Dacriocistite - o que é?
O que é dacriocistite1?
O saco lacrimal é uma pequena câmara para a qual as lágrimas que banham os olhos2 são drenadas e de onde elas são escoadas, pelo canal nasolacrimal, para a cavidade nasal3, e daí para o trato digestivo.
A dacriocistite1 é a infecção4 do saco lacrimal, que costuma ser devida à obstrução do canal nasolacrimal. Com a obstrução dessa via, as lágrimas se acumulam e correm pelas bochechas. Pode-se descrever três tipos do transtorno: (1) dacriocistite1 aguda, (2) dacriocistite1 crônica e (3) dacriocistite1 do recém-nascido.
Leia sobre "Obstrução das vias lacrimais", "Lacrimejamento em bebês5" e "Por que choramos".
Quais são as causas da dacriocistite1?
A dacriocistite1 costuma ser secundária a uma obstrução baixa do canal nasolacrimal, provocando assim o acúmulo de lágrimas, o que propicia a proliferação bacteriana. Essa obstrução pode se dar por traumatismos, desvios do septo nasal6, rinite7 hipertrófica, pólipos8 nasais, hipertrofia9 do corneto inferior ou dacriostenose congênita10 residual.
Quais são as principais características clínicas da dacriocistite1?
Em geral, mas nem sempre, a infecção4 é leve. No entanto, ela pode ser grave e causar febre11.
A dacriocistite1 aguda produz uma inflamação12 rápida e repentina entre o olho13 e o nariz14 acompanhada de muita dor. Após alguns dias, pode ocorrer drenagem15 espontânea de pus16.
A dacriocistite1 crônica produz um lacrimejar constante com conjuntivite17 e o quadro clínico típico consiste em dor, vermelhidão, edema18 na área do saco lacrimal, blefarite19 (inflamação12 das pálpebras20), febre11 e leucocitose21 (aumento dos glóbulos brancos no sangue22). No entanto, uma ligeira inflamação12 do saco lacrimal pode ser o único sintoma23 da dacriocistite1 crônica.
A dacriocistite1 do recém-nascido é produzida por uma estenose24 (estreitamento) congênita10 do canal nasolacrimal. A repetição dos processos inflamatórios agudos pode conduzir à vermelhidão e ao endurecimento da área sobre o saco lacrimal. No caso de abscesso25 (acumulação de pus16), existe o risco de ruptura e forma-se uma fístula26 na pele27 que supura.
Saiba mais sobre "Desvio de septo nasal6", "Pólipos8 nasais", "Conjuntivite17", "Blefarite19" e "Leucocitose21".
Como o médico diagnostica a dacriocistite1?
O diagnóstico28 da dacriocistite1 deve ser feito a partir da história clínica do paciente, dos seus sintomas29 e do exame físico. Na forma aguda da doença, ao se pressionar o saco pode-se produzir uma regurgitação30 de pus16 através do ponto lacrimal.
Uma radiografia contrastada do canal lacrimal, chamada dacriocistografia, ajuda a verificar se há entupimento do canal, em que ponto ele se localiza e qual é a sua extensão e suas características. A dacriocistografia é, pois, um exame de imagem no qual se injeta um contraste pelo canal lacrimal e ao mesmo tempo realiza-se uma radiografia da região. Quando o exame é feito de ambos os lados, ele permite uma análise comparativa e pode detectar alterações precoces.
Como o médico trata a dacriocistite1?
A dacriocistite1 aguda requer um pronto tratamento para evitar complicações. Em geral, é tratada com compressas quentes, antibióticos (de preferência, precedidos por uma cultura), descongestionantes nasais, analgésicos31 e/ou incisão32 e drenagem15 do abscesso25, se for o caso.
A dacriocistite1 crônica exige, para seu tratamento, a dilatação do canal nasolacrimal com uma sonda, após a inoculação33 de um anestésico local. Se houver anomalias nasais dificultando a drenagem15 lacrimal que possam ter solucionadas, elas devem ser corrigidas. Em alguns casos será necessária uma dacriocistorrinostomia (um novo canal de drenagem15 das lágrimas) ou uma dacriocistectomia (remoção ou ablação34 do saco lacrimal).
Veja também sobre "Abcesso" e "Olhos2 coçando".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.