Tremor essencial como ele é? Tem jeito de evitar?
O que é o tremor essencial?
O tremor essencial é uma oscilação rítmica das mãos1, de pequena amplitude, que predomina durante alguma atividade exercida por elas, como escrever, por exemplo. Mais raramente, pode afetar outras áreas do corpo como braços, cabeça2, laringe3, língua4 e queixo; as partes inferiores do corpo raramente são afetadas. É uma condição normalmente benigna e de progressão lenta.
Quais são as causas do tremor essencial?
A verdadeira causa do tremor essencial ainda é desconhecida, mas acredita-se que a atividade cerebral elétrica anormal que causa o tremor seja processada através do tálamo5 (estrutura profunda no cérebro6 que coordena e controla a atividade muscular).
O tremor essencial provavelmente é de origem genética, uma vez que comumente acomete várias pessoas de uma mesma família (chamado de tremor familiar). Entretanto, ainda não se descobriu com exatidão quais seriam os genes envolvidos.
As pessoas com o tremor parecem estar em maior risco para a doença de Parkinson7, condição neurológica que se caracteriza por uma desordem lentamente progressiva dos movimentos.
Saiba mais sobre "Doença ou Mal de Parkinson", "Discinesia tardia8" e "Doenças degenerativas9".
Quais são as principais características clínicas do tremor essencial?
A maioria das pessoas afetadas é capaz de viver uma vida normal com esta condição, embora possam encontrar dificuldades nas atividades diárias como comer, se vestir ou escrever. Mais geralmente, o tremor essencial afeta de maneira igual ambas as mãos1, mais acentuadamente quando elas estão em atividade (beber um café, usar um talher, segurar um objeto, etc.) e melhora quando estão em repouso.
À diferença do que ocorre no mal de Parkinson, não há lentidão dos movimentos nem rigidez articular. Esses sintomas10, quando existem conjuntamente com o tremor essencial, devem levantar a suspeita daquela doença.
Os principais sintomas10 associados ao tremor essencial podem ser: agitação incontrolável, voz trêmula, balanço da cabeça2, tremores que pioram durante estresse emocional ou movimentos propositais e diminuem com o repouso, problemas de equilíbrio.
Como o médico diagnostica o tremor essencial?
O diagnóstico11 do tremor essencial é eminentemente12 clínico, dependendo da história médica e de um exame físico adequado. Exames complementares podem ser solicitados em cada caso para excluir outras causas de tremor, como doenças da tireoide13 ou doença de Parkinson7, por exemplo.
Muitos fatores ou doenças diferentes também podem causar tremores e devem ser diferenciados do tremor essencial, incluindo esclerose múltipla14, fadiga15 após exercício, sofrimento emocional extremo, grande susto, tumores cerebrais, alguns medicamentos, anormalidades metabólicas e abstinência de álcool ou drogas.
Como o médico trata o tremor essencial?
O tratamento do tremor essencial inclui medicações como propranolol, primidona, clonazepan, gabapentina e topiramato. A toxina16 botulínica, que induz uma paralisia17 nervosa, pode ser injetada no pescoço18 de pacientes com tremor cefálico. Nos casos mais intensos e resistentes, pode ser feita uma cirurgia que consiste em colocar um eletrodo no tálamo5, o qual funciona associado a um “marca-passo19” colocado sob a pele20, abaixo da clavícula21.
Leia mais sobre "Toxina16 botulínica" e "Marca-passo19".
Como evolui o tremor essencial?
Alguns casos podem ser integralmente controlados, embora existam formas mais resistentes aos tratamentos. Via de regra, entretanto, a melhora está em torno de 60 a 80%.
Como prevenir o tremor essencial?
Não é possível prevenir o tremor essencial, mas é possível minorar suas consequências, seja pelo controle adequado do quadro, seja por algumas medidas preventivas como usar canudinhos para ingerir líquidos, não encher copos ou xícaras até o topo, usar talheres mais adequados ao tipo de alimento ingerido, etc.
Quais são as complicações possíveis do tremor essencial?
O tremor essencial gera constrangimentos e dificuldades de executar as atividades do dia-a-dia e pode ser um fator de risco22 para a doença de Parkinson7.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.