Coriorretinite: definição, causas, características, diagnóstico e evolução
O que é coriorretinite?
A coriorretinite, ou retinocoroidite1, é um processo inflamatório que envolve o trato uveal do olho2. A úvea3, por sua vez, é constituída por três estruturas: a íris4, o corpo ciliar5 e a coroide6. A íris4 é o anel colorido que circunda a pupila, esta abre e fecha como as lentes de uma máquina fotográfica. O corpo ciliar5 é o conjunto de músculos7 que controlam o cristalino8 para que o olho2 possa enfocar os objetos próximos ou distantes. A coroide6 é o revestimento interno do olho2, que se estende desde a margem dos músculos7 ciliares até o nervo óptico, localizado na parte posterior do olho2.
As inflamações9 muitas vezes são classificadas de acordo com o compartimento onde elas predominam: uveíte10, coroidite, retinite.
Quais são as causas da coriorretinite?
A coriorretinite geralmente é causada por infecções11 congênitas12 e, portanto, presente no recém-nascido, embora haja outras adquiridas. Podem ser de natureza viral, bacteriana, por toxoplasma ou citomegalovírus13. As infecções11 fúngicas14 também foram descritas, mas são raras. Em casos ainda mais raros, a coriorretinite é parte de um processo não infeccioso.
Várias doenças infecciosas emergentes, como a dengue15, a febre16 Zika e o vírus17 Chikungunya têm sido reconhecidas como causadoras de doenças oculares, incluindo coriorretinite. Pacientes imunodeprimidos são mais sujeitos à coriorretinite, as crianças e os idosos também podem estar em risco porque seus sistemas imunológicos podem não ser capazes de lutar contra a infecção18.
Quais são as principais características clínicas da coriorretinite?
A coriorretinite adquirida ocorre em qualquer idade, dependendo da doença subjacente. Fora do período neonatal, a coriorretinite pode ser diagnosticada em diversas condições clínicas e pode refletir doenças recém-adquiridas ou reativação de doenças mais antigas. A extensão de envolvimento ocular pode variar muito sendo focal, extensa, uni ou bilateral.
Coriorretinites exsudativas19 ou uveítes20 podem ser encontradas em pacientes contaminados com Toxoplasma gondii. A única grande lesão21 de coroide6 com a inflamação22 extensiva ou endoftalmite é observada em pacientes com Toxocara canis, enquanto a ceratite intersticial23 ou irite24 é mais comum em pacientes com Treponema pallidum.
O estrabismo25 e a atrofia26 óptica podem acompanhar a coriorretinite causada por citomegalovírus13. Ao contrário da infecção18 congênita27 por toxoplasma, a retinite causada pelo citomegalovírus13 não progride. As infecções11 congênitas12 disseminadas tais como citomegalovírus13 e a toxoplasmose28 também podem se manifestar com achados extraoculares, tais como retardo do crescimento intrauterino, microcefalia29, microftalmia, catarata30, uveíte10, defeitos auditivos, osteomielite31, hepatoesplenomegalia32, linfadenopatia, eritropoiese33 dérmica, cardite e anomalia cardíaca congênita27. Os pacientes com coriorretinite tendem a experimentar visão34 borrada e manchas pretas em sua visão34.
Como o médico diagnostica a coriorretinite?
A coriorretinite pode ser diagnosticada com uma boa história clínica e um exame físico oftalmológico. Outros exames também podem ser realizados para determinar qual é o agente infeccioso responsável pela coriorretinite, porque isto pode influenciar a escolha dos medicamentos usados no tratamento. O tratamento envolve a administração de antibióticos para exterminar a infecção18 bacteriana, quando presente, e corticosteroides para reduzir a inflamação22. Se a coriorretinite for uma complicação de outra doença, o tratamento também deve envolver essas condições.
Como evolui a coriorretinite?
Em muitos casos, o paciente experimenta uma recuperação completa, sem problemas de visão34 duradouros. Em outros, a cicatrização pode ocorrer, provocando manchas ou visão34 turva de longo prazo, especialmente se a inflamação22 atingiu a mácula35. A coriorretinite associada a infecções11 virais congênitas12, como o citomegalovírus13, por exemplo, tende a ser estável ou melhorar na infância, enquanto a coriorretinite associada à toxoplasmose28 congênita27 progride durante anos após o nascimento e é mais provável que seja clinicamente significativa numa idade mais avançada.
Se deixada sem tratamento, a coriorretinite grave pode resultar na perda parcial ou total de visão34 no olho2 afetado. O prognóstico36 da coriorretinite devido a infecções11 congênitas12 depende da etiologia37. A mortalidade38 devido à coriorretinite depende da natureza e da progressão da doença subjacente.
Quais são as complicações possíveis da coriorretinite?
A coriorretinite pode causar complicações de longo prazo, incluindo uma cicatrização que interfere com a visão34. Se a coriorretinite atingir a mácula35, o paciente pode ter problemas graves de visão34 e mesmo cegueira.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.