Varíola - definição, causas, características clínica, diagnóstico, tratamento, prevenção, possíveis complicações
O que é varíola?
A varíola, hoje erradicada, foi uma doença infecciosa altamente contagiosa1, causada por um vírus2. Esse vírus2 foi descoberto quando cientistas notaram que uma múmia, que viveu de meados de 1550 a 1307 a.C., apresentava vestígios do vírus2. A varíola era, pois, uma doença potencialmente mortal, que atingia os seres humanos há milhares de anos.
Ela foi erradicada mundialmente por volta dos anos 1970 após uma campanha de imunização3 global organizada pela Organização Mundial da Saúde4. O último caso natural de varíola foi diagnosticado em 26 de outubro de 1977. O termo "varíola" foi usado pela primeira vez na Grã-Bretanha no século 15, diferenciando a doença da sífilis5.
Saiba mais sobre "Vírus2", "Viroses" e "Sífilis5".
Quais são as causas da varíola?
A varíola é causada por infecção6 pelo vírus2 Orthopoxvírus variolae, que pode ser transmitido direta ou indiretamente de pessoa para pessoa ou por via de itens contaminados (roupas, cobertas, utensílios, objetos, etc.), embora o risco de infecção6 a partir destas fontes seja menos comum. No exterior do organismo e em condições favoráveis, o vírus2 da varíola pode continuar ativo por até 24 horas e em condições menos favoráveis por até seis horas.
Como se dá o espraiamento do vírus2 no organismo?
Assim que inalado, o vírus2 da varíola invade a orofaringe7 (boca8 e garganta9) ou a mucosa10 respiratória, migra para os linfonodos11 regionais e começa a se multiplicar. Na fase de crescimento inicial, o vírus2 parece passar de célula12 para célula12, mas ao redor do 12º dia, a lise13 de muitas células14 infectadas ocorre e o vírus2 pode ser encontrado na corrente sanguínea em grande número e uma segunda onda de multiplicação ocorre no baço15, medula óssea16 e nódulos linfáticos. O período de incubação17 entre a contração do vírus2 e os primeiros sintomas18 da doença é de cerca de 12 dias.
Quais são as principais características clínicas da varíola?
Havia duas formas clínicas de varíola. Varíola maior foi a forma mais grave e mais comum, com uma erupção19 cutânea20 mais extensa. Varíola menor, menos comum, e menos grave. Foram registradas também infecções21 assintomáticas, muito menos comuns. Além disso, uma forma chamada varíola sem erupção19 foi vista em pessoas vacinadas. Esta forma era marcada por uma febre22 que ocorreu após o período de incubação17 habitual e só podia ser confirmada por estudos de anticorpos23 ou, raramente, por isolamento de vírus2.
Os sintomas18 iniciais eram semelhantes a outras doenças virais como a gripe24 e o resfriado comum: febre22 de cerca de 38° C, dor muscular, mal-estar, dor de cabeça25 e prostração26. Como o trato digestivo era comumente envolvido, muitas vezes ocorriam náuseas27 e vômitos28 e dor nas costas29. No 12º ao 15º dia após a infecção6, as primeiras lesões30 visíveis apareciam e se espalhavam rapidamente para todo o corpo, em 24 a 36 horas, após o que não apareciam novas lesões30. Elas começam pelo rosto, mãos31 e antebraços e se espalhavam posteriormente para o tronco.
Leia sobre "Febre22", "Gripe24", "Resfriado comum", "Náuseas27 e vômitos28" e "Como não espalhar germes".
Como o médico diagnostica a varíola?
O diagnóstico32 da varíola pode ser feito a partir da história médica do paciente e da observação das lesões30 características. Os testes de laboratório são feitos para confirmar o diagnóstico32. Microscopicamente, os vírus2 da varíola produzem inclusões citoplasmáticas características.
As biópsias33 cutâneas34 coradas com hematoxilina e eosina também podem identificá-las. O diagnóstico32 também pode ser feito pelo exame direto ao microscópico35 eletrônico do fluido pustular. Testes sorológicos e ensaios imuno-absorventes foram desenvolvidos para auxiliar no diagnóstico32 da infecção6.
Como o médico trata a varíola?
Não há tratamentos específicos ou cura para esta patologia36. A vacinação contra a varíola, dentro dos três dias após a exposição, diminui significativamente a gravidade dos sintomas18 na grande maioria dos casos. Se ela ocorrer de quatro a sete dias após a exposição, ainda pode, mesmo assim, mitigar37 um pouco a gravidade da doença. Além da vacinação, o tratamento da varíola consiste no cuidado de feridas e no controle de possíveis infecções21, na terapia com fluidos e na possível assistência ventilatória.
Como evolui a varíola?
Historicamente, a varíola tem uma taxa geral de mortalidade38 de cerca de 30%. No entanto, as formas mais graves e hemorrágicas39 são geralmente fatais. A varíola menor, menos comum e menos grave, tem taxas de mortalidade38 históricas de apenas 1% ou menos.
Como prevenir a varíola?
A varíola pode ser evitada por meio de vacinação. Antes do advento da vacina40 contra a varíola, a doença dizimou grandes populações. Atualmente, entretanto, a vacina40 não está sendo mais administrada à população, já que a doença está controlada e as possíveis complicações e efeitos colaterais41 da vacina40 superam os seus benefícios.
Quais são as complicações possíveis da varíola?
As complicações a longo prazo da infecção6 por varíola maior incluíam cicatrizes42 características, comumente no rosto. A cegueira resultante da ulceração43 da córnea44 e as deformidades dos membros devido à artrite45 e à osteomielite46 foram complicações menos comuns.
Veja também sobre "Vacinação", "Sarampo47", "Rubéola48", "Caxumba49" e "Vacina40 tríplice viral".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.