Perda de proteína na urina - o que devemos saber?
O que é proteinúria1?
A albumina2 é uma proteína produzida pelo fígado3 como resultado do metabolismo4 de carnes, ovos, leites e queijos, dentre outros alimentos proteicos. Uma taxa normal dessa proteína é fundamental para conservar o estado nutricional normal e manter os líquidos circulando dentro dos vasos.
Proteinúria1 é a eliminação excessiva de proteínas5 (principalmente albumina2) através da urina6, podendo ser referida como discreta, quando ocorre perda de apenas alguns miligramas de proteínas5 por dia, ou intensa, quando existe perda de vários gramas de proteínas5 por dia. Ela pode ocorrer também fisiologicamente após esforço físico intenso ou quadros febris.
Quais são as causas da proteinúria1?
As proteinúrias são causadas por um excesso de filtração ou déficit de reabsorção das proteínas5 nos glomérulos7 e túbulos renais. A causa mais comum é a diabetes mellitus8.
Doenças renais como nefrite9 ou nefrose10 são causas frequentes de proteinúria1. O excesso de proteínas5 no soro11 (como no mieloma12 múltiplo, por exemplo) também pode conduzir à proteinúria1.
As principais doenças que podem provocar lesão13 dos glomérulos7 e levar à proteinúria1 são diabetes mellitus8, lúpus14, doenças primárias do glomérulo15, hepatite16, sífilis17, AIDS, reação a anti-inflamatórios, câncer18, eclâmpsia19, obesidade20, hipertensão arterial21 e mieloma12 múltiplo.
Conheça mais sobre "Diabetes Mellitus8", "Lúpus14", "Mieloma12 múltiplo", "Hepatites22" e "Nefrite9".
Qual é o mecanismo fisiológico23 da proteinúria1?
Há três condições possíveis para causar proteinúria1: (1) doenças glomerulares, (2) excesso de proteínas5 no sangue24 e (3) incapacidade de reabsorção apropriada ao nível do túbulo proximal25 do néfron26.
A proteinúria1 pode ser um sinal27 de lesão13 renal28. As proteínas5 do soro11 filtradas no glomérulo renal29 são quase todas reabsorvidas. A perda excessiva de proteínas5 está geralmente relacionada a uma perturbação da filtração ou da reabsorção.
Quais são as principais características clínicas da proteinúria1?
A proteinúria1 em si não causa sintomas30, mas pode ser o primeiro sinal27 de doença renal28 em pacientes sofrendo de doenças como o diabetes31, por exemplo. Quando a perda de proteínas5 pela urina6 é maior que 3,5 gramas por dia, dizemos que se trata de proteinúria1 nefrótica. Uma proteinúria1 intensa pode desenvolver hipoproteinemia, em virtude da diminuição da pressão oncótica32 vascular33, motivando edema34, ascite35 ou mesmo hidrotórax (acúmulo de líquidos na cavidade pleural36).
Como o médico diagnostica a proteinúria1?
O diagnóstico37 deve começar por uma detida história clínica focada sobretudo em problemas renais e em exames físicos que busquem sinais38 de edema34, anemia39, hipertensão arterial21, hematúria40, piúria (presença de pus41 na urina6), glicosúria42 (presença de açúcar43 na urina6), etc.
Do ponto de vista laboratorial, as proteínas5 não deveriam ser excretadas na urina6. Um dos sinais38 cruciais da presença de albumina2 na urina6 é o fato dela tornar-se espumosa. A taxa normal de albumina2 no plasma44 é de 3,5 a 4,5g/dl, mas a quantificação correta da proteinúria1 é feita sempre na urina6 de 24 horas e medida em gramas por esse período. Normalmente, diz-se que há proteinúria1 quando a presença da taxa laboratorial de proteínas5 na urina6 de 24 horas é maior do que 150 mg.
Leia mais sobre "Edema34", "Ascite35", "Anemia39", "Hipertensão arterial21" e "Hematúria40".
Uma proteinúria1 é considerada persistente quando é observada em pelo menos duas amostras de urina6 dentro de um período de 30 dias e geralmente está associada a uma patologia45 renal28 subjacente. As proteinúrias funcionais podem ser transitórias ou ortostáticas, sendo detectadas em amostras urinárias ocasionais ou quando o paciente encontra-se na posição ortostática (em pé). Os tipos de proteinúrias presentes na urina6 podem ser identificados por meio da eletroforese das proteínas5.
Como o médico trata a proteinúria1?
O tratamento da proteinúria1 consiste na reposição do valor proteico e na investigação da causa da perda de proteínas5. O tratamento depende da causa e, por isso, os tratamentos são muito variados. Mas, independente da causa, todo paciente com proteinúria1 deve procurar manter sua pressão arterial46 em 135/85 mmHg e evitar ao máximo o consumo de sal. A melhora desse quadro só é obtida quando a perda de proteínas5 é interrompida e a taxa plasmática da albumina2 é recomposta.
Como costuma evoluir a proteinúria1?
Pacientes com proteinúria1 apresentam elevado risco de evoluírem para uma insuficiência renal47, mas o controle do grau de proteinúria1 ajuda a retardar a progressão da lesão13 nos rins48, diminuindo o risco de perda renal28 e de precisar fazer hemodiálise49 no futuro.
Veja também sobre "Eletroforese das proteínas5", "Insuficiência renal47 crônica" e "Hemodiálise49".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.