Sarna ou escabiose. O que é isso?
O que é a escabiose1?
A escabiose1, popularmente chamada de sarna2, é uma infestação3 parasitária da pele4 que pode ocorrer tanto em seres humanos como em animais. É causada por um parasita5 minúsculo, nem sempre visível, que produz intenso prurido6.
A infecção7 em animais é causada por uma espécie diferente de ácaros, mas muito relacionada a aqueles que causam a infestação3 no homem. A sarna2 canina, capaz de trazer um grande sofrimento ao animal se não tratada, não é transmissível ao ser humano.
Quais são as causas de escabiose1?
A doença é transmitida por contato direto e relativamente prolongado entre as pessoas como abraço, luta, relação sexual, mãe amamentando o bebê, etc. Também pode resultar do compartilhamento de roupas íntimas ou objetos.
Trata-se de uma infestação3 por um ácaro, o Sarcoptes scabiei, e não está associada diretamente com a falta de higiene. É frequente em ambientes de aglomerações como quarteis, colégios, presídios, etc.
O parasita5 alimenta-se da queratina, uma proteína própria da camada superficial da pele4. Em geral, a infestação3 começa entre os dedos das mãos8 e daí espalha-se para outras áreas do corpo.
Quais são os sintomas9 da escabiose1?
Os sintomas9 mais característicos são alérgicos e, por isso, pode haver um atraso significativo no alívio dos mesmos, mesmo depois que os parasitas tenham sido erradicados.
O ácaro perfura a pele4 em questão de minutos e a penetra, produzindo ”túneis” pelos quais as fêmeas depositam os ovos, o que leva a um prurido6 intenso, associado a lesões10 de pele4 causadas pela perfuração e, posteriormente, pelas coçaduras.
A lesão11 típica da sarna2 é um pequeno trajeto linear pouco elevado, ligeiramente avermelhado, corresponde aos “túneis” escavados sob a pele4. Em geral, estas lesões10 são deformadas pelas coçaduras e, quase sempre, o que se encontra são pontos escoriados ou recobertos por crostas. A elas, seguem-se infecções12 secundárias, com surgimento de pústulas13 e crostas amareladas.
A infestação3 atinge principalmente as áreas mais finas e aquecidas da pele4 como punhos, axilas, ventre, nádegas14, seios15 e órgãos genitais.
Como o médico diagnostica a escabiose1?
O exame direto das lesões10, bem como os sintomas9 clínicos costumam ser suficientes para não deixar dúvidas, mas pode-se ainda proceder a exames complementares confirmatórios.
Como se trata a escabiose1?
O tratamento é feito à base de inseticidas ou escabicidas especiais, que devem ser aplicados no corpo todo, exceto no rosto, por dois ou três dias. A aplicação deve ser repetida depois de sete a dez dias de intervalo para combater os ácaros oriundos de ovos que ainda não haviam eclodido quando da primeira aplicação. Embora os ácaros morram facilmente, as lesões10 e as infecções12 secundárias podem demorar a serem curadas.
Devido à alta taxa de contágio16 da infestação3, todas as pessoas que mantenham contatos íntimos com o paciente (familiares morando na mesma residência, parceiros sexuais, etc.) devem ser tratados preventivamente com os mesmos procedimentos.
O tratamento medicamentoso se faz em geral com a aplicação tópica do creme de permetrina17 a 5%, uma aplicação à noite, por seis noites consecutivas ou aplicação diária de loção e xampus de deltametrina por 7 a 10 dias. Como existem contraindicações ao uso, um médico (clínico geral, pediatra ou dermatologista) deve ser sempre consultado.
Em mulheres grávidas deve ser usado o enxofre diluído em petrolatum.
Podem ser usados anti-histamínicos e sedantes, com o objetivo de aliviar o prurido6. Atualmente já existem remédios por via oral que são eficientes no tratamento da escabiose1.
Como alguns dos sintomas9 da sarna2 humana são alérgicos, pode haver um atraso significativo no alívio dos mesmos após os parasitas serem erradicados.
Tem jeito de prevenir a escabiose1?
- As roupas de cama e as de uso pessoal do paciente devem ser trocadas, lavadas e passadas a ferro diariamente até a repetição do tratamento tópico18.
- As pessoas do círculo próximo de relações do paciente (parentes, companheiros próximos e parceiros sexuais) devem ser tratadas simultaneamente.
- A pessoa contaminada deve deixar de frequentar a escola, igrejas, clubes ou outros ambientes com aglomerações até o término do tratamento.
- Em ambientes onde haja pessoas confinadas como presídios, por exemplo, há maior dificuldade em erradicar a sarna2, uma vez que a infestação3 é facilmente transmissível.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.