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Roséola ou exantema súbito: seu filho já teve?

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O que é roséola?

A roséola, também conhecida por exantema1 súbito ou sexta doença, é uma doença exantemática epidêmica da infância, geralmente benigna e autorresolutiva. Isto é, “assim como ela vem, ela vai”. A doença atinge principalmente crianças pequenas, de três meses a três anos, mas às vezes passa despercebida ou os seus sintomas2 são atribuídos a outras razões. Ela aparece mais comumente no outono e na primavera.

Um sinal3 de que a doença é muito comum, discreta e que foi atribuída a outra condição ou ignorada é que praticamente 100% dos adultos possuem anticorpos4 contra os vírus5 causadores dessa patologia6.

Quais são as causas da roséola?

A roséola é causada por um vírus5 da mesma família do vírus5 do herpes, mas que produz uma doença diferente. Os herpes vírus5 humano tipo 6 (HHV6) e o herpes vírus5 humano tipo 7 (HHV7), que causam a roséola, se multiplicam no núcleo da célula7 hospedeira e têm preferência por parasitar os linfócitos. A transmissão da doença se dá por contato direto ou por meio da secreção proveniente do espirro e da tosse, durante o período febril.

Quais são os principais sinais8 e sintomas2 da roséola?

Nos indivíduos adultos o quadro clínico da roséola é muito semelhante à mononucleose infecciosa9; contudo, nas crianças, que infecta mais frequentemente, o quadro clínico da roséola é típico, mais parecido com a rubéola10.

Caracteriza-se por febre11 súbita e elevada (39-40°C), que dura três ou quatro dias. Quando a febre11 vai cedendo surge o exantema1 (manchas vermelhas) na pele12, que se concentra principalmente no tronco (peito13 e costas14) e desaparece em dois ou três dias. Embora com febre11 alta, a criança normalmente está ativa e não exibe os sinais8 de toxemia15 próprios de outras infecções16. Os gânglios17 localizados na parte de trás da cabeça18 e no pescoço19 podem estar aumentados de tamanho. Excepcionalmente, podem ocorrer convulsões e tremores violentos, na vigência da febre11 elevada.

O período de incubação20 do vírus5 da roséola varia entre cinco e quinze dias. Nessa fase, a criança pode ficar irritada, um pouco abatida e sem apetite.

Como o médico diagnostica a roséola?

O diagnóstico21 da roséola é eminentemente22 clínico, feito a partir da captação de sinais8 e sintomas2 da doença. Os exames laboratoriais, desnecessários na maioria dos casos, só são pedidos se for preciso confirmar a patologia6 ou estabelecer um diagnóstico21 diferencial.

Como o médico trata a roséola?

O tratamento da roséola é inespecífico. É importante hidratar bem a criança, administrar medicamentos antitérmicos23 se a temperatura estiver elevada, evitando-se a aspirina. Banhos mornos podem ajudar a baixar a febre11.

Como evolui a roséola?

Normalmente a roséola cura-se por si mesma em poucos dias, sem deixar sequelas24. A doença normalmente deixa imunidade25, mas adultos imunodeprimidos são vulneráveis à reinfecção pelo vírus5.

Podem ocorrer complicações como meningite26 asséptica e encefalite27, que felizmente são muito raras, e também convulsões febris, estas são um pouco mais frequentes pois a temperatura da criança costuma ficar bem alta durante o período febril da doença.

Como prevenir a roséola?

Durante a vigência da doença a criança infectada não deve frequentar creches, festas ou outros ambientes que a ponham em contato com outras crianças.

A única maneira de prevenir a roséola é evitar o contato com pessoas infectadas. Não há vacina28 contra esta doença exantemática.

ABCMED, 2014. Roséola ou exantema súbito: seu filho já teve?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/522229/roseola-ou-exantema-subito-seu-filho-ja-teve.htm>. Acesso em: 29 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Exantema: Alteração difusa da coloração cutânea, caracterizada por eritema, com elevação das camadas mais superficiais da pele (pápulas), vesículas, etc. Pode ser produzido por uma infecção geralmente viral (rubéola, varicela, sarampo), por alergias a medicamentos, etc.
2 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
4 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
5 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
6 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
7 Célula: Unidade funcional básica de todo tecido, capaz de se duplicar (porém algumas células muito especializadas, como os neurônios, não conseguem se duplicar), trocar substâncias com o meio externo à célula, etc. Possui subestruturas (organelas) distintas como núcleo, parede celular, membrana celular, mitocôndrias, etc. que são as responsáveis pela sobrevivência da mesma.
8 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
9 Mononucleose infecciosa: Doença de progressão benigna, muito comum, causada pela infecção pelo vírus Epstein-Barr e transmitida pelo contato com saliva contaminada. Seus sintomas incluem: mal-estar, dor de cabeça, febre, dor de garganta, ínguas principalmente no pescoço, inflamação do fígado. Acomete mais freqüentemente adolescentes e adultos jovens.
10 Rubéola: Doença infecciosa imunoprevenível de transmissão respiratória. Causada pelo vírus da rubéola. Resulta em manifestações discretas ou é assintomática. Quando ocorrem, as manifestações clínicas mais comuns são febre baixa, aumento dos gânglios do pescoço, manchas avermelhadas na pele, 70% das mulheres apresentam artralgia e artrite. Geralmente tem evolução benigna, é mais comum em crianças e resulta em imunidade permanente. Durante a gravidez, a infecção pelo vírus da rubéola pode resultar em aborto, parto prematuro e mal-formações congênitas.
11 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
12 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
13 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
14 Costas:
15 Toxemia: Intoxicação resultante do acúmulo excessivo de toxinas endógenas ou exógenas no sangue, em virtude de insuficiência relativa ou absoluta dos órgãos excretores (rins, fígado, etc.).
16 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
17 Gânglios: 1. Na anatomia geral, são corpos arredondados de tamanho e estrutura variáveis; nodos, nódulos. 2. Em patologia, são pequenos tumores císticos localizados em uma bainha tendinosa ou em uma cápsula articular, especialmente nas mãos, punhos e pés.
18 Cabeça:
19 Pescoço:
20 Incubação: 1. Ato ou processo de chocar ovos, natural ou artificialmente. 2. Processo de laboratório, por meio do qual se cultivam microrganismos com o fim de estudar ou facilitar o seu desenvolvimento. 3. Em infectologia, é o período que vai da penetração do agente infeccioso no organismo até o aparecimento dos primeiros sinais da doença.
21 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
22 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
23 Antitérmicos: Medicamentos que combatem a febre. Também pode ser chamado de febrífugo, antifebril e antipirético.
24 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
25 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
26 Meningite: Inflamação das meninges, aguda ou crônica, quase sempre de origem infecciosa, com ou sem reação purulenta do líquido cefalorraquidiano. As meninges são três membranas superpostas (dura-máter, aracnoide e pia-máter) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
27 Encefalite: Inflamação do tecido encefálico produzida por uma infecção viral, bacteriana ou micótica (fungos).
28 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
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