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Alcalose: como ela é?

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O que é alcalose1?

É a condição causada por um excesso de substâncias básicas (alcalinas) nos fluidos corporais, motivando um pH sanguíneo elevado. O pH normal do sangue2 gira em torno de 7,45. A alcalose1 é o oposto da acidose3, que é o excesso de substâncias ácidas nos fluidos corporais. Há dois tipos de alcalose1: metabólica e respiratória, podendo haver uma combinação de ambas.

Quais são as causas da alcalose1?

Os pulmões4, através da respiração, e os rins5, através da filtração glomerular, mantêm o equilíbrio apropriado dos produtos químicos chamados ácidos e básicos no organismo. A diminuição do nível de dióxido de carbono (um ácido) ou o aumento de bicarbonato (uma base) fazem o organismo tornar-se muito alcalino, gerando uma condição chamada de alcalose1.

A alcalose1 respiratória é causada por níveis baixos de dióxido de carbono no sangue2, o que pode ser devido à febre6, mal-estar em altas altitudes, falta de oxigênio, doença hepática7 ou pulmonar ou intoxicação por salicilato.

A alcalose1 metabólica é causada por excesso de bicarbonato no sangue2, o que pode ocorrer por causa de determinadas doenças renais. A alcalose1 metabólica hipoclorêmica é causada por uma deficiência ou perda extrema de cloreto, como pode ocorrer com vômitos8 persistentes. A alcalose1 metabólica hipopotassêmica é causada pela resposta renal9 para uma deficiência ou perda extrema de potássio, que pode acontecer quando a pessoa toma certos diuréticos10.

A alcalose1 compensada ocorre quando o corpo retorna o equilíbrio ácido-base ao normal nos casos de alcalose1, mas os níveis de bicarbonato e dióxido de carbono permanecem anormais.

Qual é a fisiopatologia11 da alcalose1?

A alcalose1 respiratória pode ser devida a um desequilíbrio ácido/básico resultante de hiperventilação, por exemplo. Na alcalose1 metabólica esse desequilíbrio pode ser causado pela perda de ácido clorídrico12 do estômago13, uso de diuréticos10, desidratação14 grave, distúrbios endócrinos e consumo excessivo de álcalis.

Quais são as principais características clínicas da alcalose1?

Os principais sintomas15 da alcalose1 são confusão mental, que pode progredir para estupor ou coma16, tremor das mãos17, tontura18, contrações musculares, náuseas19, vômitos8, dormência20 ou formigamento na face21, mãos17 ou pés e tetania22 (espasmos23 musculares prolongados). A alcalose1 metabólica, por ser geralmente acompanhada de nível baixo de potássio, ocasiona, por exemplo, fraqueza, dores, cãibras e espasmos23 musculares.

Como o médico diagnostica a alcalose1?

O diagnóstico24 deve partir de uma história clínica que levante os sintomas15, de um detalhado exame físico e de exames laboratoriais que incluam uma gasometria arterial e testes de painel metabólico básico para confirmar alcalose1 e determinar se ela é respiratória ou metabólica. Outros exames para determinar a causa da alcalose1 podem ser exame de urina25, inclusive a determinação do pH da urina26. Uma alcalemia (presença de alcalinidade no sangue2) ocorre quando o pH do soro27 é maior do que o normal, ou seja, 7,45 ou superior.

Como o médico trata a alcalose1?

O tratamento da alcalose1 dependerá da sua causa. Para a alcalose1 causada por hiperventilação, a respiração em um saco fechado, de papel ou plástico, permite que o indivíduo possa reter mais dióxido de carbono no corpo, o que pode melhorar a alcalose1.

Os medicamentos podem ser necessários para corrigir a perda de produtos químicos, tais como cloreto de potássio. Além disso, o médico deve monitorar temperatura, pulso, respiração e pressão arterial28 de todos os pacientes com este quadro.

Como evolui a alcalose1?

A maioria dos casos de alcalose1 responde bem aos tratamentos.

Como prevenir a alcalose1?

A prevenção da alcalose1 também depende da sua causa. Normalmente, as pessoas com rins5 e pulmões4 saudáveis não têm alcalose1 grave.

Quais são as complicações possíveis da alcalose1?

Sem tratamento ou com um tratamento inadequado, as complicações da alcalose1 podem incluir arritmias29 cardíacas, coma16 e desequilíbrio eletrolítico.

 

ABCMED, 2016. Alcalose: como ela é?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/820749/alcalose-como-ela-e.htm>. Acesso em: 11 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Alcalose: Desequilíbrio do meio interno, produzido por uma diminuição na concentração de íons hidrogênio ou aumento da concentração de bases orgânicas nos líquidos corporais.
2 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
3 Acidose: Desequilíbrio do meio interno caracterizado por uma maior concentração de íons hidrogênio no organismo. Pode ser produzida pelo ganho de substâncias ácidas ou perda de substâncias alcalinas (básicas).
4 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
5 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
6 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
7 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
8 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
9 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
10 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
11 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
12 Ácido clorídrico: Ácido clorídrico ou ácido muriático é uma solução aquosa, ácida e queimativa, normalmente utilizado como reagente químico. É um dos ácidos que se ioniza completamente em solução aquosa.
13 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
14 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
15 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
17 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
18 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
19 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
20 Dormência: 1. Estado ou característica de quem ou do que dorme. 2. No sentido figurado, inércia com relação a se fazer alguma coisa, a se tomar uma atitude, etc., resultando numa abulia ou falta de ação; entorpecimento, estagnação, marasmo. 3. Situação de total repouso; quietação. 4. No sentido figurado, insensibilidade espiritual de um ser diante do mundo. Sensação desagradável caracterizada por perda da sensibilidade e sensação de formigamento, e que geralmente ocorre nas extremidades dos membros. 5. Em biologia, é um período longo de inatividade, com metabolismo reduzido ou suspenso, geralmente associado a condições ambientais desfavoráveis; estivação.
21 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
22 Tetania: Espasmos e contraturas dos músculos das mãos e pés, e menos freqüentemente dos músculos da face, da laringe (cordas vocais) e da coluna vertebral. Inicialmente, são indolores; mas tendem a tornar-se cada vez mais dolorosos. É um sintoma de alterações bioquímicas do corpo humano e não deve ser confundida com o tétano, que é uma infecção. A causa mais comum é a hipocalcemia (nível baixo de cálcio no sangue). Outras causas incluem hipocalemia (nível baixo de potássio no sangue), hiperpnéia (frequência respiratória anormalmente profunda e rápida, levando a baixos níveis de dióxido de carbono), ou mais raramente de hipoparatiroidismo (atividade diminuída das glândulas paratiróides). Recentemente, considera-se que a hipomagnesemia (nível baixo de magnésio no sangue) é também um dos fatores causais desta situação clínica.
23 Espasmos: 1. Contrações involuntárias, não ritmadas, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosas ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
24 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
25 Exame de urina: Também chamado de urinálise, o teste de urina é feito através de uma amostra de urina e pode diagnosticar doenças do sistema urinário e outros sistemas do organismo. Alguns testes são feitos em uma amostra simples e outros pela coleta da urina durante 24 horas. Pode ser feita uma cultura da urina para verificar o crescimento de bactérias na urina.
26 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
27 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
28 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
29 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
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