Trombofilia - tendência a formar coágulos
O que é trombofilia1?
A trombofilia1 é um grupo de condições em que o sangue2 coagula mais facilmente do que o normal. Isso pode levar à formação de coágulos dentro das veias3 ou artérias4, os quais podem se deslocar e se transformar em trombos5 que podem obstruir esses vasos sanguíneos6, causando problemas circulatórios.
Quais são as causas da trombofilia1?
Alguns tipos de trombofilia1 são herdados e outros são adquiridos. As trombofilias adquiridas podem ser desencadeadas por diversos fatores que aumentam a coagulação7 do sangue2, entre eles, o uso de estrogênios, terapia de reposição hormonal, viagens aéreas prolongadas (por causa das variações da pressão barométrica), cirurgias, imobilização e também gravidez8.
Saiba mais sobre "Coagulação7 sanguínea", "Terapia de Reposição Hormonal (TRH)" e "Sintomas9 Precoces de Gravidez8".
Qual é o mecanismo fisiológico10 da trombofilia1?
O corpo tem um processo natural de coagulação7 no sangue2, que é alterado nos casos de trombofilia1. O processo normal de coagulação7, chamado de hemostasia11, ajuda a parar os sangramentos se a pessoa tiver uma lesão12 ou um corte.
Quando um vaso sanguíneo é ferido, um processo chamado cascata de coagulação7 é acionado. Esse processo é uma reação em cadeia de diferentes produtos químicos no sangue2 que são chamados fatores de coagulação7. A cascata de coagulação7 faz o sangue2 se solidificar em um coágulo13, que adere à parte lesada do vaso sanguíneo. Existem também produtos químicos naturais no sangue2 que agem contra o sistema de coagulação7, para parar a coagulação7 do sangue2.
A trombofilia1 ocorre se o equilíbrio normal do sistema de coagulação7 estiver alterado. Pode haver excesso de um fator de coagulação7, causando coágulos sanguíneos e desenvolvendo trombofilia1, mas nem toda pessoa com trombofilia1 desenvolve coágulos.
Além desses eventos químicos há outros, de natureza física, que ajudam na formação de coágulos e na hemostasia11, em casos de sangramentos. Pequenas partículas no sangue2, chamadas plaquetas14, se agregam, ajudando a formar o coágulo13. Os vasos, quando lesionados, se contraem, diminuindo o fluxo de sangue2.
Quais são as principais características clínicas da trombofilia1?
Os coágulos de sangue2 podem se formar no interior de artérias4 e veias3, mas os coágulos que partem da trombofilia1 são mais comuns em veias3 profundas. Muitas vezes a trombofilia1 é leve e as pessoas podem nem ter queixas. Os sintomas9 dependem de onde se localizam os coágulos ou os trombos5 por eles gerados. Por exemplo, se numa veia da perna, pode haver dor e inchaço15 nesse membro; se o coágulo13 se desprender e viajar para o pulmão16 poderá causar uma embolia17 pulmonar, com dor torácica, dor à respiração profunda, falta de ar ou, mais raramente, colapso18.
Algumas vezes, a trombofilia1 leva a coágulos sanguíneos em locais incomuns, como em veias3 do cérebro19, intestino ou fígado20, por exemplo, levando aos sintomas9 pertinentes. Um coágulo13 sanguíneo pode ocorrer também em uma artéria21, gerando uma trombose22 arterial. Dependendo da artéria21 afetada, o coágulo13 pode causar um acidente vascular cerebral23, um infarto24 cardíaco ou placentário durante a gravidez8, etc. Assim, é possível ter um acidente vascular cerebral23 em uma idade relativamente jovem, abortos espontâneos repetidos, pré-eclâmpsia25, redução do crescimento fetal, morte fetal e ataque cardíaco.
Leia sobre "Acidente Vascular Cerebral23", "Infarto do Miocárdio26", "Pré-eclâmpsia25" e "Aborto".
Como o médico diagnostica a trombofilia1?
Nos casos de trombofilia1 é importante determinar a causa da formação de coágulos. A ocorrência de um coágulo13 sanguíneo pode obedecer a várias causas. A história clínica do paciente deve levantar a primeira suspeita de trombofilia1 se ele ou um parente de sangue2 desenvolveu um coágulo13 sanguíneo em uma idade jovem (menos de 40 anos), sem causa aparente. Se isso acontecer, o paciente provavelmente receberá uma terapêutica27 anticoagulante28, mesmo que o diagnóstico29 definitivo da causa dos coágulos ainda não tenha sido firmado.
A trombofilia1 pode ser diagnosticada por exames de sangue2. É colhida uma amostra de sangue2 e ela será submetida a um certo número de testes para verificar as diferentes partes do processo de coagulação7.
Como o médico trata a trombofilia1?
Nem sempre a trombofilia1 requer tratamento e somente algumas pessoas precisam tomar medicamentos. A primeira providência deve ser considerar o risco que tem o paciente de desenvolver coágulos de sangue2 e os problemas causados por eles. Em seguida, o paciente e seu médico podem discutir os prós e os contras do tratamento e que tipo de terapêutica27 deve ser estabelecida.
A trombofilia1 não tem cura, mas a tendência a formar coágulos sanguíneos pode ser controlada, seja com baixas doses de aspirina, inibindo a agregação das plaquetas14, ou com o uso de medicações anticoagulantes30. É dito que esses tratamentos “raleam” o sangue2. No entanto, na verdade eles não diluem o sangue2, mas alteram certas substâncias químicas que diminuem a formação de coágulos sanguíneos. Eles não dissolvem um coágulo13 já formado, mas permitem que os mecanismos do próprio organismo possam começar a trabalhar para quebrar o coágulo13 existente.
Como evolui a trombofilia1?
Se o paciente teve coágulo13 uma vez, tem um maior risco de novo coágulo13 no futuro.
Quais são as complicações possíveis da trombofilia1?
Muitas vezes as trombofilias são leves e não causam complicações. Além disso, o tratamento adequado pode prevenir com êxito muitas complicações possíveis. No entanto, algumas condições são potencialmente fatais: embolia17 pulmonar, acidente vascular cerebral23, ataque cardíaco ou um coágulo13 sanguíneo no abdome31.
Também pode haver complicações devido ao tratamento anticoagulante28, principalmente algum sangramento indesejado. Os coágulos de sangue2 da trombofilia1 também podem causar trombose venosa profunda32.
Veja também sobre "Plaquetas14 baixas", "Trombose venosa profunda32" e "Embolia17 pulmonar".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.