Microcitose
O que é microcitose?
A microcitose (do grego: micro = pequeno + kytos = célula1 + ose = aumento) é uma diminuição do tamanho dos eritrócitos2 (hemácias3 ou glóbulos vermelhos do sangue4), quase sempre acompanhada por uma redução da hemoglobina5 que cada hemácia carrega. Essa redução pode ser indicada no hemograma através do chamado volume corpuscular médio - VCM. Neste caso, os eritrócitos2 são denominados microcíticos.
Juntamente com essa diminuição, há diminuição da hemoglobina5 corpuscular dos eritrócitos2 - HCM, tornando o sangue4 hipocrômico, devido a uma menor concentração da hemoglobina5, determinado pelo hematócrito6. Comumente, há também alterações morfológicas dos eritrócitos2.
Saiba mais sobre "Hemograma", "Anemias", "Ácido fólico" e "Ferritina".
Como o médico diagnostica a microcitose?
A microcitose é reconhecida através da análise do volume corpuscular médio (VCM), que se refere ao tamanho das hemácias3 e que pode ser identificado no hemograma. Os valores de referência são: normocitose: 81,0 fl (fentilitros); microcitose: menor que 81,0 fl; microcitose discreta: 80 a 80,9 fl e microcitose acentuada: menor que 60 fl.
Quais são as causas da microcitose?
A microcitose frequentemente ocorre nas anemias e nas doenças crônicas. A causa mais comum é a deficiência de ferro, causada pela pouca ingestão deste metal ou porque a pessoa tem parasitas intestinais que lhes suga o sangue4. Pode também ser causada por um sangramento gástrico ou por uma colite7 que sangre continuadamente.
Alem disso, pode ser causada por um defeito hereditário na fabricação de sangue4, como nas talassemias e anemias falciformes, por exemplo. Quase toda condição que provoca microcitose pode ocasionar hipocromia8 (descoloração das hemácias3 por diminuição da hemoglobina5).
O que significa a microcitose?
Uma vez constatada a microcitose por meio do hemograma, impõe-se pesquisar o que ela significa. Quando há carência ou má utilização de ferro no organismo, muitas partes do corpo são afetadas: a hemoglobina5 diminui e, consequentemente, o transporte de oxigênio, resultando em sintomas9 como fadiga10, tontura11, imunidade12 baixa, irritabilidade, fraqueza e dificuldade para se concentrar, entre outros. Algumas das condições patológicas em que a microcitose ocorre são:
Anemia ferropriva13
A anemia ferropriva13 é o tipo mais comum de anemia14, chamada anemia14 hipocrômica microcítica. Como o nome indica, se deve à carência de ferro. Além das hemácias3 estarem em quantidade menor que o normal, têm também um tamanho menor e carregam uma quantidade menor de hemoglobina5. É a hemoglobina5, que é produzida com o auxílio do ferro, que dá ao sangue4 a cor vermelha e por isso a pele15 fica rosada. Quando há a deficiência de ferro, os níveis de hemoglobina5 caem e consequentemente nossa pele15 fica mais pálida (hipocrômica).
Veja mais "Anemia ferropriva13", "Anemia falciforme16" e "Talassemia17".
Anemias das doenças crônicas
No geral, a anemia14 da doença crônica é o segundo tipo mais comum de anemia14. Ocorre em pacientes com infecções18 ou inflamações19 crônicas, diabetes20 e câncer21, entre outras condições crônicas. No começo, os eritrócitos2 são de tamanho normal e com o tempo se tornam microcíticos.
Talassemias
A talassemia17 é uma doença hereditária causada por uma mutação22 dos genes que controlam a síntese da globina, acarretando uma formação anômala e deficiente de hemácias3 e da hemoglobina5 dentro delas.
Anemias sideroblásticas
As anemias sideroblásticas são caracterizadas pela utilização inapropriada de ferro, mesmo que o metal esteja em quantidade adequada no organismo. Elas podem ser hereditárias ou adquiridas secundariamente ao uso de medicamentos como o cloranfenicol, a isoniazida, a pirazinamida, por exemplo, ou de toxinas23.
A deficiência de piridoxina (vitamina24 B6) também pode acarretar anemia sideroblástica25. Embora sejam produzidos pequenos eritrócitos2 hipocrômicos, há também eritrócitos2 grandes, o que pode gerar índices sanguíneos normocrômicos.
Atransferrinemia
A atransferrinemia familiar é um distúrbio metabólico hereditário no qual existe ausência de transferrina, uma proteína plasmática que transporta ferro através do sangue4. A atransferrinemia é caracterizada por anemia14 e hemossiderose26 no coração27 e no fígado28. A anemia14 é tipicamente microcítica e hipocrômica, com glóbulos vermelhos anormalmente pequenos e pálidos.
Deficiência de ferroquelatase
A deficiência de ferroquelatase gera uma doença chamada protoporfíria eritropoiética, uma forma relativamente branda de porfiria29. É uma desordem metabólica hereditária rara, cujo sintoma30 principal é a fotossensibilidade (hipersensibilidade da pele15 à exposição solar e alguns tipos de luz artificial). A protoporfíria eritropoiética é herdada como traço genético autossômico31 dominante.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites do U. S. National Institute of Health, da Johns Hopkins Medicine e do Kaiser Permanente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.