Calendário de Vacinação: o que é recomendado fazer para evitar doenças?
Qual é a finalidade das vacinas?
Desde o momento do nascimento, as pessoas são vulneráveis a infecções1 por vários germes circulantes no seu meio ambiente. Se as pessoas adoecem deles e posteriormente se curam, criam defesas, temporárias ou permanentes, que dificultam ou mesmo impedem novas infecções1 pelos mesmos agentes. No entanto, essas doenças costumam ser graves e mesmo fatais.
As vacinas “imitam” as infecções1, sem causar as doenças e, desse modo, levam os organismos a “fabricarem” as mesmas defesas contra elas. Algumas delas são elaboradas com micro-organismos atenuados ou mortos, incapazes de causar a doença, mas suficientes para gerar anticorpos2 que defendem o organismo contra elas. Assim, as vacinas são a maneira mais eficaz de evitar as doenças imunopreveníveis, como varíola, poliomielite3 (paralisia4 infantil), sarampo5, tuberculose6, rubéola7, gripe8, hepatite9 B, febre amarela10, etc., algumas delas já erradicadas do território nacional. O objetivo da vacinação é erradicar tantas quanto possíveis. No entanto, a erradicação de uma doença não quer dizer que a vacinação para ela possa ser suspensa. O fato de eliminar uma doença não significa que o germe11 causador não esteja mais circulante. Sobretudo hoje em dia, em que vivemos num mundo globalizado, tanto pode um indivíduo se deslocar para áreas onde a doença ainda exista, como pode acontecer que pessoas oriundas de regiões onde as doenças ainda não foram erradicadas carreguem os vírus12 para outras regiões.
Algumas vacinas devem ser aplicadas desde o nascimento e outras a partir de certa idade. Há as que são aplicadas de uma só vez, em dose única, e as que devem ser repetidas a períodos determinados e as que dependem de doses de reforço. Algumas delas são orais, outras injetáveis e algumas podem ser aplicadas em conjunto, dando origem ao que se costuma chamar “vacina tríplice” ou “vacina penta”, por exemplo.
Quando as vacinas devem ser tomadas?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aconselha, em condições normais, o calendário seguinte. Em situações especiais, o médico deve ser ouvido.
Em crianças:
(1) Vacina13 contra tuberculose6: BCG14 ou Bacillus Calmette-Guérin: administrar o mais precoce possível, preferencialmente após o nascimento, ainda na maternidade.
(2) Vacina13 contra hepatite9 B (recombinante): administrar preferencialmente nas primeiras doze horas após o nascimento.
(3) Vacina13 adsorvida difteria15, tétano16, pertussis e Haemophilus influenzae B (conjugada): administrar aos 2, 4 e 6 meses de idade. Para a vacina13 adsorvida difteria15, tétano16 e pertussis – DTP, são indicados dois reforços, o primeiro aos 15 meses de idade e o segundo aos 4 (quatro) anos. A idade máxima para administrar esta vacina13 é aos 6 anos 11 meses e 29 dias.
(4) Vacina13 poliomielite3 1, 2 e 3 (atenuada): administrar três doses, aos 2, 4 e 6 meses e dose de reforço aos 15 meses de idade.
(5) Vacina13 oral rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada): administrar duas doses, a primeira entre 1 mês e 15 dias e 3 meses e 7 dias; a segunda, entre 3 meses e 7 dias e 5 meses e 15 dias.
(6) Vacina13 pneumocócica 10 (conjugada): administrar 3 (três) doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade. Dose de reforço, preferencialmente, entre 12 e 15 meses de idade.
(7) Vacina13 meningocócica C (conjugada): administrar duas doses aos 3 e 5 meses de idade e dose de reforço entre 12 e 15 meses de idade.
(8) Vacina13 febre amarela10 (atenuada): administrar aos 9 (nove) meses de idade. Indicada também para os residentes ou viajantes em áreas endêmicas.
(9) Vacina13 sarampo5, caxumba17 e rubéola7: administrar duas doses, a primeira aos 12 meses de idade e a segunda aos 4 (quatro) anos de idade.
Em adolescentes e adultos:
(1) Vacina13 contra hepatite9 B (recombinante): administrar em adolescentes não vacinados ou sem comprovante de vacinação anterior, três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.
(2) Vacina13 adsorvida difteria15 e tétano16 - dT (Dupla tipo adulto): adolescente sem vacinação anteriormente ou sem comprovação de três doses da vacina13 devem tomar três doses, com intervalo de 60 dias entre as doses. Nos vacinados anteriormente com 3 (três) doses, administrar reforço, a cada dez anos após a data da última dose.
(3) Vacina13 febre amarela10 (atenuada): indicada 1 (uma) dose aos residentes ou viajantes em áreas endêmicas Administrar a vacina13 10 (dez) dias antes da data da viagem para aqueles que forem viajar para áreas endêmicas. Administrar dose de reforço, a cada dez anos após a data da última dose.
(4) Vacina13 sarampo5, caxumba17 e rubéola7 – SCR: se o adolescente comprovar ter tomado as duas doses da vacina13, deve ser considerado vacinado. Caso tenha tomado apenas uma dose, administrar a segunda dose.
Em idosos:
(1) Vacina13 contra hepatite9 B (recombinante): oferecer aos grupos vulneráveis não vacinados ou sem comprovação de vacinação anterior, conforme indicação médica.
(2) Vacina13 adsorvida difteria15 e tétano16 - dT (Dupla tipo adulto): Adultos e idosos não vacinados ou sem comprovação de três doses da vacina13, seguir o esquema de três doses. Nos vacinados anteriormente com 3 (três) doses, administrar reforço, dez anos após a data da última dose.
(3) Vacina13 febre amarela10 (atenuada): para os viajantes que se deslocarem para áreas ou países em situação epidemiológica de risco.
(4) Vacina13 sarampo5, caxumba17 e rubéola7 – SCR: administrar 1 (uma) dose em mulheres de 20 (vinte) a 49 (quarenta e nove) anos de idade e em homens de 20 (vinte) a 39 (trinta e nove) anos de idade que não apresentarem comprovação vacinal anterior.
(5) Vacina13 influenza18 sazonal (fracionada, inativada): vacinar anualmente. O Ministério da Saúde19 oferece a vacinação gratuita durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso.
(6) Vacina13 pneumocócica 23-valente (polissacarídica): administrar 1 (uma) dose anualmente, juntamente com a vacina13 influenza18 sazonal nos indivíduos de 60 anos ou mais que vivem em instituições fechadas como casas geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas 1 (um) reforço 5 (cinco) anos após a dose inicial.
Novidades sobre a vacinação de crianças
A partir do segundo semestre de 2012 a vacina13 pentavalente (difteria15, tétano16, coqueluche20, Haemophilus influenza18 tipo B e hepatite9 B) foi incluída no calendário vacinal da criança. As crianças serão vacinadas aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade. Com o novo esquema, além da pentavalente, a criança deverá manter os dois reforços com a vacina13 DTP (difteria15, tétano16, coqueluche20). O primeiro a partir dos 12 meses e o segundo, entre 4 e 6 anos. Além disso, os recém-nascidos continuam a receber a primeira dose da vacina13 contra a hepatite9 B nas primeiras 12 horas de vida para prevenir a transmissão vertical. Em quatro anos, o Ministério da Saúde19 deverá transformar a vacina13 pentavalente em heptavalente, com a inclusão das vacinas inativada contra a poliomielite3 e a meningite21 C conjugada.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.