O zika vírus, a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré
O que é o zika vírus1?
O zika vírus1 foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. A infecção2 pelo vírus1 causa uma febre3 aguda e sintomas4 assemelhados à dengue5 e à febre3 Chikungunya, embora mais brandos. O zika vírus1 é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Aedes, tais como Aedes aegypti, que também transmite a dengue5 e a febre3 Chikungunya.
A doença transmitida pelo zika vírus1 é caracterizada por exantema6 maculopapular7 pruriginoso, febre3 intermitente8, hiperemia9 conjuntival não purulenta10 e sem prurido11, dores articulares (artralgias12), mialgia13 e dor de cabeça14. Apresenta evolução benigna e os sintomas4 geralmente desaparecem espontaneamente após três a sete dias.
Apesar da doença costumar evoluir de forma benigna, com febre3, coceira e dores musculares, ela preocupa pela possibilidade da associação do vírus1 com outras doenças. Uma epidemia incomum de microcefalia15 no Nordeste Brasileiro fez suspeitar da relação entre o zika vírus1 e a enfermidade, embora essa relação nunca tenha sido apontada antes.
O que é a microcefalia15?
A microcefalia15 é uma condição em que a cabeça14 e o cérebro16 das crianças são menores que o normal esperado para o seu estágio de desenvolvimento. Geralmente, ocorre quando a cabeça14 do bebê recém-nascido a termo é menor que 33 centímetros, em seu perímetro. Isto ocorre porque os ossos da cabeça14 se unem muito cedo, impedindo que o cérebro16 cresça normalmente.
A microcefalia15 é uma doença grave, que não tem cura e que pode levar a problemas significativos do desenvolvimento psicomotor17, com atraso mental, déficit intelectual, paralisias, convulsões, autismo e rigidez dos músculos18. Até aqui se conhecia várias causas de microcefalia15, mas elas não incluíam a infecção2 materna pelo zika vírus1.
Quais são as relações entre o zika vírus1 e a microcefalia15?
O Ministério da Saúde19 já confirmou a relação do zika com a microcefalia15, depois da constatação de um número muito elevado de casos na região Nordeste do Brasil e investiga também uma possível relação da enfermidade com a síndrome20 de Guillain-Barré.
Como a constatação do vírus1 é muito recente, ainda não se sabe como o vírus1 atua no organismo humano, quais mecanismos levam à microcefalia15 e qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Por isso, o Ministério da Saúde19 tem orientado as mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar a procurar evitar as picadas de insetos, evitando horários e lugares com presença de mosquitos, a usar roupas que protejam a maior parte do corpo, usar repelentes e permanecer em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção ou mosquiteiros. O que se conhece sobre a relação entre o vírus1 zika e a microcefalia15 é insuficiente para determinar se há risco de engravidar logo depois de se curar de uma infecção2 pelo vírus1.
Ainda não há vacina21 nem tratamento específico para a doença. A doença deve ser tratada sintomaticamente, para controle da febre3 e da dor. O uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias22. A principal prevenção da febre3 do zika vírus1 consiste em evitar a picada pelo mosquito transmissor.
O que é a síndrome20 de Guillain-Barré?
A Síndrome20 de Guillain-Barré é uma doença autoimune23 que ocorre quando o sistema imunológico24 do corpo ataca por engano partes do próprio sistema nervoso25. Isso leva à inflamação26 dos nervos e provoca formigamentos, fraquezas musculares e até mesmo paralisias de braços, pernas, face27 e musculatura respiratória. Na maioria dos casos (85%) esses sintomas4 são transitórios.
Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum entre adultos mais velhos. Geralmente, a doença aparece alguns dias ou semanas após uma infecção2 do trato respiratório ou digestivo e, raramente, após cirurgia. A relação da enfermidade com alguns tipos de vírus1 já era conhecida, mas não com o zika vírus1. Não existe cura para a síndrome20 de Guillain-Barré, mas há muitos tratamentos disponíveis para ajudar a reduzir os sintomas4, tratar as possíveis complicações e acelerar a recuperação do paciente.
Qual é a relação do zika vírus1 com a síndrome20 de Guillain-Barré?
Alguns estados do Nordeste do Brasil que enfrentam infecções28 pelo vírus1 zika têm observado um aumento incomum, embora pequeno, dos casos da síndrome20 de Guillain-Barré. Contudo, a correlação entre o zika vírus1 e a síndrome20 de Guillain-Barré ainda não se acha completamente confirmada, embora seja muito provável.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.