Sexo anal: existem riscos?
Há perigos no sexo anal?
O sexo anal corresponde à penetração do ânus1 pelo pênis2 ou por algum outro objeto. É impossível rastrear seu surgimento ao longo do tempo e mais correto seria dizer que ele “existe desde sempre”. Essa prática é mais utilizada por parceiros homossexuais masculinos, mas é também frequente entre certo número de mulheres heterossexuais, que toleram ou mesmo demonstram preferência por essa prática em relação à penetração vaginal.
Algumas pessoas podem ter o vício de introduzir objetos no ânus1 ou fazem isso esporadicamente, o que aumenta os riscos de produzirem lesões3 no ânus1 ou reto4. Praticado de forma correta e não violenta, o sexo anal pode ser uma fonte de prazer para ambos os parceiros e não encerra perigos ou efeitos deletérios. A região anal é extremamente enervada, o que torna prazerosa a sua estimulação, tanto em homens como em mulheres. Neles, a concomitante estimulação da próstata5 adiciona mais prazer e o mesmo acontece nas mulheres pela estimulação indireta da mucosa6 vaginal.
No entanto, para que o sexo anal seja uma prática saudável, alguns pontos devem ser observados como, aliás, acontece com as demais modalidades sexuais.
Quais são os perigos do sexo anal?
Há três tipos de riscos envolvendo o sexo anal: (1) o risco de infecções7, (2) o risco de danos físicos ao ânus1 e ao reto4 e (3) o risco da transmissão de doenças.
Quanto ao primeiro ponto, deve-se ter em conta a altíssima concentração de microrganismos no ânus1 e nas suas vizinhanças. Isso torna possível que tanto o próprio pênis2 seja infectado como que a infecção8 se espalhe regionalmente, ou seja, que aconteça de ser carreada para áreas mais distantes do corpo.
Os riscos de danos físicos se devem ao fato de que o ânus1 e o reto4 são estruturas constitucionalmente frágeis que podem sofrer lacerações, rupturas, sangramentos, hemorroidas9, fissuras10 e prolapsos (exteriorização da mucosa6 do reto4), em virtude dos atritos representados pelo sexo anal. Será ainda pior se estes órgãos já forem portadores de lesões3 anteriores, por outras causas (fístulas11, infecções7, lacerações, etc). Essas lesões3 são mais possíveis se há penetrações forçadas, violentas, sem lubrificação e naquelas feitas por objetos excessivamente largos ou quando a sensibilidade anal estiver diminuída devido, por exemplo, ao uso de álcool ou de outras drogas.
O reto4 também é uma importante porta de entrada para as chamadas “doenças sexualmente transmissíveis”. Ele é uma área com grande concentração de glóbulos brancos, sobretudo linfócitos T, que albergam os vírus12 etiológicos daquelas doenças. Além disso, uma das funções do reto4, como de todo o intestino grosso13, é reabsorver a água, o que faz com grande capacidade. Por isso, o sêmen14 ali depositado e seus conteúdos representam uma combinação bombástica para a transmissão dos vírus12, nos dois sentidos.
O sexo anal receptivo, sem proteção, é a prática sexual mais arriscada em matéria de transmissão do HIV15. Além do HIV15, a mais grave e célebre das doenças sexualmente transmissíveis, outras doenças podem ser transmitidas através do sexo anal, como o papilomavírus humano (HPV), hepatites16 A, B e C, amebíase, gonorreia17, herpes, pediculose pubiana18 (doença causada pelo Phthirus pubis19 ou Chato), sífilis20 e até tuberculose21.
Como evitar os perigos do sexo anal?
Algumas regras devem ser observadas no sentido de evitar os perigos do sexo anal:
- Não introduzir no ânus1 objetos de diâmetros exagerados.
- A introdução no ânus1 do pênis2 (ou eventualmente de um objeto) deve ser feita de modo cuidadoso e vagaroso e, de preferência, lubrificado com uma substância neutra, escorregadia e solúvel em água (cuidado: algumas substâncias podem danificar o látex da camisinha!).
- A movimentação do pênis2 no interior do reto4 deve ser feita de modo a evitar movimentos bruscos ou violentos.
- A camisinha deve sempre ser usada para evitar a transmissão de doenças.
- Não praticar sexo vaginal ou oral em seguida ao sexo anal sem a devida higiene, devido aos riscos de carrear infecções7 para a vagina22 e para a região oral.
Quais são as complicações possíveis do sexo anal?
Quando esta atividade sexual é executada de forma repetida, é possível a perda do controle esfincteriano23 e consequente incontinência24 anal pela inserção no ânus1 de objetos muito largos.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.