Primeiro ano de vida do bebê - mês a mês
Como é o primeiro ano de vida do bebê?
Nem todos os bebês1 se desenvolvem de um modo exatamente igual. Além da genética de cada um, nem todos tiveram uma gestação rigorosamente idêntica. E há também uma diferença de “temperamento” de um para outro. Por isso, qualquer descrição da evolução de um bebê só vale aproximativamente. No caso dele ter nascido prematuro, ele levará um pouco mais de tempo que o comum para fazer as mesmas coisas que outras crianças da mesma idade. Ao contrário, alguns bebês1 parecerão precoces e seus comportamentos aparecem mais cedo do que o que se observa na média.
Saiba mais sobre a "Gestação semana a semana" e a "Prematuridade".
Ao nascer
O nascimento representa a primeira das muitas crises que o bebê atravessará em sua vida. Ele passa de um ambiente ao qual estava integrado para outro novo e muito diferente, ao qual terá de se adaptar. São novos estímulos (sons, luminosidade, cheiros, etc), novas sensações (fome, sede, dor, etc) e novas posições a que terá de responder.
Desde o início, o cérebro2 vai fazendo importantes conexões neuronais, em interação com o ambiente. O bebê já nasce com certos reflexos primitivos, como o de sugar quando o seio3 é levado a seus lábios ou o de deglutir4, por exemplo, se há estimulação em sua boca5. Isso o faz capaz de extrair e deglutir4 o leite materno: ele já nasce “sabendo” mamar e a mãe logo perceberá que se alimentar é a principal atividade da vida dele. Nesse período, a maioria dos recém-nascidos precisa se alimentar a cada duas ou três horas.
Eles em geral dormem 16 a 17 horas por dia e quase só acordam para mamar. Em resumo, quando muito novinhos, quase tão somente comem e dormem. Outro reflexo que está presente ao nascer, quase sempre muito explorado e apreciado pelos adultos, é o de fechar as mãozinhas quando se coloca o dedo em sua palma (reflexo de preensão), o que às vezes permite, inclusive, que o bebê seja levantado um pouco.
O recém-nascido já é capaz de ouvir, de ver, de cheirar e de sentir pressão ou dor.
Sua visão6, no entanto, só alcança cerca de 30 centímetros. Por isso, ele consegue ver claramente o rosto de quem o segura (geralmente a mãe) e essa é a primeira imagem significativa para ele. Mas eles logo serão capazes de identificar também a voz e o cheiro dela. Assim, a amamentação7, e tudo que decorre dela, é o primeiro e o mais fundamental acontecimento dessa fase, mas todos os demais cuidados básicos com a criança pequena (troca de fraldas, banho, alimentação, sono e outros) também constituem outras bases sobre as quais se formam seus afetos.
Quase todo desconforto que um bebê sentirá (dor, fome, refluxo, fraldas sujas, frio, calor, etc) até um ano de idade ele expressa de uma única maneira: chorando! Logo quando recém-nascido, o bebê pode estar com suas perninhas e bracinhos não totalmente esticados, parecendo meio "encolhido", mas isso é normal e ele acaba se soltando aos poucos, depois do quinto ou sexto mês de vida.
Leia os artigos sobre "Cuidados com o recém-nascido", "Amamentação7" e "Alimentação infantil".
Primeiro mês
Ao completar o primeiro mês de vida, o bebê já poderá levantar um pouco a cabeça8 quando estiver de bruços e virá-la de um lado para o outro. Também já consegue acompanhar um objeto em movimento. De início, esses movimentos são bruscos, mas progressivamente dão lugar a outros mais delicados, à medida que o sistema nervoso9 e o controle muscular vão amadurecendo.
Nesse primeiro mês, ele inicia a exploração do seu corpo, começando por braços e pernas. Nessa fase, os bebês1 adoram sugar e é possível que, na falta de uma chupeta, comecem a sugar o polegar. Alguns bebês1 de um mês podem começar a dar gritinhos e gargalhadas e outros já sorriem ao ver o pai ou a mãe, demonstrando reconhecê-los.
Segundo mês
Aos 2 meses, o bebê descobre as suas mãozinhas e começa a agarrar os objetos, levando-os até a boca5, sendo muito importante nesta fase ter cuidados com peças pequenas. É o período em que ele começa a descobrir o som da própria voz e já consegue dormir por períodos mais longos à noite, mas a maioria deles ainda requer uma ou mais mamadas durante a noite. Ele já dá os primeiros sorrisos. Há maior coordenação de braços e pernas e o bebê já começa a conseguir pegar objetos voluntariamente.
Terceiro mês
Aos 3 meses, o bebê descobre seus pezinhos e já pode conseguir dormir a noite inteira. Durante o dia pode ficar mais ativo e, um detalhe importante, não gosta de ficar sozinho. Começa a acompanhar os objetos visualmente e tenta pegar o que lhe interessa.
Entre 3 e 4 meses, o sono do bebê começa a se definir. Muitos bebês1 (mas nem todos) já podem até dormir a noite toda. Ele, agora, começa a distinguir quem é quem e dará mostras de suas preferências, começando a demonstrar estranhamento com pessoas que não conhece.
Quarto mês
Por volta dos 4 meses, ele também já é capaz de reconhecer as pessoas mais próximas, a sua musculatura já está mais desenvolvida e ele pode levar os pés à boca5. Ao ser colocado no chão, sobre uma manta, por exemplo, ele rolará de um lado para o outro. A atenção dele começa a se voltar para outras coisas enquanto mama10. O bebê consegue pegar um objeto e depois de examiná-lo um pouquinho vai tentar colocá-lo na boca5. Alguns bebês1 começam a ter sinais11 de dentição12 já aos quatro meses, mas o primeiro dente13 geralmente só aparece mesmo após os cinco ou seis meses.
Veja o artigo sobre "Dentes de leite".
Quinto mês
No 5º mês de vida, a audição do bebê está bem desenvolvida e ele já é capaz de reconhecer o próprio nome. Cantar e bater palma são estímulos a que ele responde com alegria. Em algumas crianças podem começar a despontar os primeiros dentinhos. Em outras, eles demorarão mais, às vezes até o 12º mês de vida.
Nessa idade, o bebê está quase sentando sozinho. Ele pode mesmo conseguir se sentar por alguns segundos sem ajuda, mas logo começa a se inclinar para a frente. O bebê quer levar tudo à boca5. Parece que está descobrindo o mundo pela boca5. Nessa fase, ele começa a participar de pequenas brincadeiras. É a hora de começar a jogar objetos no chão só para as pessoas pegá-los, incansáveis vezes ou para acompanhar como e onde eles caem. É cansativo, mas vai virar rotina e em poucas semanas esse ato será acompanhado por ataques de riso.
Aos cinco meses, os bebês1 costumam reconhecer o próprio nome e reagir a ele. Pode ser que ele já dê beijos, abraços e risadas.
Sexto mês
No primeiro semestre de vida, o bebê deve ter mamado exclusivamente no peito14. Sua única alimentação deve ter sido o leite materno. Com o tempo, o seio3 se enche e elimina o leite com mais facilidade e o bebê suga mais intensamente. Com isso, a sucção fica mais eficaz e o tempo de mamada pode diminuir sensivelmente.
A partir do segundo semestre, novos alimentos podem ser introduzidos paulatinamente, com orientação do pediatra, como frutas, legumes, verduras e cereais.
Aos seis meses, o bebê já enxerga e ouve quase tão bem como os adultos e por essa época (ou um pouco depois), ele já consegue puxar um objeto na sua direção. Nesta fase, os bebês1 começam a se socializar. Qualquer um que se aproximar deles com uma expressão facial engraçada conquistará imediatamente a amizade deles. A comunicação também está progredindo rapidamente. Nesta idade, quase metade dos bebês1 repete uma sílaba do tipo "ba", "ma", "ga", etc.
Sétimo mês
Aos 7 meses o bebê já consegue sentar sozinho. Por essa época ele pode ter episódios de constipação15 intestinal, em virtude da introdução de novos alimentos no mês anterior. A coordenação motora fina está se aprimorando e ele já consegue segurar melhor alguns objetos. Pode até conseguir segurar um copinho com as duas mãos16 juntas. Há bem pouco tempo era fácil tirar um brinquedo das mãos16 do seu bebê, mas agora... Ele senta sem apoio, o que libera suas mãozinhas para explorar o mundo e agarrá-lo.
Oitavo mês
Aos 8 meses, ele começa a aprender o “não”, tanto oralmente quanto gestualmente. Ele pode parar de fazer algo quando alguém o repreende dizendo “não”. Bebês1 de oito meses já costumam se movimentar, engatinhando ou arrastando. Por isso, deve-se evitar os potencias perigos: tomadas, escadas, puxar pontas de toalhas, introduzir objetos nas narinas e nos ouvidos, etc. Com auxílio dos adultos ou dos móveis, ele deve estar começando a ficar de pé.
Saiba mais sobre "Choque17 elétrico" e "Acidentes domésticos".
Nono mês
Com 9 meses, o bebê vivencia a angústia de separação (da mãe). A criança pode chorar à noite ou mesmo durante o sono, pelo medo de que a mãe se vá. Engatinhar é a grande novidade desse período. O bebê tem muita energia e pouca noção de perigo. Portanto, cuidado! Ele está muito exposto a acidentes.
Aos 9 meses o bebê já pode estar quase andando, já entendem plenamente o sentido do "não", mas dificilmente o obedecem. Os bebês1 já respondem positivamente ao seu próprio nome e olham em volta ou interrompem o que estão fazendo para ver quem chamou.
Leia o artigo sobre o "Sono do bebê".
Décimo mês
Com 10 meses, o bebê costuma desenvolver grande apego por um objeto determinado (um bichinho de pelúcia, um pano determinado, certo brinquedo específico, etc.) que, segundo a Psicologia, são associados à figura materna. A criança passa a carregar o objeto consigo, “mantendo a mãe sempre pertinho”. Aos 10 meses os bebês1 já engatinham bem e ainda aprimoram mais seus movimentos. Normalmente, ele já senta com firmeza e tenta andar segurando-se em móveis e, às vezes, caindo assentado. Pode continuar com a tendência a levar tudo à boca5.
Décimo primeiro mês
Aos 11 meses, o bebê se apoia em todos os lugares possíveis: na poltrona, na mesinha, na cadeira, etc. Como ainda não desenvolveu um equilíbrio total, cai de bumbum no chão. Aos 11 meses, os bebês1 costumam falar mais algumas palavrinhas.
Provavelmente, ele já dá alguns passos se um adulto o segura pelas mãos16 e estica o braço ou a perna para ajudar na hora de ser trocado. Quase sempre já se alimenta com as próprias mãos16. Aprecia passar as páginas de um livro ou revista, virando várias delas a cada vez.
Um ano
Ao completar um ano, os primeiros passos! As primeiras palavras! Mais autonomia e mais capacidade de comunicação. Durante o primeiro ano de vida, se tudo correu normalmente, o bebê triplicou o seu peso inicial e desenvolveu habilidades motoras num ritmo mais acelerado que em qualquer outra fase de toda a sua vida.
Em geral, ao final do primeiro ano de vida a criança já anda, estica seus braços para ser pega no colo18 ou para pedir algo que seja do seu agrado. Também come com as próprias mãos16, brinca ativamente e pronuncia palavras-chave como “mama”, “papa”, etc. Os bebês1 já sorriem intencionalmente, com facilidade, mas também não hesitam em demonstrar quando algo os desagrada.
Os hábitos de alimentação e o sono já estão formados e ele já brinca propositalmente com as mãos16. Por volta desta época, o bebê pode começar a se alimentar sozinho, embora muitas vezes ainda não acerte a colher na boca5.
Agora ele tende a "lutar" para não adormecer. Algumas crianças de um ano chegam a falar frases inteiras, que mais parecem uma língua19 estrangeira. A esta altura o bebê é capaz de responder a algumas perguntas simples, como “cadê a boca5 do neném?" ou se o adulto pedir um copinho, por exemplo.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.