Fibrose pulmonar ou Doença Intersticial Pulmonar: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
O que é fibrose1 pulmonar?
Fibrose1 pulmonar (Doença Intersticial2 Pulmonar - DIP) é uma condição em que gradualmente o tecido3 pulmonar, marcadamente os alvéolos pulmonares4 (“sacos” onde se realizam as trocas de gases nos pulmões5), tornam-se substituídos por uma fibrose1 cicatricial. Dessa forma, os alvéolos6 deixam de funcionar recebendo o oxigênio e expelindo gás carbônico, levando a uma perda irreversível na capacidade dos pulmões5. Contudo, nem toda DIP leva necessariamente à fibrose1 pulmonar.
Quais são as causas da fibrose1 pulmonar?
Na maioria das vezes a fibrose1 pulmonar é causada por uma Doença Intersticial2 Pulmonar (DIP), entre as quais se incluem dezenas de doenças que causam inflamação7 na parte terminal dos pulmões5 (alvéolos6) e levam à cicatrização e fibrose1 progressivas.
As principais causas de DIP são:
- Pneumoconioses8: devido à inalação de poeiras inorgânicas como a sílica ou o asbesto.
- Pneumonias de hipersensibilidade às poeiras orgânicas como as que afetam os criadores de aves, ao mofo, à sauna, ao ar-condicionado.
- Várias infecções9.
- Uso de drogas.
- Gases, fumaças e vapores.
- Doenças autoimunes10 como as doenças reumáticas e doenças pulmonares como a sarcoidose11 e a bronquiolite.
- Há também, além dessas, uma fibrose1 pulmonar idiopática12 de causa desconhecida, que pode acometer os dois pulmões5. Em alguns raros casos, a fibrose1 pulmonar idiopática12 pode ocorrer em vários membros de uma mesma família e passar de uma geração para a geração seguinte.
Quem está sujeito a ter fibrose1 pulmonar?
A fibrose1 pulmonar idiopática12 tem um forte componente hereditário, mas é muito rara em pessoas com menos de 50 anos. Abaixo dessa idade as outras doenças que resultam em fibrose1 pulmonar são muito mais frequentes como, por exemplo, as doenças reumáticas (esclerodermia, artrite reumatoide13), a fibrose1 por uso de certos medicamentos e exposição a excremento de pássaros e a mofo.
Quais são os principais sinais14 e sintomas15 da fibrose1 pulmonar?
Os sinais14 e sintomas15 da fibrose1 pulmonar dependem da extensão das lesões16, do ritmo de progressão da doença e da incidência17 ou não de complicações (infecções9 e insuficiência cardíaca18, por exemplo). Os sintomas15 são de início insidioso, com progressiva dificuldade respiratória durante o esforço e diminuição da força.
Os outros sintomas15 mais comuns incluem tosse, perda de apetite e peso, fraqueza e dores vagas no tórax19. Mais tarde, à medida que a concentração de oxigênio no sangue20 diminui, a pele21 pode tornar-se azulada e as pontas dos dedos podem tomar a forma de baqueta de tambor. O aumento da resistência à circulação22 pulmonar pode levar a uma insuficiência cardíaca18, determinando o que se denomina “cor pulmonale”. O baixo suprimento de oxigênio faz acentuar os sintomas15 com o esforço, causando falta de ar mais intensa. O estado ofegante, diante de pequenos esforços, se torna logo o sintoma23 mais chamativo. A falta de ar, que inicialmente é pouco intensa, pode ir se agravando com o passar dos meses, podendo ao final ocorrer para atividades mínimas, como vestir-se. Em alguns casos, a tosse intensa e permanente é outro sintoma23 chamativo. Como dito, um abaulamento24 e aumento de volume das pontas dos dedos (que adquirem a forma de baqueta de tambor) podem surgir em casos de maior duração. À ausculta25 pulmonar pode-se perceber estertores parecidos com aqueles gerados nas pneumonias ou insuficiências cardíacas e que podem ser confundidos com eles.
Como o médico diagnostica a fibrose1 pulmonar?
Além da história clínica (sintomas15 e levantamento de eventuais exposições a possíveis agentes causais), o exame de imagem é essencial. As imagens obtidas com a tomografia computadorizada26, e especialmente com a tomografia de alta resolução, são de grande auxílio quando analisadas por um radiologista ou um pneumologista experiente na doença. Lavados brônquicos ou eventuais biópsias27 de pulmão28 ajudam a selar o diagnóstico29. A gravidade e extensão da fibrose1 pulmonar podem ser avaliadas pelo teste do espirômetro, aparelho que mede a quantidade de ar que o indivíduo consegue eliminar após encher os pulmões5. Esse teste permite também seguir a evolução da doença e a resposta ao tratamento. Um segundo teste, feito através da medida da difusão do monóxido de carbono30, indica a capacidade dos pulmões5 de transferir gás para o sangue20. Um terceiro busca verificar o oxigênio do sangue20 em repouso e durante o exercício, o que pode ser feito por um medidor do sangue20 da ponta do dedo, por um aparelho denominado oxímetro. Quando todos esses achados ainda não forem conclusivos, pode-se proceder a uma biópsia31 pulmonar, transbrônquica ou cirúrgica.
Como o médico trata a fibrose1 pulmonar?
O tratamento da fibrose1 pulmonar depende da sua causa. Quando ela é secundária a alguma doença pulmonar específica ou a fatores agressivos, o tratamento desse estado mórbido ou o afastamento desses fatores é essencial. Quanto mais precoce o tratamento, melhores os resultados e menores as sequelas32.
A fibrose1 pulmonar idiopática12 é incurável e nunca regride, mesmo com tratamento. No máximo, procurar-se retardar a sua evolução. O tratamento dela depende de fatores como a idade do paciente, a fase da doença e condições associadas como diabetes33 ou osteoporose34, por exemplo. Basicamente o tratamento da forma idiopática12 é feito com corticoides e imunossupressores.
Algumas medidas de ordem geral devem ser observadas: o tabagismo (se existe) deve ser prontamente interrompido; exercícios que estimulem a respiração devem ser incentivados; uma nutrição35 adequada pode evitar a perda de peso; quando o oxigênio do sangue20 se torna baixo, o uso do oxigênio resulta em melhora da falta de ar e maior capacidade de exercício. Em casos extremos, o transplante de um ou dos dois pulmões5 é uma opção.
Como prevenir a fibrose1 pulmonar?
As fibroses36 pulmonares consequentes a doenças pulmonares ou à atuação de fatores agressores ao pulmão28 podem ser evitadas pelo pronto e correto tratamento dessas doenças ou evitação desses fatores. Não há como prevenir-se a fibrose1 pulmonar idiopática12.
Como evolui a fibrose1 pulmonar?
A fibrose1 pulmonar consequente a doenças pulmonares, se reconhecida e tratada a tempo, tem prognóstico37 muito melhor do que a fibrose1 pulmonar idiopática12 e, se tratada desde o início, pode desaparecer sem deixar sequelas32.
A fibrose1 pulmonar consequente a fatores agressivos tende a se estabilizar ou mesmo regredir se esses fatores forem afastados.
A fibrose1 pulmonar idiopática12 é progressiva na maioria dos casos. Em geral a doença evolui de forma letal em 5 a 8 anos.
Cerca de 50-60% dos pacientes (abaixo de 60 anos) com fibrose1 pulmonar idiopática12 que tenham sido transplantados sobrevivem por cinco anos e em torno de 20% por 10 ou mais anos após o transplante.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.