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Rompimento da bolsa das águas ou bolsa amniótica

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O que é a bolsa amniótica1?

A bolsa amniótica1 ou âmnios, chamada às vezes de saco amniótico, é uma bolsa cheia de líquido, dito líquido amniótico2, dentro da qual o feto3 humano e de muitos outros animais se desenvolve. Ela serve para conter o feto3 e protegê-lo contra traumatismos, variações de temperatura e infecções4. Além disso, o líquido amniótico2 amortece o efeito sobre o feto3 de eventuais contrações uterinas. Trata-se de uma bolsa fina e transparente, mas muito resistente, conectada à placenta e ao cordão umbilical5 e que começa a se formar desde a implantação do embrião. Ao final da gestação humana a quantidade de líquido amniótico2 varia de 500 a 1.000 ml.

O que é o rompimento da bolsa amniótica1?

No final da gestação normalmente a bolsa amniótica1 se rompe e o líquido amniótico2 extravasa e sai pela vagina6. O trabalho de parto então se inicia. Mas algumas mulheres podem sentir as primeiras cólicas7 ainda antes que a bolsa amniótica1 tenha se rompido, sinal8 de que ela se romperá logo em seguida. Algumas vezes a bolsa amniótica1 se rompe antes que a gestação tenha chegado à sua 37ª semana, quando se consideraria o parto a termo. Isso pode acontecer em virtude de fatores externos (estresse, excessos físicos, traumas, etc.) ou internos (infecções4). Nesses casos, deve-se tentar prolongar a gestação ao máximo que seja possível, mas a gestante precisará de cuidados especiais: repouso, antibióticos, monitoramento contínuo de si e do bebê. Quando a bolsa se rompe depois que a gestação já completou 37 semanas ou mais, as mulheres entram espontaneamente em trabalho de parto, algumas horas depois. Chama-se amniorrexe à perda do líquido amniótico2 e ela pode acontecer prematuramente, sem uma causa identificável. No entanto, sabe-se que distúrbios como infecções4 genitais e urinárias, incompetência istmo-cervical, inserção baixa da placenta, distensão uterina exagerada, fetos com apresentação pouco comum, traumas e infecção9 na própria cavidade uterina, entre outros, podem precipitar esse quadro. Mesmo que a bolsa se rompa prematuramente, o parto pode ser adiado, pois o líquido amniótico2 continua sendo produzido pela placenta.

Quais são os sinais10 de rompimento da bolsa amniótica1?

A ruptura da bolsa pode acontecer a qualquer momento do trabalho de parto, mas quase sempre acontece quando a mulher já está sentindo as primeiras contrações. Muitas mulheres relatam que ouvem um leve som de ruptura, um “ploc”, no momento em que a bolsa estoura. A bolsa amniótica1 pode se romper em qualquer ponto e com qualquer extensão e disso dependerá a quantidade de líquido perdido. O que mais dificulta ter certeza sobre o rompimento da bolsa é a quantidade variável de líquido que é eliminada. Algumas mulheres perdem de uma só vez uma grande quantidade de líquido, enquanto outras apenas o eliminam em pequenas gotas. Se o líquido amniótico2 é eliminado em grande quantidade, pode não haver dúvidas, mas se ele sai em pequenas quantidades pode ser confundido com urina11 ou outras secreções vaginais.

Em se tratando de líquido amniótico2, a eliminação em geral não se repete, o que pode acontecer nos demais casos. Em todos os casos, a sensação da mulher é a de “fazer xixi na calça”, sem possibilidade de conseguir segurar. A observação da saída de líquido amniótico2 pelo orifício do colo do útero12 é uma indicação absoluta do rompimento da bolsa amniótica1. Uma ultrassonografia13 que indique diminuição do líquido amniótico2 é um método auxiliar importante, mas não definitivo, uma vez que existem outras causas para a diminuição da quantidade de líquido amniótico2.

Quando a bolsa se rompe, o líquido amniótico2 não é eliminado em sua totalidade e a saída do corpo do bebê costuma ser acompanhada de uma nova eliminação de grande quantidade de líquido. A perda do líquido amniótico2 na maioria das vezes é indolor, ele é transparente e não tem cheiro ou tem um leve cheiro de água sanitária, o que ajuda a diferenciá-lo da urina11 e das secreções vaginais. Se com o líquido sair alguma coloração amarelada ou sanguinolenta14, isto é normal. Se houver alguma secreção escura ou esverdeada, isso pode significar um descolamento da placenta ou algum problema com o feto3.

E depois do rompimento da bolsa amniótica1?

Com a saída do líquido amniótico2 a cabeça15 do bebê é puxada para baixo e fica numa posição mais propícia para o nascimento. Mesmo depois do rompimento da bolsa, o líquido continua sendo produzido normalmente pela placenta, até o nascimento do bebê. Se a bolsa estourou, não entre em desespero, pois é esperado que isso aconteça ao final da gravidez16. Use uma toalha ou absorvente e vá para a maternidade. Depois do rompimento, o parto normalmente vai ocorrer dentro de 48 horas. Nos hospitais ou maternidades costuma acontecer que a bolsa amniótica1 seja perfurada artificialmente, se ela não rompeu espontaneamente, como meio de fazer o trabalho do parto progredir mais rapidamente, mas isso não deve ser feito de maneira rotineira, devendo ser reservado para situações especiais.

Em algumas poucas ocasiões pode acontecer que a bolsa amniótica1 não se rompa e o bebê nasça ainda envolto por ela (“empelicado”) e a crendice popular considera isso um sinal8 de sorte. Se a bolsa se romper prematuramente, a consequência pode ser a prematuridade. Outra complicação possível é o risco de infecção9 fetal e/ou materna e por isso podem ser preventivamente receitados antibióticos, para evitar as infecções4 causadas por bactérias. Pode ocorrer também o prolapso17 do cordão umbilical5, que é quando o cordão sai pela vagina6 antes de o bebê emergir.

ABCMED, 2015. Rompimento da bolsa das águas ou bolsa amniótica. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/gravidez/797154/rompimento-da-bolsa-das-aguas-ou-bolsa-amniotica.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Bolsa amniótica: Bolsa amniótica ou âmnio é um dos anexos embrionários que alguns vertebrados (répteis, aves e mamíferos) possuem durante o seu desenvolvimento embrionário. Também conhecida como saco amniótico, é onde o feto se desenvolve no líquido amniótico.
2 Líquido amniótico: Fluido viscoso, incolor ou levemente esbranquiçado, que preenche a bolsa amniótica e envolve o embrião durante toda a gestação, protegendo-o contra infecções e choques mecânicos e térmicos.
3 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
4 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 Cordão Umbilical: Estrutura flexível semelhante a corda, que conecta um FETO em desenvolvimento à PLACENTA, em mamíferos. O cordão contém vasos sanguíneos que transportam oxigênio e nutrientes da mãe ao feto e resíduos para longe do feto.
6 Vagina: Canal genital, na mulher, que se estende do ÚTERO à VULVA. (Tradução livre do original
7 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
8 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
9 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
11 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
12 Colo do útero: Porção compreendendo o pescoço do ÚTERO (entre o ístmo inferior e a VAGINA), que forma o canal cervical.
13 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
14 Sanguinolenta: 1. Em que há grande derramamento de sangue; sangrenta. 2. Tinto ou misturado com sangue. 3. Que se compraz em ver ou derramar sangue; sanguinária.
15 Cabeça:
16 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
17 Prolapso: Deslocamento de um órgão ou parte dele de sua localização ou aspecto normal. P.ex. prolapso da válvula mitral, prolapso uterino, etc.
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