Epífora: definição, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
O que é epífora?
A epífora é um sinal1 clínico ou condição dada pelo excesso de produção de lágrimas ou uma drenagem2 insuficiente delas, o que faz com que elas escorram por um ou ambos os lados do rosto, ao invés de pelo sistema nasolacrimal, como normalmente acontece. A epífora pode ocorrer de modo contínuo ou intermitente3.
Quais são as causas da epífora?
As causas da epífora são todas aquelas que levam a uma superprodução de lágrimas ou a uma diminuição da drenagem2 das lágrimas. Isso pode ser devido a uma irritação e/ou inflamação4 que obstrua o canal lacrimal (canal que comunica a superfície ocular à cavidade nasal5), o que pode acontecer como consequência de uma rinite6 e, em neonatos7 e lactentes8, devido a um processo em que o ducto nasolacrimal9 não se torne permeável. Os recém-nascidos geralmente têm olhos10 lacrimejantes que evoluem em algumas semanas para o normal, à medida que os ductos lacrimais se desenvolvem.
Outra causa pode ser uma reconstrução defeituosa do duto nasolacrimal após um traumatismo11 (fraturas faciais, traumas do nariz12 ou pálpebra). Muitas vezes, esse trato é obstruído devido a um processo involutivo; no envelhecimento, por exemplo. A produção excessiva de lágrimas ocorre quando os olhos10 são irritados por alguma causa, irritação essa que pode ocorrer, por exemplo, por fumaça, cebola, conjuntivite13 alérgica ou infecciosa, lesão14 ou cisco no olho15, triquíase16 (pestanas17 crescidas para dentro), entrópio18 ou ectrópio19 (pálpebra inferior virada para dentro ou para fora, respectivamente).
Existem ainda muitas outras causas que fazem aumentar a produção de lágrimas. Entre elas estão a infecção20 e a úlcera21 da córnea22, caroços que podem crescer na borda da pálpebra, problema com glândulas23 de Meibomian (glândulas23 nas pálpebras24) e uso de certos medicamentos.
Saiba mais sobre "Rinite6", "Conjuntivite13", "Úlcera21 de córnea22" e "Transplante de córnea22".
Qual é o mecanismo fisiológico25 da epífora?
Vejamos que caminhos percorrem normalmente as lágrimas. Elas são produzidas pelas glândulas23 lacrimais, que ficam no ângulo externo superior dos olhos10 e escoadas para os olhos10, para cumprir suas finalidades. Depois de ter realizado sua função, elas precisam ser escoadas para algum local. Normalmente, elas fazem isso pelos canais lacrimais, um pertuito26 que liga os espaços oculares às fossas nasais. Quando essa via está obstruída, as lágrimas transbordam as pálpebras24 e rolam pelo rosto. Isso é a epífora.
Quais são as principais características clínicas da epífora?
A epífora pode desenvolver-se em qualquer idade, mas é mais comum nos bebês27 com menos de 12 meses ou nos idosos com mais de 60 anos. Ela pode afetar um ou ambos os olhos10 ao mesmo tempo. As lágrimas estagnadas no espaço ocular aumentam o risco de infecções28 e o olho15 então produzirá um líquido pegajoso, tornando o problema ainda pior. A infecção20 também pode levar à inflamação4 no lado correspondente do nariz12.
Como o médico diagnostica a epífora?
O diagnóstico29 de epífora é eminentemente30 clínico e se baseia na história médica do paciente e na observação das pálpebras24. O corante de fluoresceína pode ser usado para detectar o refluxo de lágrimas pressionando o canalículo de escoamento.
Como o médico trata a epífora?
Como regra geral, o problema pode ser tratado de forma eficaz. Se a epífora é causada por ectrópio19 ou entrópio18, deve ser feito o reparo cirúrgico da pálpebra. Também é necessário fazer irrigação e lavagem do ducto lacrimal. Em lactentes8, quando há defeitos do ducto nasolacrimal9, pode ser utilizada uma sonda temporária ou permanente. Há ainda a possibilidade de um procedimento cirúrgico (dacriocistorrinostomia) para ligar o saco lacrimal à mucosa31 nasal para, assim, restaurar a drenagem2 lacrimal.
Leia sobre "Ptose32 palpebral", "Síndrome33 de Sjögren", "Uveíte34" e "Blefaroplastia35".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.