Ninfomania como ela é?
O que é ninfomania?
A ninfomania (do grego: nýmfi = ninfa + manía = loucura, fúria, ódio) é um transtorno psiquiátrico caracterizado por um excesso de apetite sexual ou um desejo compulsivo por sexo nas mulheres, sem que ocorram alterações biológicas ou dos hormônios sexuais que justifiquem esta condição. Trata-se de um vício com sintomas1 compulsivos, obsessivos e impulsivos. Quando o mesmo problema se verifica em homens, é chamado de satiríase.
Na mitologia grega, ninfas e sátiros eram espíritos da natureza, famosos por sua beleza e sexualidade exacerbadas.
Leia também o texto "Satiríase: conceito, causas, diagnóstico2 e tratamento".
Quais são as causas da ninfomania?
A ninfomania é um transtorno psíquico, sem que ocorram alterações orgânicas que a justifiquem.
Quais são as principais características clínicas da ninfomania?
A ninfomania é sempre acompanhada por um excesso de masturbação3 (mais de uma vez por dia), relações sexuais compulsivas e nem sempre ligadas a laços afetivos, uso constante de objetos sexuais e de pornografia e ausência de satisfação com o sexo propriamente. Ademais, ocorre perda no controle sobre outros desejos e obrigações, levando a pessoa a perder aulas, reuniões de trabalho ou encontros e compromissos com a família, amigos e companheiros para buscar experiências sexuais.
As verdadeiras relações íntimas não se acompanham de prazer e é comum que a mulher se sinta culpada e angustiada após uma nova experiência sexual a qual, no entanto, será inexoravelmente repetida.
A ninfomania apenas deve ser classificada como transtorno psicológico (uma compulsão?) quando os desejos sexuais elevados prejudicam as atividades diárias e os relacionamentos afetivos da pessoa, não devendo ser definida apenas pela vertente quantitativa, mas também pelo aspecto formal dos sintomas1.
Atualmente, ela é melhor classificada como um vício, já que os transtornos compulsivos e obsessivos estão relacionados a atividades desagradáveis, enquanto o vício está associado a uma atividade prazerosa. Algumas pessoas ninfomaníacas buscam ter atos sexuais com diversos parceiros, mas não se satisfazem com nenhum deles e o ato sexual normalmente é seguido por culpa e arrependimento.
Saiba mais sobre "Relação sexual" e "Transtorno obsessivo compulsivo".
Como o médico diagnostica a ninfomania?
O diagnóstico2 da ninfomania deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo e é baseado principalmente nas características dos sintomas1 e comportamentos apresentados pela mulher. Em geral, amigos e familiares também ajudam a mulher a notar as alterações no seu comportamento e devem apoiá-la e induzi-la a procurar ajuda, ao invés de apenas criticá-la.
Uma pessoa ninfomaníaca terá todas ou grande parte das seguintes características, que devem ser levadas em conta no diagnóstico2 clínico da condição:
- Necessidade exacerbada e incoercível de sexo.
- Busca frustrada de criar laços emocionais.
- Ausência de qualquer condição física que justifique este comportamento.
- Necessidade de variar os parceiros sexuais.
- Ausência de satisfação sexual (orgasmo).
- Sentimento de culpa ou arrependimento depois do ato sexual.
- Uso compulsivo de aparelhos sexuais como vibradores, por exemplo.
- Fixação por pornografia ou outras formas de sexo virtual.
- Excesso de masturbação3 (mais de uma vez ao dia).
- Preferência pelo sexo em relação a qualquer outra atividade recreativa.
Um diagnóstico2 diferencial deve ser estabelecido com outras condições psíquicas ou orgânicas que possam exagerar a sexualidade sem essas características, como episódios maníacos, sífilis4 cerebral, quadros demenciais, etc.
Leia mais sobre "Orgasmo", "Sífilis4" e "Demência5".
Como tratar a ninfomania?
A ninfomania deve ser tratada como um vício e seu tratamento é similar ao de outros tipos de dependências. O tratamento da ninfomania deve ser conduzido por um psiquiatra e/ou psicólogo, podendo também serem utilizados medicamentos que diminuam a sensação de prazer no cérebro6 ou arrefeçam o ímpeto libidinal.
Como a ninfomania comporta um aumento do número de parceiros sexuais, também aumenta o risco de contágio7 com doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), tornando ainda maior a importância de se fazer exames frequentes que avaliem a presença dessas doenças.
Veja também sobre "Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)" e "Psicoterapias".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.