Escotoma: uma alteração do campo visual
O que é escotoma1?
Escotoma1 (do grego: Skotos = escuridão) é uma área de alteração do campo visual2 que consiste de uma diminuição parcial ou total da acuidade da visão3, rodeada por um campo de visão3 normal ou relativamente bem preservado. As manchas do escotoma1 são como "buracos" escuros no campo visual2 em que o paciente não consegue ver nada. O escotoma1 não é uma doença, mas um sintoma4 que pode ocorrer em várias doenças.
Quais são as causas do escotoma1?
Um escotoma1 pode ser um sintoma4 de dano a qualquer parte do sistema visual, tais como problemas na retina5, em particular a sua porção mais sensível, a mácula6 e a degeneração7 da própria mácula6, além de alterações desde o nervo óptico até o córtex visual.
As causas mais comuns de escotoma1 são as doenças desmielinizantes8, a hipertensão arterial9, as substâncias tóxicas, as deficiências nutricionais, os bloqueios vasculares10 tanto na retina5, como no nervo óptico e degeneração macular11, geralmente associada ao envelhecimento.
Numa grávida, o escotoma1 pode apresentar-se como um sintoma4 de pré-eclâmpsia12 grave. Da mesma forma, escotomas13 podem se desenvolver como resultado do aumento da pressão intracraniana.
Qual é a “fisiopatologia” do escotoma1?
Todas as pessoas têm um escotoma1 fisiológico14 em seu campo de visão3, denominado “ponto cego” do olho15. Este é um local sem células16 fotorreceptoras, constituído pelos axônios17 das células16 ganglionares retinais que formam a saída do nervo óptico. Muitas vezes, o indivíduo não tem consciência direta dos pequenos escotomas13 visuais ou eles são simplesmente considerados regiões de percepção reduzida dentro do campo visual2. Ao invés de reconhecerem uma imagem como incompleta, os pacientes com escotomas13 relatam que as coisas "desaparecem" quando a imagem delas se sobrepõe à mancha escura.
O termo também é usado metaforicamente em vários campos, como neurologia, psicologia, filosofia, política e visão3 do mundo. Nesse sentido figurativo, significa uma lacuna na percepção, cognição18 ou compreensão de alguma situação. No sentido literal, no entanto, é causado pela ligação entre o sistema nervoso19 e a mente, através da cadeia das entradas sensoriais, a condução do nervo para o cérebro20, a correlação cérebro20-mente e a função psicológica. Assim, não há apenas uma incapacidade visual para ver, mas também uma incapacidade mental para conceber aquilo que é visualizado.
Na psicologia, escotoma1 pode referir-se à incapacidade de uma pessoa de perceber traços de personalidade em si mesma que são óbvias para os outros. E num sentido ainda mais alto de abstração, tem-se chamado de escotomas13 intelectuais à dificuldade de uma pessoa perceber distorções em sua visão3 de mundo que são óbvias para os demais.
Quais são as principais características clínicas do escotoma1?
Um escotoma1 patológico pode envolver qualquer parte do campo visual2 e pode ser de qualquer forma ou tamanho. O escotoma1 pode incluir e ampliar o ponto cego normal. Mesmo um pequeno escotoma1 que passa a afetar a visão central21 ou macular irá produzir uma deficiência visual grave, enquanto um grande escotoma1 na parte periférica do campo visual2 pode passar despercebido.
Raramente, os escotomas13 são bilaterais, mas podem ocorrer, por exemplo, quando um tumor22 na hipófise23 começa a comprimir o quiasma24 óptico (ponto em que os nervos provenientes dos dois olhos25 se unem). Normalmente o escotoma1 é representado por uma mancha escura, mas uma aura visual comum na enxaqueca26 é constituída por um escotoma1 cintilante. Menos comum, mas muito importantes, são os escotomas13 devido a tumores, tais como os que acometem a glândula27 pituitária, por exemplo, que podem comprimir o nervo óptico ou interferir com seu suprimento de sangue28.
Como o médico diagnostica o escotoma1?
O principal elemento diagnóstico29 é o relato do próprio paciente. Os testes de campo visual2, feitos no consultório do médico, captam sinais30 que podem sugerir o problema. Ao fazer isso, o campo visual2 em cada olho15 é "mapeado" de forma a localizar o escotoma1. Um exame oftalmológico completo pode também identificar as causas do escotoma1. Se o problema não for restrito ao olho15, testes adicionais devem ser feitos, incluindo radiografia da cabeça31, tomografia computadorizada32 e angiografia33 do olho15.
Como o médico trata o escotoma1?
O tratamento do escotoma1 dependerá da sua causa. Alguns escotomas13 se resolvem por si mesmos, enquanto outros podem chegar a necessitar de cirurgia.
Como evolui o escotoma1?
Os escotomas13 às vezes são autorreversíveis e alguns necessitam cirurgia, na dependência das suas causas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.