Colite pseudomembranosa: conceito, causas, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento
O que é colite1 pseudomembranosa?
A colite1 pseudomembranosa é uma inflamação2 do cólon3 produzida por uma toxina4 liberada pela bactéria5 Clostridium difficile que causa a aparição, no interior do órgão, de placas6 esbranquiçadas chamadas pseudomembranas, aderidas às paredes do cólon3. Essa condição quase sempre aparece em pessoas tratadas previamente com antibióticos e naquelas debilitadas ou internadas em hospitais.
Quais são as causas da colite1 pseudomembranosa?
A colite1 pseudomembranosa é causada pela proliferação intestinal da bactéria5 Gram positiva, comensal7 do trato gastrointestinal, chamada Clostridium difficile. Alguns fatores de risco são: uso de múltiplos antibióticos, cirurgia gastrointestinal prévia, alimentação por sonda, pessoas idosas e imunodeprimidas. Os esporos8 formados a partir dessas bactérias são muito difíceis de serem eliminados, podendo permanecer em hospitais durante meses e serem uma importante fonte de surtos hospitalares da doença. Os riscos da enfermidade aumentam com a idade, mas os adultos jovens e as crianças também podem ser afetados.
Qual é a fisiopatologia9 da colite1 pseudomembranosa?
O uso intensivo de qualquer antibiótico, mas especialmente daqueles de amplo espectro, faz com que a flora microbiana normal do intestino se altere. Quando o antibiótico destrói as bactérias competitivas no intestino, o Clostridium difficile tem menor competição pelo espaço e pelos nutrientes do cólon3 e pode proliferar exageradamente, liberando a toxina4 que causa a intensa diarreia10 da colite1 pseudomembranosa. A bactéria5 não atinge diretamente a parede intestinal, mas a toxina4 liberada por ela tem ação inflamatória sobre a parede, o que desencadeia a diarreia10.
Quais são os principais sinais11 e sintomas12 da colite1 pseudomembranosa?
A principal manifestação da colite1 pseudomembranosa é uma intensa diarreia10 aquosa, mal cheirosa, esverdeada ou sanguinolenta13, que pode chegar a quinze ou mais evacuações por dia. Febre14 com leucocitose15 e dores abdominais ocorrem numa certa porcentagem de casos e esses sintomas12 podem, mesmo, preceder a diarreia10. Como decorrência da diarreia10, ocorre uma severa desidratação16. Na colite1 pseudomembranosa os sintomas12 tendem a ser mais importantes que na colite1 simples. Em geral, esses sintomas12 se iniciam no período durante o uso de antibióticos ou alguns dias depois deles terem sido suspensos, mas em alguns casos a manifestação pode ocorrer até dez dias depois.
Como o médico diagnostica a colite1 pseudomembranosa?
O diagnóstico17 da colite1 pseudomembranosa deve partir da história de um grande número de evacuações por dia em pessoa que esteja em uso atual ou tenha estado em uso recente de antibióticos. O principal exame para o diagnóstico17 da enfermidade é o teste de citotoxina, feito em amostra de fezes, ou a detecção do micro-organismo, embora alguns pacientes possam portar a bactéria5 sem ter a doença. Geralmente há grande leucocitose15 nas fezes. Radiografias de abdome18 podem mostrar dilatação de alças intestinais, níveis hidroaéreos e espessamento da parede intestinal. A colonoscopia19 deve ser evitada, pelo alto risco de perfuração intestinal, mas quando realizada, o achado de pseudomembranas é um sinal20 patognomônico21. Pode também, se necessário, realizar-se uma biópsia22 da parede intestinal, mas isso aumenta ainda mais o risco de perfuração. O diagnóstico17 diferencial deve ser feito com as infecções23 por outras bactérias que podem levar a diarreias associadas com antibióticos e diarreias não infecciosas.
Como o médico trata a colite1 pseudomembranosa?
Nos casos mais leves pode bastar suspender o antimicrobiano desencadeador, mas nos casos mais graves tem-se de administrar metronidazol oral ou vancomicina e probióticos24. Além disso, devem ser aplicadas medicações sintomáticas e fazer a reidratação, em virtude da perda de líquidos e eletrólitos25 ocasionada pela diarreia10. Nenhum medicamento antiperistáltico deve ser usado, pois eles podem prolongar a doença ao manterem a toxina4 no interior do intestino.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.