Exames preventivos que toda mulher deve fazer
As mulheres a partir dos 40 anos devem fazer um checkup clínico e ginecológico
A maioria das mulheres têm a vantagem de serem acompanhadas desde cedo por um ginecologista, seja para o uso de métodos anticoncepcionais, para acompanhamento pré-natal ou para o tratamento de doenças típicas da mulher.
Numa consulta anual, o clínico deve examinar minuciosamente a paciente, aferir sua pressão arterial1 e solicitar exames complementares tais como hemograma completo, dosagem dos hormônios da tireoide2, exame de urina3 e de fezes, exames de glicose4 e colesterol5, exame oftalmológico, eletrocardiograma6 e exame dermatológico.
O ginecologista, por sua vez, deve, após exame clínico completo, pedir uma ultrassonografia7 pélvica8 e/ou transvaginal, exame de Papanicolau9 (coleta de material do colo do útero10 para ser analisado quanto à presença de vírus11, fungos, bactérias e células12 cancerígenas), colposcopia13, solicitada quando há alguma alteração no Papanicolau9, e também uma mamografia14, que pode ser complementada pela realização de uma ultrassonografia7 das mamas15, em caso de mamas15 densas.
Além disso, é importante manter em dia a vacinação contra doenças vacináveis, como a vacina16 contra o HPV e contra as hepatites17 A e B. Com um bom acompanhamento geral, em muitos casos os fatores de risco para doenças podem ser eliminados ou terem sua influência minimizada.
Saiba mais sobre "Preventivo18 ou Exame de Papanicolau9", "Colposcopia13", "Mamografia14" e "Papilomavírus humano".
Quais são os exames preventivos que a mulher deve fazer?
Segundo a Preventive Services Task Force, dos Estados Unidos, os exames preventivos da mulher devem ser:
A triagem do câncer19 do colo do útero10 deve ser feita anualmente, por mulheres a partir de 21 anos ou a partir de um ano após o início da atividade sexual, pelo exame de Papanicolau9, a partir de esfregaço do colo do útero10, similarmente ao que se faz para testar para a presença do vírus11 HPV (papiloma vírus11 humano). Ambos os testes buscam alterações nas células12 anormais que podem indicar a necessidade de novos testes, como uma biópsia20, por exemplo, que estabeleça precocemente um diagnóstico21 certeiro.
O exame para detecção do câncer19 colorretal deve ser feito por meio de uma colonoscopia22, a partir dos 50 anos. A colonoscopia22 é a melhor ferramenta que se tem para detectar o câncer19 de cólon23, pólipos24 pré-cancerosos ou outras lesões25. O câncer19 de cólon23 é o terceiro câncer19 mais comum para as mulheres, só ultrapassado pelo câncer19 de mama26 e câncer19 de pulmão27. Se a mulher tiver uma história familiar de câncer19 colorretal, a triagem deve ser feita mais cedo e com menor intervalo de tempo, o que deve ser orientado e acompanhado de preferência por um médico coloproctologista.
Leia sobre "Colonoscopia22", "Câncer19 colorretal", "Câncer19 do colo do útero10", "Câncer19 de mama26", "Câncer19 de pulmão27" e "Câncer19 de ovário28".
A triagem do câncer19 de mama26 deve ser feita pela mamografia14, uma vez por ano, nas mulheres a partir dos 40 anos. Se a mulher tiver uma história familiar de câncer19 de mama26 ou de ovário28, o médico pode recomendar mamografias mais precoces e mais frequentes. A mamografia14 é a ferramenta mais efetiva que se tem para detectar o câncer19 de mama26. O autoexame é uma excelente ferramenta para a detecção precoce do câncer19 de mama26 e deve ser feito por todas as mulheres a partir dos 20 anos, 7 dias após o término da menstruação29. Ele consiste em apalpar minuciosamente os próprios seios30, denunciando novos nódulos ou endurecimentos que apareçam. O autoexame, no entanto, não deve substituir o exame clínico realizado por um profissional de saúde31.
A pressão sanguínea deve ser medida e controlada com o manguito comum (“aparelho de pressão”) uma vez por ano, a partir dos 18 anos de idade. Isso é muito importante porque as doenças cardíacas estão cada vez mais presentes na vida das mulheres, e a pressão arterial1 elevada é um importante fator de risco32 para elas. Se a pessoa tiver uma pressão arterial1 elevada, a medição deve ser feita com mais frequência. Devido ao seu vínculo com um risco aumentado de doenças cardíacas, acidentes vasculares33 cerebrais e declínio cognitivo34 é muito importante garantir que a pressão arterial1 esteja bem controlada.
As dosagens do colesterol5 total e suas frações (o "bom" colesterol5 e o “mau” colesterol5), bem como de triglicerídeos no sangue35, devem ser tomadas pelo menos uma vez por ano, em mulheres maiores de 20 anos. O exame do colesterol5 exige um jejum antes do teste de 8 a 12 horas e o de triglicerídeos de 4 a 6 horas. Taxas altas desses lipídios aumentam o risco de doenças cardíacas. O colesterol5 e os triglicerídeos altos estão ligados a doenças cardíacas, ataques cardíacos e acidentes vasculares33 cerebrais. Três frações do colesterol5 são muito importantes: HDL36 (high density lipoprotein), chamado bom colesterol5, que aparentemente protege o indivíduo contra o infarto do miocárdio37, LDL38 (low density lipoprotein), dito colesterol5 ruim, e VLDL (very low density lipoprotein). O colesterol5 total saudável deve ser inferior a 190 mg/dL39; o HDL36 deve ficar acima de 40 mg/dL39; o LDL38 abaixo de 130 mg/dL39 e o VLDL deve ficar abaixo de 30mg/dL.
Veja também sobre "Triglicerídeos", "Colesterol5 LDL38", "Colesterol5 HDL36" e "Entendendo o colesterol5 do organismo".
Um teste de glicose4 no sangue35 e na urina40 geralmente faz parte dos exames de rotina e deve ser feito pelo menos uma vez por ano, a partir dos 40 anos, por mulheres que estejam acima do peso ou obesas, para evitar ou controlar o diabetes41 tipo 2. Ele pode ser feito com mais frequência se os níveis apurados de glicose4 colocam a mulher na categoria de pré-diabética. O diabetes tipo 242 é um dos importantes fatores de risco para doenças cardíacas, depressão e distúrbios alimentares.
A triagem da osteoporose43 pode ser feita por um exame anual de densidade óssea, feito a partir da menopausa44. As mulheres com história familiar de osteoporose43 ou história de fraturas anteriores, devem ser recomendadas a fazer isso a cada ano. Se não estiver em risco, pode ser suficiente fazer o exame a cada 2 ou 3 anos. Isso serve para advertir para maiores cuidados quanto à possibilidade de fraturas ósseas. Além disso, o exame pode levantar a possibilidade do uso de medicações que, no mínimo, reduzem a progressão da osteoporose43.
A depressão, muito mais frequente nas mulheres do que nos homens (cerca de duas vezes mais), é a principal causa de deficiências e queda de produtividade em todo o mundo. Muitas vezes, as mulheres não a reconhecem ou procuram esconder esse mal. No entanto, o médico deve considerar essa possibilidade, porque há evidências de que ela ocorre quase regularmente. Em muitos casos, os sintomas45 com aparência de serem sintomas45 físicos podem se dever à depressão. Se o médico tiver uma conversa franca com a paciente, poderá ajudar a identificar o melhor tratamento e indicar o profissional mais adequado para tratá-la.
Um exame de sangue35 deve excluir também o vírus11 da hepatite46 C. As mulheres usuárias de drogas injetáveis, as sexualmente menos seletivas e as que tenham recebido transfusões de sangue35 estão em maior risco e precisam ser testadas com mais frequência. Mesmo se a mulher não tiver sintomas45, o vírus11 pode estar desgastando o sistema imunológico47 e pode levar à cirrose48 ou ao câncer19 de fígado49.
Leia mais sobre "Glicemia de jejum50", "Obesidade51", "Diabetes41", "Osteoporose43", "Densitometria52 óssea" e "Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial1 (MAPA)".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e do International Federation of Gynecologiy and Obstetrics.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.