Gostou do artigo? Compartilhe!

Toxemia gravídica: o que uma grávida deve saber sobre ela?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é toxemia1 gravídica?

A toxemia1 da gravidez2 é uma condição médica grave que pode ocorrer nas últimas semanas da gravidez2. O termo toxemia1 não é bem adequado e vem do tempo em que se pensava que essa condição fosse causada por substâncias tóxicas (venenosas) no sangue3. É mais correto chamar a doença de pré-eclâmpsia4, antes da fase convulsiva, e eclâmpsia5, mais tarde.

Quais são as causas da toxemia1 gravídica?

As causas da toxemia1 gravídica (pré-eclâmpsia4/eclâmpsia5) ainda não estão claramente entendidas. O feto6 é um corpo parcialmente estranho ao organismo da mulher, porque metade genética dele proveio do pai. Normalmente a mulher desenvolve mecanismos que o protegem e não o rejeitam. Em alguns casos, porém, ele pode liberar na corrente sanguínea da mãe substâncias que ocasionam a hiperêmese gravídica (excesso de vômitos7 do início da gravidez2) ou a vasoconstrição8 e aumento da pressão arterial9. Uma das teorias quanto à causa da toxemia1 gravídica (pré-eclâmpsia4/eclâmpsia5) diz que a pré-eclâmpsia4 e eclâmpsia5 ocorrem em razão de uma vascularização imperfeita da placenta, que causa uma isquemia10 dela e que a placenta em sofrimento produz substâncias que, ao caírem na circulação11 sanguínea materna, causam descontrole da pressão arterial9 e lesão12 nos rins13.

Quais são os fatores de risco para a toxemia1 gravídica?

Alguns fatores favorecem a ocorrência da toxemia1 gravídica (eclâmpsia5/pré-eclâmpsia4):

Quais são os principais sinais20 e sintomas21 da toxemia1 gravídica?

A pré-eclâmpsia4 pode ser assintomática, mas quando há sinais20 ou sintomas21 os principais são hipertensão arterial15, edema22 das mãos23, pés e rosto (devido à acumulação de fluido nos tecidos do corpo) e elevados índices de proteína na urina24. Se a condição se agravar, esses sinais20 e sintomas21 podem se tornar mais dramáticos e a mãe pode sentir tonturas25, visão26 dupla, dores de cabeça27, dores estomacais, taquicardia28, presença de sangue3 na urina24, alterações visuais, náuseas29, vômitos7, hemorragias30 cerebrais, convulsões e coma31.

Como o médico diagnostica a toxemia1 gravídica?

O diagnóstico32 de toxemia1 gravídica (pré-eclâmpsia4/eclâmpsia5) é feito por meio de uma detalhada história clínica e baseia-se nos níveis elevados da pressão arterial9 e nos exames laboratoriais da paciente. Além disso, ocorrem os sintomas21 próprios do quadro. Muito frequentemente esse diagnóstico32 é feito durante o acompanhamento pré-natal. Essa é mais uma das razões que tornam esse acompanhamento muito importante.

Como o médico trata a toxemia1 gravídica?

A toxemia1 gravídica (eclâmpsia5/pré-eclâmpsia4) não pode ser completamente curada até que a gravidez2 seja concluída. Até então, o tratamento compreende o controle da pressão arterial9, a administração intravenosa de medicamentos para prevenir convulsões e de drogas para estimular a produção de urina24. Em alguns casos graves, é necessário interromper gravidez2, para garantir a sobrevivência33 da mãe. As pacientes com diagnóstico32 de toxemia1 gravídica (eclâmpsia5/pré-eclâmpsia4) devem ser submetidas a repouso, controle da pressão arterial9 e adoção de uma dieta com pouco ou nenhum sal. Nos quadros mais graves pode ser aconselhável a internação e a administração de medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes. Nas mulheres com gestação menor que 32 semanas pode-se indicar a cesariana.

Como prevenir a toxemia1 gravídica?

Não há como prevenir a toxemia1 gravídica (eclâmpsia5/pré-eclâmpsia4). A restrição de sal na dieta pode ajudar a reduzir o edema22, mas não impede o aparecimento da pressão alta ou o aparecimento de proteína na urina24. Se a toxemia1 é detectada precocemente, as complicações podem ser reduzidas. Nos casos em que os fatores de risco sejam muito evidentes podem ser adotadas medidas preventivas, como suporte cardiorrespiratório, emprego de anticonvulsivantes, tratamentos anti-hipertensivos e antecipação do parto.

Como evolui a toxemia1 gravídica?

Um grande número de gestantes com toxemia1 gravídica (pré-eclâmpsia4/eclâmpsia5) apresentará complicações graves, com risco de morte, pelo que será indicada a indução antecipada do parto. Com a retirada da placenta, a doença regride espontaneamente.

Quais são as complicações possíveis da toxemia1 gravídica?

Se a toxemia1 gravídica se tornar muito grave ou não for adequadamente tratada, o bebê pode nascer morto. Por outro lado, quanto à mãe, os sintomas21 da eclâmpsia5 podem levar, secundariamente, a doenças cardíacas e renais, além de aumentar o risco do diabetes gestacional34 ou agravar outras doenças pré-existentes.

ABCMED, 2015. Toxemia gravídica: o que uma grávida deve saber sobre ela?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/gravidez/797349/toxemia-gravidica-o-que-uma-gravida-deve-saber-sobre-ela.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Toxemia: Intoxicação resultante do acúmulo excessivo de toxinas endógenas ou exógenas no sangue, em virtude de insuficiência relativa ou absoluta dos órgãos excretores (rins, fígado, etc.).
2 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Pré-eclâmpsia: É caracterizada por hipertensão, edema (retenção de líquidos) e proteinúria (presença de proteína na urina). Manifesta-se na segunda metade da gravidez (após a 20a semana de gestação) e pode evoluir para convulsão e coma, mas essas condições melhoram com a saída do feto e da placenta. No meio médico, o termo usado é Moléstia Hipertensiva Específica da Gravidez. É a principal causa de morte materna no Brasil atualmente.
5 Eclâmpsia: Ocorre quando a mulher com pré-eclâmpsia grave apresenta covulsão ou entra em coma. As convulsões ocorrem porque a pressão sobe muito e, em decorrência disso, diminui o fluxo de sangue que vai para o cérebro.
6 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
7 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
8 Vasoconstrição: Diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos.
9 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
10 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
11 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
12 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
13 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
14 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
15 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
16 Lúpus: 1. É uma inflamação crônica da pele, caracterizada por ulcerações ou manchas, conforme o tipo específico. 2. Doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico. Nesta patologia, a defesa imunológica do indivíduo se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico. Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especializados no assunto.
17 Eritematoso: Relativo a ou próprio de eritema. Que apresenta eritema. Eritema é uma vermelhidão da pele, devido à vasodilatação dos capilares cutâneos.
18 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
19 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
23 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
24 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
25 Tonturas: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
26 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
27 Cabeça:
28 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
29 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
30 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
31 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
32 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
33 Sobrevivência: 1. Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. 2. Característica, condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro. Condição ou qualidade de quem ainda vive após a morte de outra pessoa. 3. Sequência ininterrupta de algo; o que subsiste de (alguma coisa remota no tempo); continuidade, persistência, duração.
34 Diabetes gestacional: Tipo de diabetes melito que se desenvolve durante a gravidez e habitualmente desaparece após o parto, mas aumenta o risco da mãe desenvolver diabetes no futuro. O diabetes gestacional é controlado com planejamento das refeições, atividade física e, em alguns casos, com o uso de insulina.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.