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Colesteatoma: o que é?

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O que é colesteatoma?

O colesteatoma é um crescimento progressivo do epitélio1 escamoso2 queratinizado que toma o ouvido médio3 e/ou o processo mastoide4. Embora não seja de natureza cancerosa, o colesteatoma pode causar problemas de grande significação por causa de suas propriedades erosivas e expansivas que podem resultar na destruição dos ossículos do ouvido médio3 e na propagação para a base do crânio5. Como o colesteatoma está cronicamente infectado, o ouvido se apresenta com um corrimento constante. Mais comumente o colesteatoma é adquirido devido a uma otite6 mal resolvida, mas também pode ser congênito7.

Quais são as causas do colesteatoma?

O colesteatoma adquirido se dá através de perfuração ou invaginação da membrana timpânica8 em virtude de uma otite6 média mal resolvida. No colesteatoma congênito7 o tumor9 cresce dentro do ouvido médio3 e a membrana timpânica8 é mantida intacta. Não se conhece ainda inteiramente a causa do colesteatoma congênito7.

Quais são os principais sinais10 e sintomas11 do colesteatoma?

A quase totalidade (98%) dos pacientes com colesteatoma tem infecção12, secreção auricular constante e perda auditiva no ouvido afetado. Outros sintomas11 podem ser dor, perda do equilíbrio, zumbido, dor de cabeça13 e sangramento. Em raros casos, a enzima14 produzida pelo colesteatoma pode erodir o osso que separa o ouvido do cérebro15, levando a um abscesso16 ou à septicemia17. Tanto o tipo adquirido como o congênito7 podem afetar o nervo facial18 que passa pelo ouvido interno19 e médio e causar fraqueza muscular das áreas inervadas por ele. O colesteatoma congênito7 já se manifesta em crianças pequenas e a perda da audição relacionada com ele pode ser mínima. O colesteatoma adquirido aparece em crianças mais velhas ou em adultos e a perda auditiva comumente é mais significativa.

Como o médico diagnostica o colesteatoma?

O diagnóstico20 do colesteatoma pode ser feito por meio de um minucioso histórico clínico do paciente, acompanhado pelo exame físico. Uma otoscopia (exame do ouvido) que examine a membrana timpânica8 pode evidenciar com facilidade a presença do colesteatoma adquirido. Já no colesteatoma congênito7 a observação é mais complicada, porque nesta situação a membrana timpânica8 permanece intacta. Em alguns casos podem ser necessários exames de imagem como radiografias, tomografias computadorizadas ou ressonâncias magnéticas para permitir a avaliação e a extensão do tumor9.

Como o médico trata o colesteatoma?

O tratamento radical para o colesteatoma é cirúrgico, visando remover o tumor9 de maneira permanente e reconstruir as funções normais das estruturas que tenham sido afetadas.

Como prevenir o colesteatoma?

Não há como prevenir o colesteatoma congênito7. O colesteatoma adquirido pode ser prevenido evitando-se os fatores desencadeantes.

Como evolui o colesteatoma?

O colesteatoma evolui continuamente e o crescimento ininterrupto do tumor9 pode resultar na corrosão de partes do ouvido médio3 e de seus ossículos, invadindo a mastoide21, bem como como pode reaparecer, mesmo depois de cirurgicamente extirpado.

Quais são as complicações possíveis do colesteatoma?

Se não for adequadamente tratado, o colesteatoma pode destruir os três ossículos do ouvido médio3 (martelo22, bigorna e estribo) e levar à deterioração nervosa, surdez, vertigem23, perda do equilíbrio, perda auditiva, abscessos24 cerebrais e septicemia17.

ABCMED, 2015. Colesteatoma: o que é?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/745002/colesteatoma-o-que-e.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Epitélio: Uma ou mais camadas de CÉLULAS EPITELIAIS, sustentadas pela lâmina basal, que recobrem as superfícies internas e externas do corpo.
2 Escamoso: Cheio ou coberto de escamas, ou seja, de pequenas lâminas epidérmicas que se desprendem espontaneamente da pele.
3 Ouvido médio: Atualmente denominado orelha média, é constituído pela membrana timpânica, cavidade timpânica, células mastoides, antro mastoide e tuba auditiva. Separa-se da orelha externa através da membrana timpânica e se comunica com a orelha interna através das janelas oval e redonda.
4 Processo mastoide: Projeção arredondada do osso temporal localizada logo abaixo do meato acústico (canal no osso temporal que leva à orelha média) e serve de ponto de fixação para vários músculos do pescoço.
5 Base do Crânio: Região inferior do crânio consistindo de uma superfície interna (cerebral) e uma superfície externa (basal).
6 Otite: Toda infecção do ouvido é chamada de otite.
7 Congênito: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
8 Membrana Timpânica: Membrana semi-transparente (oval), que separa da cavidade timpânica (ORELHA MÉDIA) o Meato Acústico Externo. Contém três camadas
9 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
10 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
11 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
12 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
13 Cabeça:
14 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
15 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
16 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
17 Septicemia: Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea. Geralmente ela ocorre a partir de outra infecção já existente.
18 Nervo facial:
19 Ouvido interno: Atualmente denominado orelha interna está localizado na porção petrosa do osso temporal, recebe terminações nervosas do nervo coclear e vestibular, sendo parte essencial dos órgãos da audição e equilíbrio. É constituído de três estruturas: labirinto membranoso (endolinfático), labirinto ósseo (perilinfático) e cápsula ótica.
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Mastoide: Base do osso temporal situado por detrás da orelha.
22 Martelo: O maior dos ossículos da audição, o qual se encontra fixado à membrana do tímpano (MEMBRANA TIMPÂNICA). Sua cabeça, em formato de martelo, articula-se com a BIGORNA.
23 Vertigem: Alucinação de movimento. Pode ser devido à doença do sistema de equilíbrio, reação a drogas, etc.
24 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
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