O que é a filariose ou elefantíase? Tem como evitar?
O que é filariose?
A filariose (ou filaríase), popularmente chamada de elefantíase, é uma doença tropical infecciosa, causada por um parasita1 nematoide, a filária. Em 2004, segundo a Organização Mundial de Saúde2 (OMS), a filariose afetava cerca de 120 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais úmidas, de temperaturas altas dos continentes africano e asiático, especialmente onde não havia tratamento apropriado de água e esgoto. Esse número vem decrescendo e a OMS planeja eliminar a filariose do mundo até 2020.
No Brasil, as regiões norte e nordeste são as mais afetadas e o principal verme causador é a Wuchereria bancrofti. Há espécies de filárias diferentes dessa, que afetam os homens, e ainda outras, que acometem os animais. Ela é transmitida pela picada de mosquitos e o homem é o seu hospedeiro definitivo.
Ha três tipos de filariose: filariose linfática, filariose subcutânea3 e filariose da cavidade serosa.
Quais são as causas da filariose?
A filariose linfática acomete o sistema e os gânglios linfáticos4 obstruindo-os, causando edema5 linfático6 e, em casos crônicos, levando à doença conhecida como elefantíase. Ela é causada por diversos tipos de filárias.
A filariose subcutânea3 é causada por outros tipos de filárias, as quais ocupam a camada subcutânea3 de gordura7.
Na filariose da cavidade serosa tipos diferentes de filárias ocupam a cavidade serosa do abdome8.
Em todos esses casos, os transmissores são insetos sugadores de sangue9 (no Brasil, mosquitos do gênero Culex – pernilongos ou muriçocas - ou Anopheles) que se infectam quando picam pessoas doentes. No que diz respeito à forma linfática, as larvas das filárias dirigem-se da corrente sanguínea para os vasos linfáticos, onde se maturam e após cerca de oito meses começam a produzir microfilárias que surgem no sangue9 e em outros órgãos.
Quais são os principais sinais10 e sintomas11 da filariose?
O sintoma12 mais ostensivo da filariose linfática (a forma mais comum) é a chamada elefantíase, um engrossamento e alteração da pele13 que afeta geralmente os membros inferiores, conferindo a eles um aspecto de pata de elefante, o qual surge quando o parasita1 obstaculiza a circulação linfática14.
O período de incubação15 da doença varia entre um e vários meses. Grande número de casos permanece assintomático por longo tempo, contudo o indivíduo contaminado pode, mesmo assim, disseminar a infecção16 através dos mosquitos que o picam geralmente à noite. Em seguida à contaminação podem ocorrer sintomas11 como: febre17; náuseas18 e mal-estar; calafrios19; sensibilidade dolorosa; vermelhidão ao longo dos vasos linfáticos; inchaço20 dos gânglios linfáticos4. Por vezes pode haver também lesões21 genitais em homens e mulheres. Com o tempo, a presença de filárias adultas no interior dos vasos linfáticos causa fibrose22 e obstrução dos mesmos, levando ao acúmulo de linfa23, dilatação de vasos alternativos, espessamento da pele13 e à formação de nódulos palpáveis. Alguns anos depois, essa condição conduz a um aumento grotesco de volume das regiões afetadas, principalmente pernas e escroto24. As pernas podem tornar-se grossas, assumindo um aspecto semelhante a patas de elefante.
Como o médico diagnostica a filariose?
Há vários meios de diagnosticar a filariose. A filariose linfática estabelecida pode ser diagnosticada simplesmente pela observação das lesões21. A doença inicial pode ser suspeitada pela historia clínica que levante as possíveis contaminações. Afora isso, o médico pode proceder à busca direta de microfilárias no sangue9; busca de vermes adultos em biópsias25 de linfonodos26 ou ultrassonografia27 (que detecta a movimentação dos vermes e dilatação dos vasos linfáticos); pesquisa de anticorpos28; diagnóstico29 molecular; eosinofilia30 no hemograma; presença de linfócitos na urina31; exame contrastado dos vasos linfáticos.
Como o médico trata a filariose?
Basicamente, o tratamento é feito com remédios e depende do grau estabelecido de lesões21. Em casos de acentuada elefantíase pode-se proceder à cirurgia reparadora. Eventuais complicações, como as infecções32, por exemplo, devem ser tratadas pelos meios específicos.
Como prevenir a filariose?
Nas regiões endêmicas:
- Administração de fármacos preventivos ou inseticidas.
- Usar roupas que cubram o máximo possível da pele13.
- Usar repelentes de insetos.
- Dormir protegido por telas.
- Evitar deixar águas paradas em pneus velhos, latas, potes e outros recipientes.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.