Como é a adenomiose?
O que é a adenomiose1?
A adenomiose1 é uma condição uterina que ocorre quando o tecido2 endometrial, que normalmente reveste o interior do útero3, se prolifera dentro do miométrio4 (o músculo uterino5) e o faz sofrer um espessamento anormal. A adenomiose1 é, pois, um tipo de endometriose6. A endometriose6 é o crescimento de tecido2 do endométrio7 ectopicamente, fora do útero3, e o que acontece na adenomiose1, é o crescimento deste tecido2 especificamente no interior do músculo uterino5.
Fala-se em adenomiose1 focal, quando se localiza numa determinada região do útero3, ou adenomiose1 difusa, quando se espalha por toda a parede do útero3.
Quais são as causas da adenomiose1?
As causas da adenomiose1 ainda não estão totalmente esclarecidas, mas pensa-se que ela possa ser causada por traumas no útero3 que tenham rompido a barreira entre o endométrio7 e o miométrio4, como, por exemplo, cirurgia uterina ou ginecológica, mais de uma gravidez8 ao longo da vida ou parto cesariano. O aparecimento mais frequente da adenomiose1 em mulheres de meia-idade poderia se relacionar com uma maior exposição ao estrogênio em comparação com as mulheres mais jovens. Algumas teorias sugerem que a doença tenha origem congênita9, como se fosse uma malformação10 do útero3 na fase embrionária, mas isso não está comprovado.
Qual é a fisiopatologia11 da adenomiose1?
O revestimento interno do útero3 é chamado endométrio7. Ele é uma região muito vascularizada e cheia de glândulas12. É a partir dele que ocorre o sangramento da menstruação13. Por motivos que ainda não se conhece bem, pequenas porções de endométrio7 podem surgir fora da cavidade uterina, como nas trompas, nos ovários14 ou na cavidade abdominal15. Quando isso ocorre, sempre que a mulher fica menstruada, esse pequeno fragmento16 de endométrio7 também sangra, provocando grande irritação ao seu redor. Essa presença anômala de tecido2 endometrial fora do útero3 recebe o nome de endometriose6.
A adenomiose1 é uma doença semelhante, mas a presença do endométrio7 ocorre dentro do miométrio4, camada muscular do próprio útero3. Na adenomiose1, toda vez que a mulher fica menstruada, também há um sangramento dentro da musculatura do útero3, o que provoca grande irritação do mesmo. Portanto, pode-se dizer que a adenomiose1 é uma endometriose6 que ocorre no próprio útero3.
Os hormônios femininos colaboram na formação da adenomiose1 e isso explica porque os sintomas17 da adenomiose1 costumam piorar com o passar dos anos, mas depois melhoram na menopausa18.
Quais são as principais características clínicas da adenomiose1?
A adenomiose1 nem sempre provoca sintomas17 ou eles são apenas levemente desconfortáveis, porém, geralmente os sintomas17 aparecem após a gravidez8 e desaparecem após a menopausa18. A adenomiose1 é mais comum entre mulheres de 35 e 50 anos, possivelmente porque nesta faixa etária as mulheres têm excesso de estrogênio.
Os primeiros sintomas17 de adenomiose1 podem surgir apenas dois ou três anos após um parto, mesmo se a mulher já tiver uma adenomiose1 desde a infância. Geralmente deixa de surgir após a menopausa18, quando o ciclo menstrual não mais acontece. A adenomiose1 provoca, entre outros sintomas17, dor, sangramento e cólicas19 fortes, especialmente durante a menstruação13, inchaço20 da barriga, prisão de ventre e dor ao evacuar.
Clinicamente, a adenomiose1 uterina leva também a um aumento do fluxo menstrual e das cólicas19 uterinas, diminuindo assim a qualidade de vida das pacientes. Apesar de não serem graves, esses sintomas17 podem perturbar grandemente o estilo de vida e o bem-estar da paciente. O útero3 pode estar ligeiramente aumentado de volume, mas nunca tanto como nos miomas, por exemplo.
Como o médico diagnostica a adenomiose1?
O diagnóstico21 da adenomiose1 é feito através da captação dos sinais22 e sintomas17 e da realização de exame físico, além de uma ressonância magnética23. Geralmente há queixas de dificuldade para engravidar. Além disso, o diagnóstico21 da doença também pode ser feito por outros exames de imagem, como ultrassonografia24 transvaginal ou ultrassonografia24 uterina, por exemplo. Em alguns casos, o médico pode coletar material para uma biópsia25 do endométrio7, que embora não vá ajudar a confirmar o diagnóstico21 de adenomiose1 pode verificar se não há qualquer outro estado grave.
Como o médico trata a adenomiose1?
O tratamento para a adenomiose1 varia de acordo com os sintomas17 e pode ser feito com remédios ou através da realização de cirurgia. Uma cura radical da adenomiose1 é realizada através da cirurgia para retirada do útero3, porém, este tipo de tratamento só é feito quando os sintomas17 não conseguem ser controlados com medicações e quando a mulher já não pretende mais engravidar. Em alguns casos específicos pode ser retirada apenas parte do útero3.
Como evolui a adenomiose1?
A adenomiose1 não implica em aumento de risco de desenvolvimento de câncer26 uterino. Como a adenomiose1 é estrógeno27-dependente, a menopausa18 representa a cura natural.
Quais são as complicações possíveis da adenomiose1?
A adenomiose1 pode ser causa de outros problemas como dismenorreia28 ou hemorragia29 uterina anormal.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e do International Federation of Gynecologiy and Obstetrics.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.