Atendimento de urgência: o que é importante saber basicamente?
O que você deve observar em um atendimento de urgência1/emergência2?
Se você tiver de atender uma vítima em situação de urgência1/emergência2, antes de tudo procure manter a calma; agindo calmamente você erra menos e aumenta a eficiência de suas ações. No entanto, agir com calma não significa agir lentamente, significa não transtornar-se emocionalmente. Note que a maior ameaça pode já ter passado. Agora trata-se de socorrer a vítima. Um socorro apressado e inadequado pode prejudicá-la ou até mesmo matá-la. Avalie os riscos para você e sua equipe, se for o caso. É importante que não haja novas vítimas.
Lembre-se: na situação, você é socorrista, não heroi. Saiba que segundo a declaração dos direitos das crianças, da Organização das Nações Unidas (ONU), as crianças devem ter prioridade de atendimento nas situações de urgência1/emergência2. Quem presta socorros de urgência1/emergência2 à vítima de um evento grave deve seguir o método americano de cuidados conhecido por ABCD, que estabelece a ordem de prioridades em que a vítima deve ser assistida:
- Airways (vias aéreas): verificar se as vias aéreas estão livres. Se não, procure desimpedi-las.
- Breathing (respiração): verificar se a vítima está respirando. Se não, praticar respiração artificial3, boca4-a-boca4 ou através de meios mecânicos, se for possível.
- Circulation (circulação5 sanguínea): verificar se há pulso e se o coração6 está batendo. Se não, proceder a massagens cardíacas.
- Disabity (outras incapacidades): proceder a outras avaliações do paciente. Verificar se ele está lúcido e se tem suas funções sensoriais preservadas, se há hemorragias7, etc.
Note, portanto, que o primeiro alvo de preocupação deve ser a respiração, depois a circulação5 e a seguir as atividades fisiológicas8. Dedique-se unicamente à vítima; deixe que outras pessoas busquem socorro. Procure afastar os curiosos. Recrute alguém para auxiliá-lo, porque várias providências requerem mais de uma pessoa. Em caso de mais de uma vítima, dê prioridade às crianças e às pessoas que estejam mais graves. Retire dentadura, óculos, brincos, roupas, cintas apertadas e outros adereços da vítima, deixando-a o mais confortável possível. Lembre-se de que seu socorro ainda não é o tratamento que a vítima precisa e que você está apenas adotando algumas providências enquanto espera tratamento.
Se a vítima estiver inconsciente, depois de verificar os itens ABCD antes referidos, deite-a de lado e dobre o braço dela que esteja mais perto de você, de maneira que a mão9 fique próxima da cabeça10. Então cruze o outro braço ao longo do peito11 de modo que as duas mãos12 da vítima possam ser seguras por uma de suas mãos12. Usando sua outra mão9 puxe a perna mais distante da vítima para frente e dobre um pouco o joelho dela e puxe-a em sua direção. Distenda a cabeça10 dela ligeiramente para trás, esticando o pescoço13. Esta posição permitirá que ela respire facilmente e evitará que engasgue ou aspire eventuais vômitos14.
Toda vítima de uma situação de urgência1/emergência2 deve a seguir ser encaminhada a um serviço médico, para avaliação. Em alguns casos, como nas fraturas por acidentes automobilísticos, por exemplo, a melhor assistência consiste em velar a vítima, sem fazer nada. Evite sacudi-la, chamar alto por ela, jogar água fria ou tomar qualquer outra medida mais ou menos agressiva. Evite também arrastar, carregar ou movimentar a vítima. Se ela houver sofrido lesões15 na coluna qualquer movimentação inadequada pode deixa-la paralítica ou mesmo matá-la. Outras vezes, é essencial que algumas manobras suas sejam vigorosas, embora devam sempre ser efetuadas com delicadeza. Em muitos casos o que não deve ser feito é mais importante do que o que se deve fazer. Você pode salvar vidas ou causar mortes. Nunca faça suposição de que a vitima morreu até que um médico declare isso, se for o caso.
Quais são as providências mais gerais no atendimento de urgência1/emergência2?
O conjunto de todas as situações de urgência1/emergência2 é inimaginável e inabarcável e assim também as providências que devem ser adotas para fazer-lhes frente. Contudo, há situações que demandam providências gerais como respiração boca4-a-boca4 e reanimação cardíaca.
- Deite a vítima sobre uma superfície rígida, com a cabeça10 ligeiramente voltada para trás, de forma que o pescoço13 fique esticado. Isso facilita a aeração.
- Abaixe a língua16 da vítima e certifique-se de que as vias respiratórias dela estejam desobstruídas. Caso contrário, procure desobstrui-las.
- Feche completamente o nariz17 da vítima, pressionando-o com o polegar e o indicador, em forma de pinça.
- Encha seus pulmões18 de ar, fazendo uma vigorosa inspiração19.
- Aplique firmemente seus lábios sobre a boca4 da vítima e sopre o ar que você inalou para dentro da boca4 dela.
- Repita esse ato com uma frequência de cerca de quinze vezes por minuto.
- Faça isso até que a vítima volte a respirar ou que chegue o socorro.
- Coloque a vítima sobre uma superfície rígida, com as pernas levantadas (sobre uma cadeira, por exemplo).
- Coloque uma das mãos12 sobre o peito11 da vítima, mais ou menos sobre o coração6.
- Coloque a outra mão9 sobre a primeira, entrelaçando os dedos.
- Alternativamente, pressione com força e alivie a pressão, fazendo o osso esterno20 rebaixar-se por quatro ou cinco centímetros, repetindo esse ato cerca de oitenta vezes por minuto, até que o coração6 volte a bater ou até que chegue o socorro.
- Em casos que a vítima também não esteja respirando, alterne quinze compressões com duas respirações boca4-a-boca4.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.