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Deficiência auditiva

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O que é deficiência auditiva?

Deficiência auditiva é a perda parcial ou total da audição e faz com que a pessoa tenha dificuldade de ouvir diálogos e outros sons. Quanto à intensidade, a deficiência auditiva pode ser moderada, severa ou profunda e quanto à sua natureza pode ser sensorioneural, condutiva e mista. A perda auditiva parcial ou total (surdez) pode ser também unilateral ou bilateral, súbita ou progressiva.

Quais são as causas da deficiência auditiva?

A deficiência auditiva pode ser causada por malformação1 genética ou lesão2 na orelha3 ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. Contudo, as causas mais comuns da deficiência auditiva são os ruídos excessivos duradouros e o envelhecimento.

Sofrer perda de audição com a idade é uma ocorrência natural. A capacidade auditiva diminui a partir dos 30 a 40 anos de idade e aos 80 anos de idade mais da metade das pessoas sofre significativamente de deficiência auditiva.

Outros fatores causadores podem ser algumas doenças e infecções4, certos tipos de síndromes congênitas5, alguns medicamentos e fármacos, danos no ouvido, lesões6 na cabeça7, malformações8 congênitas5 do ouvido, fatores genéticos, tumores na cabeça7, alcoolismo, tabagismo, dentre outros.

A perda auditiva em crianças pequenas normalmente é causada por fatores genéticos, anomalias físicas no ouvido ou enfermidades. Nas crianças mais velhas e adolescentes, os problemas auditivos podem, com frequência, estar relacionados com a exposição a ruídos.

Saiba mais sobre "Surdez" e "Envelhecimento saudável".

Qual é o mecanismo fisiológico9 da deficiência auditiva?

A audição normal depende de que os sons captados pelos pavilhões auriculares sejam corretamente conduzidos até o ouvido interno10, de onde passam para o nervo auditivo sob a forma de ondas sonoras, que as leva ao córtex cerebral do lobo temporal11, onde se encontra a área da audição. Aí esses estímulos elétricos são decodificados e se transmutam em percepção dos sons.

Basicamente, então, a audição normal depende de dois fatores: (1) condução do estímulo sonoro até o cérebro12 e (2) elaboração do estímulo sonoro em nível cerebral. A deficiência auditiva pode ocorrer por problemas em qualquer um desses dois sistemas ou em ambos ao mesmo tempo e é chamada, respectivamente, de deficiência auditiva de condução, deficiência auditiva sensorial e deficiência auditiva mista.

Quais são as principais características clínicas da deficiência auditiva?

Geralmente, a perda auditiva desenvolve-se gradualmente e seus sintomas13 são difíceis de serem reconhecidos. Quase sempre os primeiros sinais14 só são detectados na escola ou em um teste auditivo.

Na deficiência auditiva moderada, a pessoa é incapaz de ouvir sons com intensidades menores que 50 decibeis. A pessoa com deficiência auditiva severa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibeis. Fala-se de deficiência auditiva profunda quando a pessoa não consegue ouvir sons com intensidade menor que 91 decibeis. Nessa condição, os aparelhos e órteses15 podem ajudar parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura labial são recomendados. Acima desses níveis as perdas são consideradas casos de surdez total.

Quanto maior o grau da perda auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua16 oral.

Na perda auditiva condutiva existe alguma dificuldade ou impossibilidade de conduzir o estímulo sonoro até o ouvido interno10. A perda auditiva sensorial é devida a danos ocorridos nas células17 receptoras no ouvido interno10. A presbiacusia18 (perda auditiva relacionada à idade) é um exemplo de perda auditiva sensorioneural.

Como lidar com crianças com deficiência auditiva?

As escolas regulares que tenham alunos com deficiência auditiva têm o direito de receber um intérprete de Libras e material de “Atendimento Educacional Especializado”. Afora isso, algumas providências simples por parte do professor podem facilitar o aprendizado do aluno surdo: trazê-lo para sentar-se nas primeiras carteiras, falar com clareza e nunca cobrir a boca19 ou virar de costas20 para a turma, permitindo, assim, a leitura orofacial. As aulas devem fazer usos predominantemente de recursos visuais.

Para alunos com perda severa ou total (surdez), o aprendizado da Língua16 Brasileira de Sinais14 é muito importante para a comunicação com as demais pessoas e para o processo de alfabetização.

Como o médico trata a deficiência auditiva?

A deficiência auditiva pode ser tratada com o uso de aparelho auditivo, mas não se consegue restaurar a audição a não ser em raros casos, específicos. A perda auditiva sensorioneural pode ser minimizada por meio do uso de aparelho auditivo. A perda auditiva condutiva pode ser tratada pela remoção do entupimento auditivo ou por meio de procedimento cirúrgico para implantação de dispositivo para transmissão óssea ou implante21 coclear. A perda auditiva súbita, ligada a uma enfermidade de base, pode ser tratada com medicação.

Como prevenir a deficiência auditiva?

As pessoas devem evitar a exposição a ruídos altos continuados. Se for necessário estar exposto a ruídos altos, recomenda-se usar tampões de ouvido.

Quais são as complicações possíveis da deficiência auditiva?

As consequências da deficiência auditiva variam de pessoa para pessoa. Na maioria delas há alguns tipos de problemas sociais, psicológicos e físicos.

Leia sobre "Implante21 coclear" e "Aparelho auditivo ancorado no osso".

 

ABCMED, 2017. Deficiência auditiva. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1306488/deficiencia-auditiva.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Malformação: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
2 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
3 Orelha: Sistema auditivo e de equilíbrio do corpo. Consiste em três partes
4 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
6 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Cabeça:
8 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
9 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
10 Ouvido interno: Atualmente denominado orelha interna está localizado na porção petrosa do osso temporal, recebe terminações nervosas do nervo coclear e vestibular, sendo parte essencial dos órgãos da audição e equilíbrio. É constituído de três estruturas: labirinto membranoso (endolinfático), labirinto ósseo (perilinfático) e cápsula ótica.
11 Lobo temporal:
12 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
15 Órteses: Quaisquer aparelhos externos usados para imobilizar ou auxiliar os movimentos dos membros ou da coluna vertebral.
16 Língua:
17 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
18 Presbiacusia: Perda da acuidade auditiva associada ao envelhecimento.
19 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
20 Costas:
21 Implante: 1. Em cirurgia e odontologia é o material retirado do próprio indivíduo, de outrem ou artificialmente elaborado que é inserido ou enxertado em uma estrutura orgânica, de modo a fazer parte integrante dela. 2. Na medicina, é qualquer material natural ou artificial inserido ou enxertado no organismo. 3. Em patologia, é uma célula ou fragmento de tecido, especialmente de tumores, que migra para outro local do organismo, com subsequente crescimento.
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