Abdome agudo: o que é isso?
O que é abdome agudo1?
Denomina-se abdome agudo1 a uma síndrome2 de dor abdominal súbita e intensa que geralmente (mas nem sempre) leva à cirurgia. Os sintomas3 muitas vezes não são específicos de uma determinada enfermidade, o que dificulta um diagnóstico4 preciso.
De maneira geral, o abdome agudo1 envolve um de cinco quadros clínicos:
- Abdome agudo1 inflamatório ou infeccioso: dor leve e imprecisa que piora com o tempo e se torna progressivamente mais localizada.
- Abdome agudo1 obstrutivo: dor em cólica e vômitos5.
- Abdome agudo1 perfurativo: perfuração de víscera oca com extravasamento de conteúdo para a cavidade abdominal6.
- Abdome agudo1 vascular7: dor abdominal intensa, não compatível com o exame físico do paciente.
- Abdome agudo1 hemorrágico8: sangramento hemorrágico8 espontâneo na cavidade abdominal6.
Quais as enfermidades que podem causar o abdome agudo1?
As enfermidades que mais comumente causam abdome agudo1 são: apendicite9, úlcera péptica10 aguda perfurada, colelitíase11 (cálculo12 na vesícula13) e suas complicações, pancreatite14, isquemia15 intestinal, diverticulites agudas, rompimento tubário devido à gravidez ectópica16 e a cisto roto de ovário17.
A apendicite9 é a causa mais comum em adolescentes e adultos jovens e as demais causas são mais comuns em indivíduos de maior idade. Além dessas, várias outras condições clínicas podem causar abdome agudo1, tais como, abscesso18 renal19, hérnias20, doenças ginecológicas, rupturas de aneurisma21 aórtico, etc.
Como diagnosticar o abdome agudo1?
Apesar dos excelentes estudos de imagem hoje disponíveis, o diagnóstico4 de abdome agudo1 continua dependendo de uma história clínica completa e minuciosa e de um exame físico cuidadoso. São eles que devem direcionar e sugerir os exames complemetares a serem realizados. A história médica procurará colher o modo de início do quadro e a evolução da condição e, em alguns casos, as ocorrências que o precederam. O exame físico envolverá a observação, percussão22, palpação23 e ausculta24 do abdome25 pelo médico assistente.
A síndrome2 de abdome agudo1 pode ser reconhecida apenas pelos seus sinais26 clínicos: dor abdominal aguda, de grau variável, mas habitualmente intensa; retesamento dos músculos27 abdominais, podendo chegar ao chamado “abdome em tábua”. Ela pode tratar-se de uma simples dispepsia28 ou algo potencialmente mais grave (como o rompimento da aorta29, por exemplo). A natureza da enfermidade causal dependerá da observação de certas características clínicas e dos sintomas3 (localização, tipo e intensidade da dor; modo de iniciação; presença ou não de febre30, vômitos5, hematúria31, melena32; possibilidade ou não de gravidez33; constipação34, diarreia35; icterícia36; estado clínico geral do paciente) e deve ser confirmada por exames laboratoriais de sangue37 e de urina38 e por exames de imagens (radiografia, tomografia, ultrassonografia39, ressonância magnética40 ou arteriografia, conforme o caso). Se todos esses exames não forem suficientes para determinar a causa do abdome agudo1, pode-se ainda praticar a videolaparoscopia ou a laparotomia41 exploradora como meios diagnósticos definitivos. Em algumas oportunidades é a evolução da enfermidade que indicará as possibilidades do diagnóstico4, embora não se deva esperar muito tempo por ela.
Como se trata o abdome agudo1?
Em síntese, o tratamento do abdome agudo1 pode ser cirúrgico ou não cirúrgico. Em cerca de uma hora é possível fazer os exames mínimos básicos que evitem ou confirmem a necessidade de uma cirurgia. No entanto, diante de um quadro que não se consiga definir, não se deve perder tempo e é preferível operar, mesmo que depois se comprove que a intervenção cirúrgica não era indispensável, porque o quadro de abdome agudo1 é quase sempre potencialmente muito grave e requer uma atuação médica sem demora. Entretanto, deve-se evitar correr para a sala de cirurgia quando um paciente ainda não foi bem avaliado.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.