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Doença de Peyronie: o que é?

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O que é a doença de Peyronie?

A doença de Peyronie é um distúrbio caracterizado pelo surgimento de cordões fibrosos no tecido conjuntivo1 do pênis2, causando nele uma curvatura anormal, quando em ereção3. Ocorre uma perda da capacidade de se distender um lado do pênis2, encurtando-o naquele lado e provocando o desvio. Uma curvatura mais ligeira no pênis2 pode ocorrer de maneira normal, mas na doença de Peyronie ela é especialmente acentuada e gera sintomas4. A doença recebeu seu nome em homenagem ao médico da corte francesa, François de La Peyronie, que diagnosticou essa doença no rei Luiz XIV.

Quais são as causas da doença de Peyronie?

As causas da doença de Peyronie ainda não foram completamente esclarecidas, mas alguns fatores envolvidos já são conhecidos. A doença de Peyronie parece resultar de repetidas injúrias ao pênis2 em razão, por exemplo, da atividade sexual ou atlética ou como consequência de um acidente. Durante a cicatrização das lesões5, forma-se de maneira desorganizada um processo de fibrose6 que seria responsável pela curvatura anormal do pênis2. Contudo, nem todos os homens acometidos relatam traumas atingindo o pênis2 e, por outro lado, muitas injúrias ao pênis2 não levam à doença. Sabe-se que a hereditariedade7, as desordens do tecido conectivo8 e uma idade avançada representam fatores de risco para a doença.

Quais são os principais sinais9 e sintomas4 da doença de Peyronie?

Os principais sinais9 e sintomas4 da doença de Peyronie podem aparecer abruptamente ou desenvolverem-se gradualmente e são: placas10 ou cordões cicatriciais fibrosos que podem ser sentidos sob a pele11, uma acentuada curvatura do pênis2 ereto12 para um dos lados, por vezes dolorosa e impeditiva de relações sexuais, problemas de obter e manter uma ereção3 e encurtamento do pênis2. Cerca de 30% dos portadores da doença desenvolvem fibrose6 também em outros tecidos elásticos do corpo, como na mão13 ou pé. A doença é mais comumente observada acima dos 40 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.

Como o médico diagnostica a doença de Peyronie?

O diagnóstico14 da doença de Peyronie é eminentemente15 clínico e pode ser feito com segurança a partir da história médica do paciente e do exame físico.

Como o médico trata a doença de Peyronie?

Se a doença é leve e assintomática, nenhum tratamento é requerido. Existem tratamentos medicamentosos que visam dar ao pênis2 uma maior flexibilidade. O único tratamento efetivo e radical da doença de Peyronie é cirúrgico, mas a cirurgia só deve ser indicada para aqueles casos em que a tortuosidade do pênis2 seja muito dolorosa ou impeça a ereção3 ou a relação sexual e em que o paciente não obtenha bons resultados com o tratamento medicamentoso.

Como prevenir a doença de Peyronie?

Como não se conhece inteiramente as causas da doença de Peyronie, não há como preveni-la cabalmente, no entanto, pode-se evitar alguns fatores associados a ela, como os traumas sobre o pênis2, por exemplo.

Como evolui a doença de Peyronie?

Numa pequena percentagem de homens, a doença de Peyronie desaparece espontaneamente ou se estabiliza, mas em muitos casos ela persiste e piora com o tempo. Em muitos homens a dor durante as ereções melhora dentro de um ou dois anos, embora as placas10 fibrosas e a curvatura do pênis2 persistam.

Quais são as complicações possíveis da doença de Peyronie?

A doença de Peyronie pode levar a dificuldades de obter ou manter uma ereção3 e, consequentemente, à incapacidade de ter relações sexuais. Essa complicação se torna especialmente importante em homens que ainda desejam gerar filhos.

ABCMED, 2015. Doença de Peyronie: o que é?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/742307/doenca-de-peyronie-o-que-e.htm>. Acesso em: 2 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Tecido conjuntivo: Tecido que sustenta e conecta outros tecidos. Consiste de CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO inseridas em uma grande quantidade de MATRIZ EXTRACELULAR.
2 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
3 Ereção: 1. Ato ou efeito de erigir ou erguer. 2. Inauguração, criação. 3. Levantamento ou endurecimento do pênis.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
6 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
7 Hereditariedade: Conjunto de eventos biológicos responsáveis pela transmissão de uma herança a seus descendentes através de seus genes. Existem dois tipos de hereditariedade: especifica e individual. A hereditariedade especifica é responsavel pela transmissão de agentes genéticos que determinam a herança de características comuns a uma determinada espécie. A hereditariedade individual designa o conjunto de agentes genéticos que atuam sobre os traços e características próprios do indivíduo que o tornam um ser diferente de todos os outros.
8 Tecido conectivo: Tecido que sustenta e conecta outros tecidos. Consiste de CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO inseridas em uma grande quantidade de MATRIZ EXTRACELULAR.
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Placas: 1. Lesões achatadas, semelhantes à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
11 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
12 Ereto: 1. Que se mantém erguido, levantado; erecto. 2. Que se encontra em equilíbrio ou aprumado. 3. Que endureceu, que se tornou túrgido.
13 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
14 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
15 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
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