Síndrome compartimental
O que é a síndrome compartimental1?
Estruturas anatômicas formadas por músculos2, nervos e vasos sanguíneos3, principalmente nos braços, pernas, mãos4, pés e nádegas5, são encerradas em “compartimentos” fechados por um envoltório fibroso muito pouco distensível, chamado fáscia6. A síndrome compartimental1 (ou síndrome7 do compartimento) ocorre quando há o aumento de pressão no interior desses compartimentos.
Quais são as causas da síndrome compartimental1?
A síndrome compartimental1 se deve a fraturas, compressão do membro por talas, gessos ou faixas, traumatismos, esmagamentos ou isquemia8 de perfusão após uma lesão9, queimaduras, hemorragias10 e infusão de medicação ou punção arterial.
O quadro crônico11 decorre do copioso esforço realizado por atletas, assim como por pessoas que regularmente fazem determinados esportes, como natação, tênis ou corrida, e que apresentam risco maior de desenvolver este quadro na sua forma crônica. Exercícios físicos intensos, mesmo que episódicos, também aumentam o risco da síndrome compartimental1.
Saiba mais sobre "Fraturas ósseas", "Queimaduras", "Hemorragias10" e "Luxação12 do quadril".
Qual é o mecanismo fisiológico13 da síndrome compartimental1?
Quando há, por exemplo, um inchaço14 ou sangramento dentro de um desses compartimentos, a fáscia6 não consegue se expandir e isso resulta em um aumento de pressão sobre os vasos capilares15, nervos e músculos2 do compartimento, prejudicando o fluxo sanguíneo para as células musculares16 e nervosas, o que as danifica e gera sintomas17.
Quais são as principais características da síndrome compartimental1?
Embora seja mais frequente em pessoas com menos de 40 anos de idade, essa condição pode se desenvolver em qualquer idade. A síndrome compartimental1 ocorre com maior frequência na panturrilha18, mas também pode afetar mãos4, pés, braços, pernas e nádegas5. Ela pode ser aguda ou crônica.
O quadro agudo19 representa uma emergência20 médica e deve ser resolvido com prontidão. O não tratamento imediato pode resultar em lesões21 musculares permanentes. Seus principais sintomas17 são aumento de pressão intracompartimental, dor progressiva do compartimento, câimbras22, parestesia23, palidez, paralisia24 e inchaço14 localizado.
Leia sobre "Atendimento de urgência25", "Câimbras22" e "Edema26 ou inchaço14".
Como o médico diagnostica a síndrome compartimental1?
O diagnóstico27 da síndrome compartimental1 aguda deve ser feito a partir dos sintomas17 e do exame físico (por exemplo, pressionar a área lesada para determinar a intensidade da dor), mas o médico pode também medir a pressão compartimental, determinando se o indivíduo apresenta ou não essa condição.
Já no caso da síndrome compartimental1 crônica é necessário excluir outras condições que também podem levar a um quadro clínico semelhante, o que pode ser feito por meio de exame físico e exames de imagem. Para a confirmação, deve-se medir a pressão intracompartimental antes e após o exercício físico. Caso a pressão continue elevada após o exercício, indica a presença de síndrome compartimental1 crônica.
Exames de imagens podem ser necessários para descartar a presença de outras doenças que possam ser confundidas com esta patologia28.
Como o médico trata a síndrome compartimental1?
O tratamento da forma aguda da síndrome compartimental1 necessita de uma fasciotomia imediata para permitir o retorno da pressão intracompartimental ao normal.
No caso da forma crônica, o tratamento pode ser não cirúrgico, por meio de fisioterapia29, uso de palmilhas e de anti-inflamatórios. Se as medidas conservadoras não forem suficientes para controlar o problema, a cirurgia pode ser uma opção. Nesses casos, contudo, a cirurgia é um procedimento eletivo30 e não de emergência20.
Evitar a atividade causadora costuma fazer os sintomas17 desaparecerem. Quando esse quadro surge devido ao uso de bandagens ou gesso muito apertado, esse dispositivo deve ser afrouxado ou retirado.
Quais são as complicações possíveis da síndrome compartimental1?
Como a síndrome compartimental1 prejudica o fluxo sanguíneo para as células musculares16 e nervosas, danificando-as, ela pode causar invalidez permanente do local afetado e necrose31 tecidual. Após 12 a 24 horas do seu início, a síndrome compartimental1 aguda não tratada pode desenvolver danos permanentes aos músculos2 e nervos.
Veja também sobre "Artrose32 de joelho", "Dor no ombro", "Fisioterapia29", "Tendinites" e "Dores nas costas33".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.