paciente também deve receber medicamentos que estimulem o coração5 até a chegada do desfibrilador ou até que o paciente dê entrada num ambiente hospitalar. O tratamento de pacientes internados pode incluir também, entre outras coisas, resfriamento do corpo que diminuem muito as demandas energéticas.

Como prevenir a assistolia?

Uma vez ocorrendo a assistolia, o risco de óbito18 é muito grande, mas existem algumas coisas que diminuem as chances de uma assistolia:

Como evolui a assistolia?

Apenas 2% ou pouco mais dos pacientes sobrevivem, mesmo após assistência adequada ou admissão em um hospital. Em geral, a assistolia é a fase final das paradas cardiorrespiratórias não atendidas adequadamente em tempo hábil.

Quais são as complicações possíveis da assistolia?

A assistolia é, em geral, o ritmo cardíaco terminal, associado ao óbito18.

As complicações pós-tratamento podem incluir costelas21 fraturadas, cortes internos e embolias, decorrentes das manobras de ressuscitação

ABCMED, 2014. Como é a assistolia? Tem jeito de prevenir?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/573907/como-e-a-assistolia-tem-jeito-de-prevenir.htm>. Acesso em: 25 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sístole: Período em que o miocárdio (músculo cardíaco) se contrai. Nesta fase, o sangue é ejetado dos ventrículos para as artérias.
2 Células Musculares: Células contráteis maduras, geralmente conhecidas como miócitos, que formam um dos três tipos de músculo. Os três tipos de músculo são esquelético (FIBRAS MUSCULARES), cardíaco (MIÓCITOS CARDÍACOS) e liso (MIÓCITOS DE MÚSCULO LISO). Provêm de células musculares embrionárias (precursoras) denominadas MIOBLASTOS.
3 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
6 Hipóxia: Estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos que pode ocorrer por diversos fatores, tais como mudança repentina para um ambiente com ar rarefeito (locais de grande altitude) ou por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde as vias respiratórias superiores até os tecidos orgânicos.
7 Bradicardia: Diminuição da freqüência cardíaca a menos de 60 batimentos por minuto. Pode estar associada a distúrbios da condução cardíaca, ao efeito de alguns medicamentos ou a causas fisiológicas (bradicardia do desportista).
8 Orotraqueal: Relativo à boca e à traqueia.
9 Espasmo: 1. Contração involuntária, não ritmada, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosa ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
10 Artérias coronárias: Veias e artérias do CORAÇÃO.
11 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Parede torácica: A parede torácica abrange a caixa torácica óssea, os músculos da caixa torácica e o diafragma. Ela abriga órgãos como o coração, pulmões e á atravessada pelo esôfago no seu trajeto em direção ao abdome.
15 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
16 Débito cardíaco: Quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta a cada minuto.
17 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
18 Óbito: Morte de pessoa; passamento, falecimento.
19 Cardiologista: Médico especializado em tratar pessoas com problemas cardíacos.
20 Marca-passo: Dispositivo implantado no peito ou no abdômen com o por objetivo de regular os batimentos cardíacos.
21 Costelas:

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