Por que as pessoas são mais ansiosas hoje em dia do que antigamente?
O que é a ansiedade?
A ansiedade é um sentimento peculiar, impossível de definir, mas que todo mundo sabe o que é porque já o experimentou em mais de uma ocasião. Os estados de ansiedade se fazem acompanhar de várias manifestações físicas que podem ser consideradas como estados de “alerta” ou de "alta excitação". Como tal, são de ocorrência normal, quando experimentados ante estímulos qualitativamente adequados e quantitativamente proporcionais a eles.
Esse sentimento surge ante qualquer ameaça ou situação estressante e na maioria das vezes preparam a pessoa para a luta ou fuga. Os estados anormais de ansiedade podem surgir na ausência de motivos aparentes (constitucionais?) ou quantitativamente desproporcionais a eles e normalmente mais intensos que o “normal”.
Leia mais sobre "Ansiedade normal e patológica", "Ansiedade infantil" e "Transtorno ansioso social".
O que é psicofisiologia da ansiedade?
A psicofisiologia da ansiedade é o estudo de medidas das reações fisiológicas1 no ser humano que acompanham o sentimento de ansiedade. As medidas utilizadas incluem, entre outras, frequência cardíaca, pressão sanguínea, sudação2 palmar3, salivação, tamanho da pupila, eletromiograma, frequência e profundidade respiratórias e eletroencefalograma4.
Tais medidas são úteis para monitorar as mudanças tanto durante a indução quanto durante o alívio da ansiedade. Finalmente, a psicofisiologia fornece algumas ideias sobre a natureza complexa da ansiedade e sua relação com os mecanismos cerebrais.
Por que as pessoas hoje são mais ansiosas que antigamente?
As pessoas de hoje vivem num mundo de maiores e mais constantes ameaças, implícitas ou explícitas, atuais ou potenciais. Vivem constantemente ameaçadas pela degradação (e destruição) do planeta, pelas guerras, pelas doenças, pela violência, pelos acidentes, pelas crises econômicas, pelas manipulações inconvenientes da sua imagem, etc. Dessa forma, têm de estar sempre em estado de “alerta”, preparadas para lutar ou fugir.
Por outro lado, o mundo de hoje muda muito rapidamente e exige adaptações mais frequentes e rápidas, fazendo as pessoas terem de enfrentar e se adaptar a contínuas transformações. As pessoas de hoje estão sempre apressadas e passam superficialmente por coisas e situações sem poder desfrutá-las calmamente. Se um conselho pudesse ser dado a elas, numa palavra, seria: desacelerem.
Quais são as consequências da ansiedade?
É de se imaginar que os correlatos físicos da ansiedade comprometem o desempenho de várias funções e órgãos corporais. Se tais desempenhos comprometidos perdurarem por muito tempo podem, além dos problemas psicológicos decorrentes, dar margem às chamadas enfermidades psicossomáticas, doenças que afetam a saúde5 física a partir do psíquico, algumas das quais são gastrite6, úlceras7, colites, taquicardia8, hipertensão9, cefaleia10 e alergias.
Embora a ansiedade não seja a causa dessas enfermidades, ela certamente contribui muito no desencadeamento e manutenção delas. Uma coisa é sentir uma ansiedade intensa por umas poucas horas; uma outra coisa, mais deletéria, é experimentar uma ansiedade, ainda que moderada, por anos a fio.
Além de doenças físicas, a ansiedade está associada a quadros psiquiátricos, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o transtorno do pânico, as fobias11, o estresse pós-traumático e vários outros. Ela prejudica muito também os desempenhos laborativos, de estudo e social da pessoa, rebaixando muito a produtividade de que ela é capaz.
Saiba mais sobre "Fobias11", "TOC", "Transtorno do pânico" e "Estresse pós-traumático".
Como lidar com a ansiedade?
Atualmente existem medicamentos que aliviam a ansiedade, mas não a curam. É possível controlá-la. Os ansiolíticos estão entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo, com essa finalidade. Outra forma imprescindível de buscar controle sobre a ansiedade é a psicoterapia. Além desses tratamentos convencionais, pequenas tarefas diárias podem ajudar a conviver de uma forma mais fácil com a ansiedade:
- Pesquisar e aprender o máximo que puder sobre a ansiedade.
- Seguir sempre os cuidados e orientações do seu psicólogo e/ou psiquiatra.
- Tomar a medicação necessária regularmente.
- Tentar descobrir o que desencadeia sua ansiedade para evitar este “gatilho”.
- Procurar vencer a tendência a se isolar.
- Estar com amigos, familiares e companheiros de quem goste.
- Gerenciar o tempo de modo a estar a maior parte dele ocupado com coisas agradáveis.
- Sair da rotina, fazendo algo diferente do habitual, sempre que puder.
- Evitar o álcool, o cigarro e outras drogas.
- Reduzir o consumo de cafeína.
- Dormir o suficiente, tentando manter uma rotina de sono que ajude a melhorar a qualidade do tempo de dormir.
- Manter uma alimentação saudável.
- Praticar atividades físicas, principalmente aeróbicas, regularmente.
- Dedicar-se a um hobbie ou a alguma atividade prazerosa.
- Fazer serviços comunitários e voluntários.
Veja também sobre "Benzodiazepínicos" e "Transtorno de ansiedade generalizada".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.