Aneurisma cerebral: o que devemos saber sobre ele?
O que é aneurisma1 cerebral?
Aneurisma1 cerebral é uma dilatação anormal de um vaso sanguíneo cerebral (geralmente uma artéria2 do Polígono de Willis3; mais raramente uma veia) causada por um enfraquecimento muscular de um segmento da parede do mesmo. Essa dilatação pode ter diversos formatos (saculares, fusiformes ou irregulares) e tamanhos (indo desde poucos milímetros a vários centímetros).
A maioria dos aneurismas vai crescendo paulatinamente e permanece silenciosa durante muitos anos ou por toda a vida e só se manifesta quando se rompe, gerando um quadro clínico de hemorragia4 cerebral.
Aproximadamente 85% dos aneurismas cerebrais se desenvolvem nas artérias5 carótidas6 internas e nos seus ramos maiores que irrigam as porções anterior e média do cérebro7. Em 20% dos casos o paciente apresenta mais de um aneurisma1.
Quais são as causas do aneurisma1 cerebral?
Em geral, os aneurismas são defeitos musculares congênitos8 das paredes dos vasos, aos quais se associam condições facilitadoras como pressão alta, arteriosclerose9, traumas físicos na cabeça10, uso não moderado de álcool, tabaco ou cocaína.
Eles são encontrados com maior frequência nas pessoas com algumas alterações genéticas, como rins11 policísticos, doenças circulatórias e malformações12 arteriovenosas, associadas a fatores desencadeantes.
Os aneurismas cerebrais podem ocorrer em qualquer idade, mas sua maior incidência13 se dá entre os 40 e 50 anos de idade, um pouco mais em mulheres do que em homens. Os aneurismas congênitos8 são raros, mas a pessoa pode nascer com tendência à fragilidade dos vasos e à formação de aneurismas.
Quais são os sinais14 e sintomas15 do aneurisma1 cerebral?
Um aneurisma1 pequeno, que não tenha se rompido, geralmente não produz sintomas15. Os aneurismas maiores podem gerar sintomas15, de acordo com a sua localização. O mais chamativo deles é a dor de cabeça10, mas ela só acontece raramente. A primeira e mais dramática manifestação de um aneurisma1 costuma ser o seu rompimento em uma pessoa que não sabia portá-lo.
A ruptura de um aneurisma1 é sempre uma ocorrência grave. Ela faz aumentar a pressão dentro da caixa cerebral inextensível, devido ao derramamento de sangue16 em seu interior, com consequências potencialmente fatais. Esta ruptura é geralmente um fenômeno súbito, que provoca uma fortíssima dor de cabeça10 (a pior que a pessoa já teve), náuseas17 e vômitos18. Os pacientes também podem apresentar visão19 dupla, aversão à luz, queda palpebral, rigidez da nuca, paralisias e crises convulsivas. O rompimento de um aneurisma1 pode causar morte, devido ao comprometimento de áreas vitais como as de controle da respiração ou da pressão arterial20.
Como o médico diagnostica o aneurisma1 cerebral?
Além da história clínica sugestiva e do exame físico compatível, certos testes instrumentais, como a punção lombar, por exemplo, podem demonstrar a presença de sangue16 no líquido cefalorraquidiano21, em caso de rompimento. Os exames de imagem (tomografia computadorizada22 e angiorressonância magnética) também podem ajudar a firmar o diagnóstico23 de aneurismas.
Como é o tratamento do aneurisma1 cerebral?
Até há pouco, o único tratamento para os aneurismas exigia cirurgia, para grampeamento do aneurisma1. Atualmente essa técnica ainda continua disponível, mas desenvolveu-se também uma nova técnica, endovascular, que consiste na introdução de um cateter na artéria2 da virilha do paciente e através dele leva-se uma micromola de platina até o aneurisma1, promovendo o bloqueio do aneurisma1. Se houver rompimento do aneurisma1 e derramamento de uma quantidade significativa de sangue16 no cérebro7, a cirurgia deve ser feita urgentemente.
Dependendo da localização do aneurisma1, a cirurgia pode ser mais ou menos arriscada, devido às necessidades de não lesar mais o cérebro7 e manter íntegra a circulação24 sanguínea da parte irrigada pela artéria2 comprometida. Cabe ao médico (ou à equipe médica) que assiste o paciente decidir o momento e a técnica mais indicada para a intervenção. Alguns aneurismas, dadas suas características ou localizações, não são operáveis. Quando o aneurisma1 é descoberto antes do rompimento, técnicas preventivas podem e devem ser utilizadas.
Recomendações importantes:
Se um aneurisma1 não tiver sido ou não puder ser operado, os seguintes cuidados são de muita importância:
- Evitar exercícios excessivos.
- Manter a pressão arterial20 normal ou nos menores níveis possíveis.
- Controlar o colesterol25 e os triglicérides26.
- Evitar álcool e cigarro.
- Procurar assistência médica imediatamente se sentir dor de cabeça10 forte e repentina, seguida de enjoos e vômitos18.
Como evolui o aneurisma1 cerebral?
O risco maior do aneurisma1 cerebral é o seu rompimento. Todo aneurisma1 cerebral tem potencial para romper e ele é tanto maior quanto maior for a bolsa aneurismática e se já houve sangramento prévio. A recorrência27 de um aneurisma1 cerebral após uma primeira ruptura é bastante frequente.
O prognóstico28 do paciente depende do tamanho, do formato, da posição e das complicações do aneurisma1. Depende também de fatores ligados aos cuidados com a saúde29 e à higidez30 do paciente. Seja como for, a mortalidade31 das pessoas que sofreram hemorragias32 consequentes a rompimentos de aneurismas é bastante alta.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.