Encefalopatia urêmica
O que é a encefalopatia1 urêmica?
A encefalopatia1 urêmica é uma encefalopatia1 tóxico-metabólica aguda que abrange o estado confusional agudo2 e o delirium3. É uma condição aguda de disfunção cerebral global, na ausência de doença cerebral estrutural primária.
Quais são as causas da encefalopatia1 urêmica?
A encefalopatia1 urêmica se desenvolve em pacientes com insuficiência renal4 aguda ou na agudização de uma insuficiência renal4 crônica, quando a taxa de filtração glomerular estimada (IFGe) cai abaixo de 15 mL/min.
Saiba mais sobre "Delirium3", "Insuficiência renal4 aguda" e "Insuficiência renal4 crônica".
Qual é o mecanismo fisiológico5 da encefalopatia1 urêmica?
As consequências cerebrais da encefalopatia1 urêmica são um processo complexo e multifatorial que envolve distúrbios hormonais, estresse oxidativo, acúmulo de metabólitos6, desequilíbrio entre neurotransmissores excitatórios e inibitórios e distúrbios do metabolismo7 intermediário. Ela deve-se, principalmente, à ação cerebral da acumulação de ureia8 e outras toxinas9, em razão de insuficiência renal4 aguda ou crônica.
Envolve também desequilíbrios de neurotransmissores dentro do cérebro10. O hormônio11 da paratireoide provavelmente também contribui para a encefalopatia1 urêmica. O hiperparatireoidismo secundário, que ocorre na insuficiência renal4, provoca um aumento do teor de cálcio no córtex cerebral e isso colabora com a encefalopatia1.
Um estudo da insuficiência renal4 aguda em animais encontrou evidências de uma ruptura da barreira hematoencefálica em tal situação e isso também pode ser que contribua para o quadro clínico da encefalopatia1 urêmica.
Pode ser então que numerosas outras toxinas9 possam participar da encefalopatia1 urêmica. Por exemplo, ela pode se correlacionar grosseiramente com o nível de nitrogênio ureico no sangue12.
Quais são as principais características clínicas da encefalopatia1 urêmica?
Os sinais13 e sintomas14 desta síndrome15 variam de leves, como lassidão e fadiga16, a severos, como confusão mental, convulsões e coma17, por exemplo. A gravidade e a progressão dependem da taxa de declínio na função renal18; assim, os sintomas14 são piores em pacientes com lesão19 renal18 aguda.
A confusão mental é a incapacidade de manter um fluxo coerente de pensamento ou ação. O delirium3 é um estado confusional com hiperatividade. Há também ativação do sistema nervoso autônomo20 com sinais13 consequentes, incluindo tremor, taquicardia21, diaforese22 (transpiração23 abundante) e midríase24 (dilatação da pupila).
Os principais sintomas14 da encefalopatia1 urêmica leve são perda de apetite, náuseas25, vômitos26, inquietação, sonolência, letargia27, tremor e fraqueza. Nas formas mais graves, encontra-se função cognitiva28 diminuída, confusão mental, alteração do comportamento, mioclonia29, delirium3, convulsão30 e coma17.
Leia sobre "Estado de coma31" e "Convulsões".
Como o médico diagnostica a encefalopatia1 urêmica?
O diagnóstico32 de encefalopatia1 urêmica é feito a partir dos sintomas14 neurológicos em um paciente com insuficiência renal4. Embora não se use exames de neuroimagem para diagnosticar esse quadro clínico, eles podem revelar possíveis diagnósticos diferenciais.
Como o médico trata a encefalopatia1 urêmica?
O transplante renal18 e a diálise33 tendem a melhorar a encefalopatia1 urêmica. No suporte geral, caso haja crises convulsivas, podem ser usados antiepilépticos, como o levetiracetam, pois ele possui poucas interações medicamentosas e atua positivamente caso surjam mioclonias. Os antiepilépticos hidrossolúveis (levetiracetam, topiramato, etc.) precisam de nova dose após a diálise33.
Como evolui a encefalopatia1 urêmica?
Quando o diagnóstico32 da encefalopatia1 urêmica é feito rapidamente, os sintomas14 são facilmente reversíveis após o início da diálise33.
Quais são as complicações possíveis da encefalopatia1 urêmica?
A encefalopatia1 urêmica já é uma complicação neurológica de uma insuficiência renal4, mas pode ainda apresentar outras complicações como convulsões, coma17 e morte.
Veja também sobre "Hemodiálise34".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.